Encontro de Piraju (SP)

Colunista participa do encontro paulista e fala das motos do passado e de novos lançamentos

Por Aladim Lopes Gonçalves

Reinaldo Baptistucci

Boa tarde! Enche o tanque.... Saindo de São Paulo, sexta-feira ao meio-dia, não era possível querer andar rápido na marginal entupida. Sabendo disso, e sem pressa, aproveitei para verificar o nível de óleo e calibrar os pneus da Suzy, lembrando das noticias que li sobre os novos lançamentos – Yamaha XT 1200 Z, Fat Boy da HD, as verdinhas da Kawasaki, Honda XL 700V Transalp e VFR 1200, Ducati Multistrada 1200 e KMTs, e cheguei  à feliz conclusão que finalmente dessa vez o Brasil não ficou de fora e melhor foi levado a sério pelas montadoras. E saibam vocês que sim, nós merecemos. Só falta agora um pequeno, mas determinante e fundamental detalhe, o preço de todas essas belezuras.

Espetei primeira e sai do posto em direção a Rodovia Castelo Branco, pensando que já faz um bom tempo que parei de fazer contas, mas recordei de quando, no início de 1980, lançaram a CB 400 por aqui, seu valor de mercado era alto, só mesmo com muita grana você conseguia montar em uma, e verdade seja dita, a CB não era nenhuma coisa do outro mundo se comparada às motos que circularam por aqui na década de 70 (Honda 750-500-400 Four, Kawa Z1 900, Yamaha TX 500,650 e RD 350, Suzuki GT 380-550 e 750, BMs e HDs). O mercado de altas cilindradas naquela época era forte e expressivo mas, infelizmente, tinha acabado, e tivemos  que esperar até  1986 (quase 10 anos!!!) para ver ao vivo e em cores a magia negra da Honda, uma 750 de Babar.

Parado, na beirada da pista, fico vendo os brutos turbo interculados passarem. É bem provável que eles não sintam saudades dos antigos FENEMÊS, mas eu ainda lembro da fumaça e do cheiro do óleo 2T que inundava a garagem do meu pai quando eu ligava a minha Yamaha RD 350 no ano de 1974, porém desde aquela época uma certeza ainda nos une, a estrada e é por isso que eu estou nela indo para Avaré e Piraju (SP). Por lá vai ter um encontro promovido pelos Independes MC, são três da tarde e o céu está tingido de um cinza chumbo que lembra os olhos de uma procelária, mas não chove, e o frio finalmente chegou e com ele os novos lançamentos.

Piraju é uma estância turística com muitos atrativos e água de sobra devido a uma hidrelétrica e varias barragens em seu entorno, que dão ao visitante inúmeras formas de lazer, com direito a pescarias, escaladas, rafting, cachoeiras e principalmente uma gastronomia a base de peixe que é única. Foi nesse pedaço de céu que passei três dias, não só participando do evento, mas também podendo conhecer melhor essa região encantada.

O Encontro de Piraju foi bom, bem organizado e a área de camping ótima. Só não gostei dos maus tratos dados por alguns pilotos às suas máquinas. Elas não mereciam ser aceleradas até a faixa vermelha, dentro da praça de alimentação, e pior, estacionadas. Isso realmente não foi legal, mas deu pra agüentar. Só não sei até quando. Quem sabe vamos ter que esperar mais 10 anos!!! Até cair a ficha e o pessoal entender que moto não tem nada a ver com ESMERIL e sim com LIBERDADE, IRMANDADE, PAZ e principalmente ESTRADAS.

Abraços aos irmãos estradeiros.


Fonte:
Equipe MOTO.com.br

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