Ducati Diavel: 162 cavalos de pura atitude

Muscle custom italiana com alma esportiva tem torque de sobra, design arrebatador e traz controle de tração e freios ABS

Por Aladim Lopes Gonçalves

Aldo Tizzani

Inovadora, potente e, de certa forma, instigante. Praticamente impossível ficar indiferente a Ducati Diavel. Dotada de linhas diferenciadas, que transpiram o que há de melhor no design italiano, a Diavel é, acima de tudo, uma moto bela. Mas não só. Esta “diabólica” moto tem porte avantajado, musculoso, e um motor com DNA esportivo: capaz de produzir até 162 cv de potência máxima e deixar um rastro de borracha no asfalto.

Antes de encarar este “demônio” em forma de moto, tive um curso rápido de como habilitar algumas funções desta máquina italiana, recheada de tecnologia. O ponto mais importante é aprender a ajustar a entrega de potência, que pode variar entre 100 e 162 cv de potência máxima. Já que a Diavel conta com três modos de pilotagem: Sport, Touring e Urban, bastante úteis e necessários para se domar uma motocicleta custom com alma esportiva. Além disso, a Diavel conta com praticamente o mesmo pacote tecnológico que equipa a big trail Multistrada 1200, que compreende ainda controle de tração (Ducati Traction Control); acelerador eletrônico (ride-by-wire) e freios ABS.

Soco no estômago
Na alma dessa diabólica Ducati está o motor Testastretta 11°, derivado dos potentes esportivos da marca, porém adaptado para uma entrega de potência mais linear. Os dois cilindros em “V” a 90° e 1.198,4 cm³ de capacidade produzem 162 cavalos de potência máxima a 9.500 rpm no modo “Sport”, o mais radical. Claro que potência é importante, mas o que impressiona mesmo é seu torque máximo de 13 kgfm a 8.000 rpm. Quando se acelera com vontade, o motociclista sente aquele soco na boca do estômago e precisa se “segurar” no guidão. A moto também conta com uma boa retomada.

Para suportar toda essa transferência de força, o câmbio de seis marchas da Ducati Diavel ganhou componentes mais resistentes. Resultando em engates suaves e precisos, apesar da embreagem não ser das mais macias, aliás, uma característica das motos de Borgo Panigale. Mas a precisão na troca de marchas, sem trancos, deve-se ainda a adoção de uma nova embreagem deslizante. Útil também em reduções mais bruscas.

Ciclística (quase) esportiva
O projeto da Diavel traz o tradicional quadro em treliça, uma espécie de assinatura em aço da marca italiana, que garante rigidez a torções. Com 1.590 mm de distância entre-eixos, essa muscle custom italiana garante bastante estabilidade nas retas, mesmo em altas velocidades – como era de se esperar, vale dizer.

O conjunto de suspensão – garfos invertidos Marzocchi de 50 mm de diâmetro, na dianteira, e amortecedor Sachs posicionado horizontalmente, na traseira, ambas com 120 mm de curso – mostrou-se bastante firme, praticamente com o mesmo comportamento de uma moto esportiva. Desta foram, a Diavel é perfeita para rodar em estradas com asfalto de primeira. Mas em pisos irregulares, essa Ducati (e o piloto sobre ela) sofre um pouco.

Mas é nas estradas sinuosas e em velocidades mais altas, que a Diavel revela sua faceta mais esportiva, proporcionando muito prazer e revelando sua herança ducatista. Por ser um modelo custom, até que a Diavel oferece boa inclinação nas curvas. Para frear os 210 kg a seco da Diavel, a fábrica italiana instalou o que há de mais moderno em termos de sistema de segurança. A moto conta com dois grandes discos de 320 mm de diâmetro na dianteira, mordidos por pinças monobloco de quatro pistões. Na traseira, disco de 265 mm com pinça de pistão duplo, instalado inusitadamente na parte interna da roda, perto do cubo e do mesmo lado da coroa. Para aumentar a segurança, o modelo conta com freios ABS. Os sistemas foram fornecidos pela Brembo e Bosch.

Apresentada no Salão de Milão (EICMA 2010), a ousada Ducati Diavel – com sua rabeta minimalista e piscas embutidos nas laterais dianteiras –, oferece boa dose de conforto em função de um banco largo e com espuma de boa densidade. Além disso, o piloto fica com o tronco um pouco inclinado para frente – herança dos modelos esportivos – braços esticados e bem abertos. Já as pernas ficam bem encaixadas na moto. Apesar de tanta tecnologia embarcada, os comandos são de fácil acionamento. As mudanças de setup podem ser acompanhadas no painel de instrumentos inferior, que apresenta também a marcha engatada, a média de consumo e o modo de pilotagem que o motociclista escolheu para conduzir a Diavel (Sport, Touring e Urban). Já o superior informa, basicamente, velocidade, temperatura do motor, giros do motor e relógio.

Concorrentes
Em função do alto preço e de seu comportamento mais “nervoso”, a Ducati Diavel é para pilotos experientes e endinheirados. Motociclista que deseja um produto diferenciado, que alie status, conforto e desempenho.

Disponível em duas versões: a standard por R$ 72.900; e a Carbon, que como o próprio nome sugere, trata-se de uma edição especial com detalhes em fibra de carbono, custa R$ 78.900. No mercado internacional, suas principais concorrentes são os modelos da família V-Rod da Harley-Davidson (V-Rod Muscle) e também a Yamaha V-Max 1700.

Ficha Técnica
Motor:
dois cilindros em “V” a 90°, quatro tempos, refrigeração líquida
Capacidade cúbica: 1.198 cm³
Potência máxima: 162 cv a 9500 rpm
Torque máximo: 13 kgfm a 8.000 rpm
Sistema de alimentação: Injeção Eletrônica
Relação de compressão: 11.5:1
Sistema de partida: Elétrica
Câmbio: Seis velocidades
Transmissão final: Corrente
Capacidade do tanque: 17 litros
Chassi: Quadro em treliça
Suspensão dianteira: Garfos invertidos Marzocchi de 50 mm de diâmetro e 120 mm de curso
Suspensão traseira: Monoamortecedor Sachs, com 120 mm de curso
Freio dianteiro: Discos de 320 mm de diâmetro mordidos por pinças monobloco de quatro pistões
Freio Traseiro: Disco de 265 mm com pinça de pistão duplo
Roda/pneu dianteiro: 120/70 ZR 17 Pirelli Diablo Rosso II
Roda/pneu traseiro: 240/45 ZR17 Pirelli Diablo Rosso II
Altura do Assento: 770 mm do solo
Distância entre-eixos: 1590 mm
Peso seco: 210 kg
Cores: Preta e Vermelha
Preço Sugerido: R$ 72.900 (Standard) e R$ 78.900 (Carbon)

Fotos: Doni Castilho


Fonte:
Agência Infomoto

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