"Causos" da estrada: Pane seca

Ao viajar, nunca se esqueça de abastecer a moto, porque se não...

Por Adilson

Mário Sérgio Figueredo

Num mês de janeiro, minha mulher e minha filha estavam de férias (e eu trabalhando) num lugar chamado Barra do Saí (SC), que fica a uns 140 km de Curitiba. Como faziam mais de 15 dias que eu não as via e morto de saudades, resolvi dar um pulinho lá depois do trabalho.

Trabalhei até às 17h30, passei num posto, enchi o tanque e peguei a estrada que liga Curitiba a Joinville-SC, indo até Garuva-SC e de lá até meu destino Barra do Saí-SC.

Beleza de viagem. A noite estava maravilhosa e a temperatura super agradável. Até os bichos voadores da noite, tipo besouros e mariposas, resolveram colaborar e apareceram em pequeno número. Cheguei lá, matei a saudade das duas e peguei a estrada de volta, pois no dia seguinte tinha que trabalhar cedinho.

Resolvi voltar por outra estrada, passando por cidades do nosso litoral (Guaratuba, Caiobá e Matinhos) e subindo a estrada que liga Paranaguá-PR a Curitiba. Por volta das 23h30, pouco antes de um lugar chamado Viaduto dos Padres, bateu a reserva na Sahara (esse era o defeito da Sahara: tanque pequeno).

Pensei - estou ferrado, passei por tantos postos e não lembrei de abastecer. Quase meia noite, um breu de escuro e eu com gasolina pra mais uns 20 km. Aliviei o acelerador e continuei subindo a Serra do Mar.

Pensei - vou parar no Posto da Polícia Rodoviária que tem no alto da Serra e lá eu consigo um pouco de gasolina pra chegar em casa. Putz, no posto só tinha um carro e o desgraçado ainda era a álcool. Nada de gasolina.

Mas o guarda de plantão falou, apontando para o horizonte da estrada: “Está vendo aquele luminoso lá no alto do morro? É um posto e está aberto”. Estou salvo, pensei. Montei na moto e continuei em direção do posto.

Faltando uns 100 metros para o final da subida, o motor apagou de vez. Empurrei a moto até começar a descida, montei e fui no embalo parando na frente da bomba de gasolina. Muita sorte. Duvido que alguém parasse para me socorrer de madrugada numa estrada escura (lembre-se que todo motociclista é tachado de bandido).

Essas aventuras enriquecem a nossa existência e criam muitas histórias para poder contar pros nossos netos.

O “motonauta” Mário Sérgio Figueredo participou do Moto Repórter, canal de jornalismo participativo do MOTO.com.br. Para mandar sua notícia, clique aqui.

Fonte:
Moto Repórter

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