MotoGP Austrália: Entre erros e injustiças, fez-se justiça

Colunista faz uma análise afiada sobre os pilotos e suas máquinas em mais uma rodada de motovelocidade

Por Aladim Lopes Gonçalves

Giglio Val

Outra chamada meio épica, mas que desta vez tem algo de fundo. O circuito de Phillip Island é muito bonito e tem mesmo algo de místico. No ano passado tivemos uma corrida mambembe onde os  pilotos tinham a obrigação de trocar de moto na 10º volta, o que foi até divertido e garantiu a Marc Marquez uma bandeira preta por não saber fazer conta.

Desta vez, aparentemente os pneus deram conta do recado, e pudemos ver uma corrida que foi um verdadeiro show de caídas, tanto que para esta etapa, bastou terminar a corrida para pontuar.

Na pole, sem grande surpresa, saía Marc, ao lado de Crutchlow (!!!) e Lorenzo. Rossi largava apenas em 8º.

Ao largar, Marc largou melhor que de costume, mas não melhor que Lorenzo que já pula na liderança, Pedrosa afunda e Rossi já vem para 4º. Após a aparente confusão, todos se alinham.

Marc já em 2º, toma pouco tempo para atacar Lorenzo, que estava muito bem, mas não teria ritmo para a Honda de Marc, que virou muito bem todo o fim de semana. Marc assume a ponta, em boa disputa com seu compatriota, mas acaba mesmo indo para frente para então começar a abrir. Neste momento Pedrosa chagava a andar em 9º, foi quando começou a reagir e foi atingido em cheio na traseira por Iannone, que não teve um fim de semana como de costume, pois esteve meio apagado, e nesta panca vai para o chão e se machuca um pouco.

Pedrosa seguiu, mas teve de encostar lago depois, e fim de corrida para ele também.

Lá na frente Rossi encostou em Lorenzo para iniciar uma épica luta pelo segundo lugar , enquanto Marc já estava a mais de 1 segundo adiante, e por certo iria se beneficiar da batalha das Yamaha e poder escapar mais ainda.  E foi assim, Rossi e Lorenzo, sempre muito combativo dão verdadeiro show de agressividade e elegância, muita técnica e ímpeto.

Mas caro leitor, Rossi em dia inspirado é muito pedreira, até para Jorge Lorenzo... Rossi estava mesmo mais rápido e com uma tocada de gênio, que lhe é peculiar , passa Lorenzo de vez , neste momento a quase 4 segs de Marc e já abrindo de Jorge, eu  não acreditava que teria condições de alcançar a formiga atômica.

Chamo atenção neste momento que Crutchlow já havia escapado do segundo pelotão e numa tocada muito rápida vinha trazendo sua Ducati para cima de Lorenzo que perdia ritmo.

Faltando 10 voltas, eis que o inesperado ocorre... Marc Marquez cai na curva 9, creio, aliás onde vários caíram mesmo no moto 2, e el Doctor tem caminho livre para mais uma vitória! Fico muito feliz por ele, mas sinto pelo azar de Marc que vinha correndo muito bem.

Algumas voltas depois, Crutchlow passa Lorenzo e vem para dar um excelente resultado a Ducati, e seu melhor resultado de carreira no MotoGP. Mas cai na ultima volta! Que azar!

Aliás numa corrida de tantas quedas, é importante lembrar na seriedade de um dos mais importantes dispositivos de segurança da competição: o capacete.

A tecnologia de fabricação dos capacetes é brutal, e seus compostos não variam muito entre as marcas, apesar da estrutura mecânica e design serem as assinaturas de cada fabricante.

Por estrutura, são típicos composições de fibra de vidro, carbono, Kevlar e variantes de poliuretano, que garantem a rigidez com leveza, assim como o enchimento tem de prover segurança e conforto ao piloto , e a necessária acústica para que sem exagero possa-se ouvir a própria moto e outra moto que esteja por detrás.

Os mais comuns capacetes do grid são: AGV, Airoh, Arai, HJC, Nolan, Scorpion, Shark, Shoei, e X-Lite.

Rossi vence mais uma este ano! E com méritos, já que foi rápido sem cair, e Lorenzo de bandeja leva o segundo lugar, e pasmem, Smith fecha o podium em seu melhor resultado no MotoGP.

Outro resultado interessante foi Barberá em 5º!, atrás de Dovi, que esteve bem apagado mas pode beliscar bons pontinhos.

No moto2, Viñales vence uma corrida muito disputada, seguido de Luthi e Rabat. A decisão pode ter ficado para a Malásia, e é para lá que vamos na próxima etapa.

No moto3, deu Miller, Alex e Rins. Aqui outro Marquez está com as mãos quase no caneco!

Giglio Val é engenheiro e administrador de empresas. Fundou o Blog do Giglio (gigliof1.blogspot.com), que trata do mundo das competições. Foi patrocinador principal e manager do piloto brasileiro Danilo Lewis, que correu o Italiano de Stock 600cc Michelin Power Cup em 2011 e o SuperBike no Brasil 2011 e 2012, assim como o WSBK Superstock 1000 em duas etapas em 2012. Destemido, segue em busca de outro talento, e trabalha intensamente no projeto “Brasil no pódio da MotoGP 2015”.


Fonte:
Equipe MOTO.com.br

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