Duas escolas e o mesmo objetivo
Colunista narra a emoção de se fazer uma viagem com motocicletas diferentes
Por Aladim Lopes Gonçalves
Por Aladim Lopes Gonçalves
Reinaldo Baptistucci
Olhei para o espelhinho e a Harley-Davidson estava bem ali, colada na traseira da Suzy 1500cc, a bordo da EVO 1340cc iam o Alex e a Marina e na minha garupa a Solange que com a máquina em punho tirava fotos.
Nosso objetivo era muito simples, andar de moto pela já bem conhecida Rodovia dos Imigrantes (SP) que nessa época do ano esta florida de Quaresmeiras.
Por ser domingo e ainda não ter passado das 9h30 da manhã o trânsito era pequeno em direção ao Litoral Paulista. Rodávamos entre 90 km/h e 100 km/h em um tapete de concreto liso e de traçado suave.
Foi neste trecho que ficou evidente a enorme diferença entre as máquinas a começar pelo ronco dos motores. A Suzy em marcha tem um barulho de escape que lembra motor elétrico que zune no ouvido, já a HD mais parecia uma onça pintada enfurecida, solta e porque não dizer viva em plena Serra do Mar.
Incrível também era a diferença de tocada, postura, dinâmica, torque, peso, ciclística e principalmente, a suavidade no rodar. A Suzy tem a mania indiscreta de sempre me por pra fora da curva. Já a HD caía para dentro inclinando com tudo e mantendo firme a mesma trajetória.
Pilotando no trecho, relembrei de um passado muito mais simples. Tempo em que qualquer coisa que tinha duas rodas e um motor (ou pedal) no meio era mais que suficiente pra me deixar feliz. Hoje a busca intensa pela qualidade é sem dúvida positiva, mas a parafernália psicodélica dos sensores eletrônicos me deixa preocupado.
Mesmo assim, com tantas diferenças marcantes estávamos ali na mesma Estrada. Eles de carburada e nós de injetada. Sem dúvida são duas escolas totalmente distintas, mas com o mesmo propósito e objetivo... Viajar e ter o prazer de pilotar uma motocicleta.
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