"Causos" da estrada: Humor negro
Acidente sobre duas rodas que acabou mesmo em boas risadas.
Por Adilson
Por Adilson
Na nossa turma tinha um cara chamado Vilmar, dono de uma Yamaha 100cc que ele usava diariamente, para ir pro trabalho e também para o lazer. O detalhe é que o Vilmar foi atropelado por um caminhão ainda quando criança e nesse acidente, lamentavelmente, perdeu a perna direita, bem no meio da coxa, o que o obrigava a usar uma perna mecânica ou postiça.
Mas o Vilmar, apesar da prótese, que era fixada ao que restou da perna dele através de correias afiveladas nos quadris, pilotava que nem gente grande. Andava muito e fazia curva como ninguém, mesmo contando apenas com o freio dianteiro (que era de lona, nada de disco, requinte que só tinha nas motos grandes).
Numa bela noite, dando umas voltas de moto pela cidade, bem em frente a uma loja de motos aqui de Curitiba, o Vilmar vinha todo feliz com a sua "cenzinha" quando foi fechado por um carro dirigido por uma mulher.
O choque não foi lá grande coisa, apenas um esbarrão, mas o Vilmar acabou tomando um chão. Com a queda a cinta se desprendeu da cintura e a perna mecânica escorregou pela calça jeans sem sair totalmente.
A mulher, quando viu a perna (que ela não sabia que era postiça) toda torcida e desproporcional à outra original, entrou em pânico e começou a gritar.
- Ai meu Deus, o que foi que eu fiz... Meu Deus, me ajude... e outras coisas mais.
O Vilmar vendo que a mulher estava quase em choque, levantou, pegou a perna postiça com as mãos e foi até ela, saltitando na perna boa, incorporando o próprio Saci Pererê.
Pegava a mão dela, batia na perna mecânica e dizia que não era a perna dele, mas a mulher não voltava à real. Até que ela foi se acalmando e entendeu o que tinha acontecido e tudo ficou bem. Depois ela pagou todo o conserto da moto, apenas o mata-cachorro, manete, espelho e piscas.
Rimos muito desse acontecimento. Foi o assunto preferido no nosso meio durante algum tempo, rendendo muitas e muitas risadas quando o ocorrido era contado pelo próprio Vilmar.
Grande Vilmar, grande companheiro de estrada. Se estiver lendo este texto, entre em contato. O mesmo vale pro Magrão, Ceará, Divonsir, Catarina, Gabirú, Mauro e todos aqueles cujos nomes ou apelidos já não lembro mais. Dêem notícias por aqui mesmo.
O “motonauta” Mário Sérgio Figueredo participou do Moto Repórter, canal de jornalismo participativo do MOTO.com.br. Para mandar sua notícia, clique aqui.
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