Um tour de moto em direção a Cabo Frio

Revivendo lugares e pessoas ao longo de três dias e 970 km de estrada.

Por Leandro Alvares

José Ary Leite

Na manhã do dia 5 de abril deste ano, resolvi fazer um tour de Vila Velha (ES) a Campos RJ, passando pelo litoral sul do Espírito Santo e Norte do Rio de Janeiro.

Comecei às 9h e fui até Guarapari (ES), situado a 47 km pela ES-010, Rodovia do Sol. Seguindo nesta rodovia passei por Anchieta, cidade histórica do Espírito Santo a mais 30 km, e depois Piúma, mais 15 km. De lá, fui até Marataízes, outros 15 km. Todo esse trecho em asfalto e com belíssimas praias de areias extremamente brancas.

A partir de Marataízes começa a alternar o tipo de piso, ora terra ora asfalto, pois este trecho até à divisa com o Estado do Rio de Janeiro ainda está em construção, mas as partes de terra estão em ótimas condições de tráfego.

Nesta região, as praias começam a ficar longas, mas é comum encontrar lagos, lagoas e foz de muitos rios, onde pousadas aconchegantes a preços razoáveis em lugares paradisíacos são atrativos para viajantes de fim de semana como eu.

Ao rodar 50 km, entrei no Estado de Rio de Janeiro. Roda-se apenas 3 km de terra e o asfalto aparece, porém ainda precário necessitando de mais atenção dos motoristas por causa dos muitos buracos surpresa na pista, mas as praias e os vários lugarejos tornam a viagem muito agradável devido à beleza natural da região e de sua gente mansa e de boa conversa.

Da divisa até Gargaú (RJ) a pista é asfaltada. A partir daí, são 40 km com trecho de terra, desta vez bem difícil em algumas partes. Devido ao baixo nível do terreno, existem muitas áreas alagadas, necessitando às vezes esperar horas para a água baixar ou enfrentar verdadeiras lagoas na estrada com até 150 m de comprimento. Eu passei com possas bem pequenas, graças a Deus.

Depois das ditas “lagoas” vem um trecho de asfalto que me fez esquecer os buracos passados. Creio que posso chamar a estes buracos de “panelas”, pois alguns engoliam a moto.

Cheguei a Campos (RJ) às 17h. Como ainda estava cedo, liguei para o meu pai que mora em Cabo Frio, a mais 120 km pela BR-101 e depois por Rio das Ostras, e decidi fazer-lhe uma visitinha básica, chegando à sua casa às 20h.

Meu pai, como um bom cicerone, levou-me para tomar um caldinho delicioso e depois de uma boa conversa, fomos dormir. Domingo, após o café da manhã que perecia de hotel, fomos dar uma geral nas motos, isso porque meu pai aos 78 anos tem e usa uma Honda Dream 100cc.

Como são boas essas manutenções despretensiosas, nos relaxam muito e podemos botar o assunto em dia. Fico pensando em quantas vezes nos privamos de momentos assim com pessoas que amamos, por simples preguiça ou falta de contato.

Da minha casa até à casa de meu pai são apenas 400 km. Pouco, visto que tenho o hábito de fazer viagens de fins de semanas de 1.600 ou 2.000 km. Além de estar em cidades tão agradáveis como Cabo Frio, Búzios ou Arraial do Cabo.

Meu pai mora no bairro Palmeiras, um lugar cheio de história, tranqüilo e com uma lagoa linda que foi restaurada há pouco tempo, tornando a cidade ainda mais agradável ao turista. Além de ser uma cidade bonita, Cabo Frio oferece agitos desde a rua dos Biquínis até a Praia do Forte, enfim, tenho muitos motivos para voltar.

Desta brevíssima viagem, guardei apenas a vontade de ficar mais tempo para curtir meu pai e a cidade. Em breve voltarei! Segunda logo cedo, depois de dar um bom abraço no “coroa”, fui até Rio das Ostras, depois fui pra Rio Dourados e acessei a BR-101 até a entrada de Macaé e também entrada para Glicério pela RJ-168 a caminho da serra, onde fica a Represa da Quanta.

Este percurso começa em asfalto até à entrada de Sana, depois para Tapera na RJ-162, com paisagens lindíssimas de interior com muitos vales, depois vira estrada de roça (picada de burro) até Trajano de Morais (RJ). Daí fui a Visconde de Imbé, depois Madalena na RJ-146, depois por indicação de um motorista da prefeitura de Madalena, voltei e passei por outra serra muito linda que não conhecia, a RJ-172-176 até São Sebastião do Alto RJ, onde tive o privilégio de assistir a um pôr do sol que não via desde Puerto Natales, no Chile.

Pena que acabou, então fui para Itaocara pela RJ-116, onde abasteci e fui até S. Antônio de Pádua. Acessei a RJ-186 até Bom Jesus do Itabapoana a 163 km, jantei e rumei para Santo Eduardo por meio da RJ-230 com 47 km até a BR-101. Fui parar em Vila Velha (ES), chegando em casa às 23h.

Foi um passeio de 970 km em três dias, no qual revi alguns lugares, pessoas e conheci outras muito interessantes. Eu recomendo este moto-passeio para os “irmãos” e me disponho a ir junto como guia, se for possível, e passar novamente um fim de semana em Cabo Frio ou Búzios, quem sabe.

Viaje nesta região, é muito lindo e você voltará para casa cheio de endorfina. Até a próxima!
 
O “motonauta” José Ary Leite participou do Moto Repórter, canal de jornalismo participativo do MOTO.com.br. Para mandar sua notícia, clique aqui.

Fonte:
Moto Repórter

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