De Rio do Sul (SC) a Bariloche (AR) de CG 1982
Emocionante relato do aventureiro que encarou uma viagem de longa duração com uma motinho muito valente
Por Usuário Motoreporter
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Sergio Jose da Silva
Olá. Sou Sergio Jose da Silva, conhecido pelos amigos como Serginho Silva. Tenho quase 45 anos e desde os 17 ando de moto. Já fiz umas boas maluquices, mas a melhor até aqui talvez tenha sido uma ida até San Carlos de Bariloche AR, com uma CG 1982. "Tentativa de suicídio" bastante interessante... rs,rs!
Meus amigos brincavam muito quanto a suposta fragilidade de minha motoquinha dizendo que não se arriscariam a ir com ela nem até Blumenau que fica distante de Rio do Sul, SC apenas 90 km. Pois bem, diante de tantos "deboches" resolvi ir até bem ao sul de nossa america tendo "certeza" de que a "poderosa" aguentaria o desafio. Instalei na motoca um baú de entregador de mais ou menos 80 litros. Nele levei, além de algumas roupas, várias chaves, espátula para sacar pneu, um compressor portátil, câmera de ar, óleo para troca... etc.
Uma das preocupações era com o fato de o tanque caber só 8 litrinhos de combustível, por isso levei um pequeno galão de 4.6 litros que em pelo menos 3 oportunidades me salvou! Saí no dia 09 de Julho de 2011 já sentindo bastante o frio que é comum em nossa região no inverno. Para que o amigo leitor tenha uma idéia, de Rio do Sul até a fronteira com a Argentina indo pelo oeste, são quase 600 km. Bem mais dos do que os 90 que meus amigos acreditavam que a CGzinha fosse aguentar.
Alcancei a fronteira no 1º dia chegando, portanto, a cidade de Dionísio Cerqueira. Foram quase 14 horas. Se fosse contar em detalhes todo o trajeto, talvez fosse aborrece-los. Por isso, resumindo, cheguei em Bariloche 7 dias após minha saída de rio do Sul. Foram 4 tombos em toda a viagem. Dois no barro e 2 no gelo. Gostaria de ressaltar que em todas as vezes que caí, prontamente motoristas argentinos pararam para me ajudar, exceto em uma quando caí em um deserto num trecho que tomei o caminho errado em um trevo próximo a PUELCHES e fiz 122 km por um desertão interminável.
Não encontrei ninguém vindo ou indo. Só estrada de terra e rípio. A maior nevasca dos últimos 30, 40 anos naquela região eu encarei (parte dela), na estrada a bordo de uma modesta, porém incrível CG 1982. Na volta demorei 6 dias passando por Buenos Aires e Uruguaiana. Senti muito frio, especialmente até próximo a grande Buenos Aires; pra cá ficou tranqüilo.
O investimento foi de cerca de 1.800 pagos pelos patrocinadores que aparecem no baú da motoca, a quem agradeço muitíssimo!! Em Janeiro que vem, irei até Punta de Leste (Uruguay) de Pop 100. Alguém dúvida?! kkkkkk
Abração a todos e em especial aos amigos do MOTO.com.br, a Bíblia das motocas e se quiserem ver todas as fotos de minha modesta aventura ... Serginho Silva? Rio do Sul, SC no Facebook.
Uma pequena observação... Muitas vezes levantei a mão para motociclistas com motos de grandes cilindradas durante a viagem e a infinita maioria me ignorou. Talvez até não tenham me visto. Mas, de qualquer forma, nunca ignore alguém que lhe cumprimente de uma moto menor. Às vezes o grande aventureiro quem sabe seja exatamente ele e não você. Não seja arrogante. Valeu!
O “motonauta” Sergio Jose da Silva participou do Moto Repórter, canal de jornalismo participativo do MOTO.com.br. Envie sua notícia!
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