BMW Xcountry: Boa opção para o dia-a-dia
Com motor de um cilindro e 652 cm³, a moto alemã supera seu visual espartano.
Por André Jordão
Por André Jordão
Arthur Caldeira
Concebida como uma releitura das antigas scramblers, a BMW G 650 Xcountry é o tipo de motocicleta melhor de se pilotar do que de se olhar. Afinal, seu design bastante simples destoa do restante da linha da marca alemã. Não desperta paixões e nem chama a atenção por onde passa, porém ao pilotar a Xcountry suas qualidades aparecem.
A começar pela excelente posição de pilotagem. Bastante ereta herança das motos trails, o piloto conta com um guidão em alumínio e com um largo e confortável banco em dois níveis.
A sensação de conforto é reforçada pelo eficiente conjunto de suspensões, que absorvem as imperfeições do asfalto e também se sai muito bem no off-road. Aliás, o que a Xcountry fica devendo no aspecto visual compensa com sua versatilidade.
Ciclística versátil
Garfo dianteiro invertido (upside-down) com curso de 220 mm e balança traseira de alumínio monoamortecida formam o conjunto de suspensões da Xcountry.
Amarradas ao quadro perimetral em aço e alumínio, as suspensões oferecem o equilíbrio ideal entre rigidez no asfalto e em curvas e suavidade de funcionamento em estradas de terra.
Outro fator que contribui para a versatilidade desta scrambler alemã vem da opção da fábrica em equipá-la com rodas aro 19 na dianteira e 17 na traseira.
Diferenciando-a das motos trail (com rodas aro 21 e 18) e das supermotards com rodas aro 17. Na prática, outro ponto positivo que ajuda a Xcountry ser uma moto polivalente.
Meio termo entre suas irmãs Xmoto (supermotard) e Xchallenge (off-road), que não são mais comercializadas no Brasil, a Xcountry é bastante versátil. Uma opção para quem quer uma moto para rodar na cidade e ao mesmo tempo encarar uma pequena aventura de final de semana.
Outra vantagem para os baixinhos é que a Xcountry tem o assento a apenas 800 mm do solo – Xmoto e Xchallenge eram bem mais altas com o banco a 900 e 930 mm respectivamente.
A versão da Xcountry testada, chamada de Top, traz freios ABS de série. Equipamento sempre bem-vindo para enfrentar situações de emergência no trânsito urbano. Mas os freios por si só também merecem elogios. Na dianteira, um grande disco de 300 mm de diâmetro com pinça de dois pistões e, na traseira, um disco de 240 mm com pinça de um pistão dão conta de parar com segurança os 161,5 kg de peso em ordem de marcha.
Motor atualizado
Seu motor de um cilindro e 652 cm³ de capacidade é um velho integrante da linha BMW, mas agora atualizado. O novo desenho da câmara de combustão e o duplo comando de válvulas fazem o propulsor render mais: agora são 53 cv a 7.000 rpm e 6,12 kgf.m a 5.250 rpm.
Demonstrando sua ampla faixa útil e também sua personalidade. Ele funciona de forma mais suave nas médias rotações – em rotações mais baixas parece engasgar e em giros muito altos vibra excessivamente.
Aliás, uma característica dos monocilíndricos de grande capacidade.
Na prática, a Xcountry roda com desenvoltura no trânsito urbano, pois exige poucas trocas de marchas e tem uma retomada vigorosa. Já em estradas, não desenvolve velocidades estonteantes, mas tem fôlego para empurrar essa BMW até os 150 km/h – com bastante vibração. Em quinta marcha, a Xcountry é confortável para se manter 120 km/h de velocidade de cruzeiro.
Nessa tocada, a fábrica declara um consumo de 21 km/l – que, com seu tanque de 9,5 litros resulta em uma autonomia de 200 km. Outra prova que não se trata de uma moto estradeira, mas sim de uma boa companheira para o dia-a-dia.
Função acima da forma
Depois de rodar com a BMW Xcountry chega-se a conclusão que ela tem uma personalidade de moto alemã, na qual a funcionalidade supera a forma. Apesar de não ter um grande apelo estético, a Xcountry é uma boa motocicleta que corresponde a sua proposta.
Além do design não agradar a todos, essa BMW, assim como outras motos da marca, têm contra seu sucesso o alto preço.
A Xcountry Top tem preço sugerido de R$ 41.900,00 (a standard, sem ABS, sai por R$ 37.900). No mercado brasileiro, há outras motos com a mesma capacidade cúbica por um preço mais em conta, caso da trail Yamaha XT 660R e da naked MT-03. Ambas usam um motor de um cilindro e 660 cc e são vendidas a R$ 27.273 e R$ 26.950, respectivamente.
Claro que têm propostas diferentes, mas a trail XT 660R também oferece bastante versatilidade.
Restam ainda como vantagem para a BMW Xcountry seu valor de seguro mais baixo e a diferenciação de se rodar com o logotipo da hélice estilizada estampado no tanque.
FICHA TÉCNICA
Motor: Quatro tempos, um cilindro, comando duplo no cabeçote (DOHC) e refrigeração líquida
Capacidade cúbica: 652 cm³
Potência máxima: 53 cv a 7.000 rpm
Torque máximo: 6,12 Kgf.m a 5.250 rpm
Câmbio: 5 velocidades
Transmissão final: corrente
Alimentação: injeção eletrônica
Partida: Elétrica
Quadro: Construído em aço/alumínio
Suspensão dianteira: Garfo telescópico invertido, com ajustes de compressão e retorno, com tubo de 45 mm de diâmetro e 220 mm de curso
Suspensão traseira: Balança de alumínio com um único conjunto mola-amortecedor com 165 mm de curso
Freio dianteiro: Disco simples de 300 mm de diâmetro com pinça de dois pistões
Freio traseiro: Disco simples com 240 mm de diâmetro e pinça de um pistão
Pneu dianteiro: 100/90-19
Pneu traseiro: 130/80-17
Comprimento total: 2.185 mm
Largura: 875 mm
Altura do assento: 800 mm
Peso seco: 149,5 kg
Tanque de combustível: 9,5 litros
Cores: Amarela e preta
Preço: R$ 37.900,00 (sem ABS) e R$ 41.900,00 (com ABS)
FOTOS: Gustavo Epifânio.
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