O dom de andar sobre a água

Passeio esportivo sentido Igaratá, com o intuito de praticar wakeboard, além de muito jet ski.

Por André Jordão

André Jordão

Era sexta-feira, no fim dela decidimos andar de wakeboard na represa de Igaratá (SP), que conhecemos muito bem. Então era hora de dormir, pois no sábado sairíamos muito cedo para aproveitar ao máximo.

Ainda dava tempo de ligar o computador e dar uma olhada na previsão do tempo; não que desistiríamos se chovesse, ao contrário, queríamos ver o tamanho do desafio que nos propusemos a fazer.

Pronto, confirmamos a chuva, agora era descansar para aproveitar o máximo no dia seguinte. Às 6h30 já estávamos de pé e prontos para a viagem. Frio, vento e aquela sensação de que a água estaria congelando.

Nos encontramos na portaria do condomínio e partimos. Pensamos muito em ir de moto, já que estávamos em quatro pessoas, mas não foi possível despachar o jet ski, então fomos de carro e o levamos no engate.

Muita expectativa se formava a cada quilômetro passado, uma mistura de ansiedade com muita curiosidade, afinal nunca aviamos praticado este esporte, que além de caro necessita de um espaço generoso. Chegamos.

O Tião logo nos atendeu, como sempre, e logo disse: “a água está quente”. “Será?”, pensei, duvidando com todas as minhas forças, pois parecia ser algo impossível.

E que espaço nos deparamos ao chegar! Como já disse, conheço muito bem a represa, no entanto, ela não me conhecia, mas nos recebeu com “boas-vindas”.

Lembra do frio e da água congelante? Eles simplesmente sumiram ao primeiro contato com a água. Turva, entretanto quente, que parecia estar sendo aquecida por um sol somente dela.

Feitas as devidas apresentações, colocamos o jet na represa e logo o primeiro amigo calçou as botas do wake, disposto a surpreender e quem sabe ficar de pé já na primeira vez. Não seria fácil, e na primeira rodada ninguém ficou de pé.

Vamos dar uma relaxada e “andar de moto sobre a água”, afinal andar de jet pra mim é isso. Não sei se é a paixão por motocicletas que me faz relacionar tudo a ela, só sei que aquela represa, somado àquele Jet ski, proporcionaram-me a melhor terapia de toda a minha vida.

Hora de nova tentativa, até porque o objetivo era praticar o esporte. Formamos uma bateria e foi um por um, tombo atrás de tombo, até que o primeiro conseguiu. Que emoção, gritos ecoando naquela porção generosa de terra, diziam: “Estou de pé, de pé, de pé”.

Cada um com seu tempo, mas todos foram se destacando, uns ficando de pé e tentando manobras. Outro que não teve a proeza do esporte ao menos mostrou toda a habilidade em cima do jet e conduziu com maestria seus amigos a bordo do wake.

Cansados como nunca havíamos ficado ainda tomaríamos um susto. A marinha estava na represa, só um de nós tinha Arrais e no momento da abordagem eu estava pilotando sem habilitação.

Eles foram bem tranquilos, só pediram documento da embarcação, que estava em dia, não encanou com ninguém, só demonstrou preocupação, por ter muitos veículos roubados na região.

Graças a Deus tudo tinha dado certo. A experiência foi maravilhosa, gerando conversa para o resto do final e para toda a semana.

Recomendo a todos que tenham a oportunidade. E a você que ama moto, sinta o prazer de andar sobre a água.

PS: Ficarei devendo as fotos, pois a máquina caiu em uma das voltas pela represa, me desculpem.


Fonte:
Equipe MOTO.com.br

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