Linha Yamaha XTZ 250 2009
Lander e XTZ 250X trazem novos grafismos, cores, sonda Lambda e novo catalisador.
Por Leandro Alvares
Por Leandro Alvares
Arthur Caldeira
Com um pouco de atraso em função da queda nas vendas no último trimestre de 2008, a Yamaha lança somente agora, em fevereiro, os modelos 2009 de sua linha XTZ 250 — a trail Lander e a supermotard “X” — já atendendo à nova regra de emissão de poluentes e também com algumas novidades visuais.
Para fazer com que os novos modelos poluam menos e se adequem ao Promot 3, a montadora instalou em ambos uma sonda Lambda, que monitora os gases do escapamento e corrige eventuais falhas por meio da central eletrônica que fiscaliza o sistema de injeção de combustível, e também um novo catalisador.
No design, a trail Lander traz apenas novos grafismos e uma cor vermelha mais viva e atraente. Mas na supermotard XTZ 250X, a grande novidade é a inédita cor laranja, somando-se à preta mais sóbria.
Aproveitando-se do “gancho”, como se diz no jargão jornalístico, testamos os dois modelos para descobrir as qualidades e limitações de cada um dos segmentos. Afinal, com a mesma motorização é comum os motociclistas ficarem na dúvida sobre qual escolher: uma versátil trail de uso misto ou uma urbana supermotard com visual radical?
Motor: desempenho e consumo iguais
Tanto a XTZ 250 Lander como a XTZ 250X são equipadas com o mesmo monocilíndrico de 249 cm³, duas válvulas, comando simples no cabeçote (SOHC), com refrigeração mista (ar e radiador de óleo).
Alimentado por injeção eletrônica de combustível, gera 20,8 cavalos de potência máxima a 8.000 rpm e torque máximo de 2,09 kgf.m a 6.500 rpm nesse modelo 2009. A redução de desempenho em relação ao modelo 2008 (que tinha 21 cv e 2,1 kgf.m) é imperceptível na prática.
O propulsor tem desempenho bastante satisfatório para sua capacidade e o sistema de injeção eletrônica garante um funcionamento bastante linear. Em conjunto com o câmbio de cinco velocidades aproveita-se melhor o torque disponível, exigindo menos trocas de marchas, tanto em subidas como em ultrapassagens na estrada.
Alguns motociclistas criticam a opção da Yamaha em não equipar seus modelos 250cc com seis marchas. Seja no uso em cidade ou em estradas a sexta marcha não chega a fazer falta.
Outra vantagem desse propulsor injetado é sua economia de combustível — respeitando-se o limite de giros do motor, chegamos a percorrer 35 km com um litro de gasolina. Por outro lado, se girarmos o acelerador com vontade, “esticando” as marchas, ou rodando em estradas a velocidade de 120 km/h, o consumo pode cair para 27 km/l.
Outro detalhe importante, mas que não vai ajudar em nada na hora de escolher a sua: o consumo independe do modelo. Seja na Lander ou na “X” o que conta mesmo é a maneira de pilotar.
Ciclística, a grande diferença
Se no quesito desempenho e consumo, a trail e a supermotard de 250cc da Yamaha são semelhantes, o conjunto ciclístico guarda as grandes diferenças, que podem influenciar na escolha.
Ambas compartilharem o mesmo quadro — berço duplo em aço — e o mesmo conjunto de suspensões — garfo telescópico, na dianteira, e balança monoamortecida, na traseira — as rodas de tamanhos diferentes e os pneus distintos alteram bastante a pilotagem e denunciam a proposta diferente de cada uma delas.
A Lander tem rodas de ferro, aro 21 polegadas na frente e 18 atrás como grande parte das motos trails, calçadas com pneus Metzeler Enduro 3 de uso misto. Já a XTZ 250X usa rodas de alumínio, aro 17 na dianteira e na traseira, ambas equipadas com pneus Pirelli Sport Demon de perfil mais esportivo, característica dos modelos supermotard.
As rodas e pneus diferentes mudam completamente a proposta delas. A trail é mais versátil: enfrenta tanto as imperfeições do asfalto da cidade, como percorre com segurança estradas de terra com buracos e poças. Enquanto isso a supermotard tenta reunir o melhor dos dois mundos; street e trail. Como tem os mesmos cursos das suspensões que a Lander — 240 mm, na frente, e 220 mm, atrás —, também ultrapassa valetas e lombadas urbanas sem problemas, mas enfrenta certa dificuldade em estradas de terra muito esburacadas, em função de suas rodas menores.
