Honda XL 1000V Varadero: Prazer em viajar
Rodamos mais de 1500km com esta moto para saber se o conforto é seu ponto forte. Confira!
Por André Jordão
Por André Jordão
André Jordão
O público brasileiro conheceu de perto a XL 1000V Varadero pela primeira vez em agosto de 2007, quando começou sua importação da Espanha. Desde então ela é uma opção de “Max Trail” para quem gosta de fazer longas viagens.
Imponente. Essa é uma palavra que adjetiva bem a Varadero. Ao vê-la, você logo percebe que a cidade não comportará seus 241kg, e a vontade de “cair” na estrada aparece já no primeiro acelerar. Aliás, um belo som é emitido pelos dois escapamentos, localizados um de cada lado da motocicleta.
Esse ronco é resultado do DOHC (duplo comando de válvula no cabeçote), de 996 cm3, arrefecido a líquido, com dois cilindros em forma de V-Twin, inclinados a 90º, que constituem este motor. Ele registra um torque de 9,9 kgf.m a 6.000 rpm, oferecendo uma potência máxima de 93,8 cv a 7.500 rpm.
Na prática
Não escolhi um destino específico para rodar com a XL 1000V Varadero. Sendo assim, passei pela Rodovia Ayrton Senna, Bandeirantes, Anhanguera, entre outras. Em todas estas, a velocidade limite é muito baixa se comparada à velocidade final desta motocicleta. Você pode colocar sexta marcha e viajar tranquilo, sem precisar se preocupar com o câmbio.
Entretanto, senti falta de desempenho. O motor tem que estar cheio para o acelerador corresponder ao seu comando. Em sexta marcha, com giro baixo, pode torcer o cabo, que você não sentirá tranco algum, pelo contrário, ela responde com calma até chegar aos 6.000rpm. Agora, se na saída do pedágio você vem subindo o giro, marcha a marcha, atingirá os 200km/h com facilidade.
A aceleração é bem linear, graças ao sistema de injeção eletrônica PGM-FI (Programmed Fuel Injection), que ainda reduz o consumo de combustível. Ela também dispõe de um sistema responsável em verificar o funcionamento do motor, por meio de sensores, que controlam o fluxo de ar e minimizam a emissão de gases. Com isso, a Varadero está em conformidade com a norma Européia Euro3, similar ao PROMOT 3 (Programa de Controle da Poluição do Ar por Motociclos e Veículos Similares).
Conforto que conquista
Viajando e viajando. Só assim dá para saber o quanto a Varadero é confortável. A comodidade, tanto para o piloto quanto para o garupa, é ampliada pelo assento com formato mais largo. O tecido texturizado melhora a aderência e impede que o garupa escorregue para frente. Larga também é a pedaleira do passageiro, que resulta em melhor apoio para os pés.
Na estrada, dificilmente fui ultrapassado. Legítimas esportivas, naked’s super velozes, todas elas ficavam pelo caminho. Lógico que não estou falando em desempenho, mas sim na ergonomia. Com uma postura ereta e protegido pelo pára-brisa, que oferece regulagem, o motociclista se sente apto a viajar centenas de quilômetros. O tanque também ajuda, com 25 litros — média de 16km/l — ela chega a rodar 360km, antes de ascender a luz de reserva.
Aliás, o painel dela parece retrô. Completo e com dois grandes mostradores redondos, ele informa a rotação do motor e a velocidade. Completa as informações, relógios, temperatura do motor e luzes de advertência. Apesar da ausência do marcador de gasolina, a Varadero traz um computador de bordo que informa o consumo imediato e a autonomia da moto quando o nível de combustível chega à reserva.
Dual Purpose?
A ciclística é composta por um quadro tipo diamante com o motor fazendo parte da estrutura, suspensões telescópicas de longo curso na dianteira e um único conjunto mola-amortecedor fixado por links à balança traseira. As rodas de liga-leve são calçadas com pneus de uso misto, muito mais on do que off-road. Porém, o grande ponto positivo é o conjunto de suspensões que absorvem as imperfeições do asfalto sem incomodar o piloto. Claro que, apesar da proposta de uso misto, esta moto não foi projetada para o off-road pesado.
Para comprovar isso fui para terra. Meu Deus! Os pneus (110/80 na frente e 150/70 na traseira) sem câmara, são completamente urbanos. Nas estradas de terra por onde passei, sofri para conduzi-la. Tenho 1.90m e a todo tempo estava consertando o traçado na perna, mais que no braço. Ela sai de traseira e chicoteia muito: um piloto com pouca experiência deve permanecer no asfalto com esta motocicleta.
O sistema de freios traz discos duplos na dianteira e simples na traseira. Esta Honda ainda possui o sistema Dual Combined ABS (antitravamento), que mesmo no fora de estrada funciona muito bem. A XL 1000V Varadero está cotada em R$ 49.269,16 (US$ 28.064,00). O valor tem como base o Estado de São Paulo e não inclui despesas com frete e seguro. A garantia é de um ano, sem limite de quilometragem.
Ficha técnica:
Motor: DOHC, 4 tempos, 2 cilindros em “V” a 90º, 8 válvulas e refrigeração líquida
Capacidade cúbica: 996 cm3
Potência máxima (declarada): 93,8 cv a 7.500 rpm
Torque máximo (declarado): 9,9 kgf.m a 6.000 rpm
Câmbio: Seis marchas
Transmissão final: Por corrente
Alimentação: Injeção eletrônica
Partida: Elétrica
Quadro: Diamond
Suspensão dianteira: Garfo telescópico, com tubos de 43 mm de diâmetro e curso de 155 mm
Suspensão traseira: Monoamortecida Pro-Link, com curso de 116 mm e ajuste da pré-carga da mola
Freio dianteiro: Duplo disco flutuante de 296 mm. Pinças de freio com 3 pistões
Freio traseiro: Disco flutuante de 256 mm e pinças de freio com 3 pistões
Pneus: 110/80 – ZR19 (diant.)/ 150/70 – ZR17(tras.)
Comprimento: 2.295 mm
Largura: 925 mm
Altura: 1.500 mm
Distância entre-eixos: 1.560 mm
Distância do solo: 181 mm
Altura do assento: 838 mm
Peso seco: 241,5 kg
Tanque de combustível: 25 litros
Cores: Vermelha e prata
Preço sugerido: R$ 49.269,00
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