Mil quilômetros de aventura em um dia

Sara Penteado Pinheiro

Para ser mais exata foram 1062km, de São Paulo a Foz do Iguaçu em duas rodas. Este foi o desafio lançado pelo meu pai. Tenho 17 anos sou uma pré-vestibulanda muito estressada, estou concorrendo a uma vaga de medicina e pensei: “Será uma ótima oportunidade para descansar”, então aceitei na hora.

Domingo, dia 12 de julho de 2008, cinco e trinta da manhã, uma madrugada fria. Caímos na estrada, o banco confortável da garupa e as longas retas da rodovia Castelo Branco pela frente, não deu outra, cochilei a ponto de bater capacete com capacete.

Só fui acordar quando saímos do estado de São Paulo e entramos no Paraná, a pista ficou simples e um enorme caminhão no sentido oposto passou por nós, eu levei um susto tão grande que não dormi mais durante toda viagem.

Depois de 12 horas finalmente chegamos a Foz do Iguaçu. Ao sair da moto eu não conseguia juntar minhas pernas e fiquei andando com elas abertas durante algumas horas.

Na segunda-feira fomos ao Paraguai fazer compras e no meio do dia me deu uma dor de cabeça muito forte, entramos na farmácia meio desconfiados e compramos um analgésico Paraguaio.

Batata! Tomei uma cartela e a dor não sumiu, por força do peso nos braços e na cabeça atravessamos a ponte rumo à procura de um analgésico Brasileiro. Que alívio, a dor sumiu e olha que não era doril.

Aproveitamos pra deixar as compras no hotel, contratamos dois moto-táxis brasileiros. A ida foi bem, mas na volta, ao entrar em uma curva, o pneu da moto em que eu estava estourou, provavelmente era do Paraguai, e meu pai que estava em outra moto logo atrás levou o maior susto e eu nunca vi o chão tão perto, mas pela graça de Deus foi só o susto. Aqui vai uma saudação ao Led e seu colega, dois pilotos competentes.

Terça-feira partimos de Foz rumo a Curitiba, mais 640 km na bagagem e dormimos nos meus tios. Na quarta de manhã na companhia de minha prima Marta fizemos um passeio pela cidade e fomos ao bairro de Santa Felicidade, onde visitamos duas lojas de vinhos, a Durigan, onde fomos muito bem recebidos pelo gerente o Gerson, e a Dô Avô. Meu pai degustou alguns vinhos e os achou maravilhosos assim como as lojas.

Em seguida fomos a um tradicional restaurante italiano chamado Madalosso, onde fomos muito bem atendidos pelo Tadeu. Comemos muito, polenta frita e nhoque a bolognesa, estavam deliciosos.

Na quinta-feira de manhã retornamos a São Paulo. Consegui descansar a cabeça e ser CDF até na viagem. Um abraço aqueles que encontramos no caminho e deram a maior força para a aventura, e a todos que estão lendo a matéria.

A “motonauta” Sara Penteado Pinheiro participou do Moto Repórter, canal de jornalismo participativo do MOTO.com.br. Para mandar sua notícia, clique aqui.