Os pneus de desenho mais street também dificultam a pilotagem na terra, pois estão mais sujeitos à “escapadas” em curvas ou frenagens. Por outro lado, no cenário urbano e asfaltado, a “X” esbanja agilidade pra cima da Lander. Suas rodas menores facilitam as mudanças bruscas de direção e permitem ao piloto contornar curvas com mais facilidade. Atividade dificultada pelo aro 21 na dianteira da trail, que exige mais esforço do piloto para deitar a moto em curvas fechadas.
Questão de gosto, uso e bolso
Analisando friamente Lander e 250X, bastaria ao motociclista definir o uso para tomar a decisão. Porém, a escolha de uma motocicleta envolve muitos outros fatores não tão objetivos. Como por exemplo, o aspecto visual.
Basta bater o olho nas duas para chegar à conclusão que o visual da “X” é mais impactante. Do motor, com o bloco e as tampas laterais pintadas em preto, até a lanterna traseira com LEDs e o arrojado suporte de placa, a versão supermotard é mais bonita. Tem ainda belos protetores de bengala em plástico rígido e o escapamento todo pintado em preto fosco. A nova cor laranja também chamou a atenção por onde passou. Não que a Lander seja feia. Mas é simplesmente mais convencional que a X. Ou seja, uma trail sem muitas firulas.
Porém, motos com pneus de uso misto e pára-lama alto também têm seus fãs. Passam uma imagem mais aventureira, além da sensação de se poder ir com a Lander para qualquer lugar. Na prática, a trail pode realmente enfrentar qualquer caminho – uma estrada de terra até o sítio, uma trilha leve até uma praia deserta ou uma cachoeira afastada... Situações em que a supermotard mostra suas limitações.
Outro ponto (bastante) positivo a favor do modelo de uso misto é seu menor “peso” no bolso do consumidor. Enquanto a trail XTZ 250 Lander, ano e modelo 2009, tem preço público sugerido de R$ 12.331,00, a versão supermotard XTZ 250X custa R$ 13.266,00. A diferença de quase R$ 1.000,00 justifica-se pelas rodas de alumínio e também pelos detalhes do acabamento mais refinado.
Com desempenho tão semelhantes, escolher entre a trail ou a supermotard de 250cc é bastante difícil. A decisão vai depender do gosto do motociclista e do uso que fará da moto. Sem falar na quantia que tiver em sua conta bancária.
Ficha Técnica
Motor: Monocilíndrico, SOHC, 2 válvulas, arrefecido a ar com radiador de óleo
Capacidade cúbica: 249 cm³
Potência máxima (declarada): 20,8 cv a 8.000 rpm
Torque máximo (declarado): 2,09 kgf.m de torque a 6.500 rpm
Câmbio: Cinco marchas
Transmissão final: Por corrente
Alimentação: Injeção eletrônica
Partida: Elétrica
Quadro: Berço semiduplo
Suspensão dianteira: Garfo telescópico com 240 mm de curso
Suspensão traseira: Balança monoamortecida links com 220 mm de curso
Freio dianteiro: Disco de 245 mm de diâmetro
Freio traseiro: Disco de 203 mm de diâmetro
Pneus: 110/70-17 (d)/ 130/70-17 (t) (250X) - 80/90-21 (d)/ 120/80-18 (t) (Lander)
Comprimento: 2.096 mm (X)- 2.125 mm (Lander)
Largura: 830 mm
Altura: 1.163 mm (X) - 1.180 mm (Lander)
Distância entre-eixos: 1.390 mm
Distância do solo: 225 mm (X) - 245 mm (Lander)
Altura do assento: 870 mm (X) - 875 mm (Lander)
Peso em ordem de marcha: 143 kg (X) - 142 kg (Lander)
Tanque de combustível: 11 litros
Cores: Laranja e preta (X) - azul, vermelha e preta (Lander)
Preço sugerido: R$ 13.266,00 (X) - R$ 12.331,00 (Lander)
Mais informações: www.yamaha-motor.com.br
Fotos: Caio Mattos.
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