"Causos" da estrada: Cachorro amigo
Como todos sabem o cachorro é o melhor amigo do homem e do Zeca também.
Por Adilson
Por Adilson
Mário Sérgio Figueredo
Nos causos que contei até agora tenho citado com freqüência a Estrada da Graciosa. Por ser um lugar paradisíaco encravado no meio da Serra do Mar, que por si só já é maravilhosa, é um lugar muito agradável de passear de moto e fica a apenas aproximados 50 km de Curitiba, tornando-se um programa bastante barato e acessível.
Num desses passeios com meu irmão, dois amigos e dois primos, um deles, o Zeca (abreviatura de José Carlos), paramos num mirante que tem bem no alto da serra e início da parte sinuosa da Estrada da Graciosa.
O Zeca deu uma sumida pra “tirar água do joelho” e assim que voltou, seguimos nosso passeio. Continuamos até o pé da serra e paramos num boteco pra tomar e comer algo. Na hora de cada um pagar a sua conta, o Zeca deu por falta da carteira que estava no bolso de trás da calça jeans.
Resultado: passamos o resto do dia, até pertinho do anoitecer, refazendo todo o trajeto e as mesmas paradas da ida, em cada lugar fazendo um tipo de pente-fino, atrás da famigerada carteira do Zeca que continha, além de algum dinheiro, todos os documentos dele e da moto. Mas o nosso esforço de nada adiantou e voltamos pra casa sem achar a maldita carteira que estragou o nosso dia.
Conformado, já na segunda-feira, o Zeca começou a colher informações com os órgãos competentes quanto às providências necessárias para obtenção de segundas-vias de toda a documentação. É de arrepiar o que se tem que fazer para obtê-las junto ao Detran e Instituto de Identificação, até anúncio em jornal seria preciso pra conseguir nova via da cédula de identidade.
No meio da tarde toca o telefone e ao atendermos, nosso interlocutor pergunta se conhecíamos uma pessoa chamada José Carlos de Tal. Respondemos prontamente que sim e pessoa disse-nos que havia achado naquele mirante que citei no início do texto, uma carteira contendo dinheiro e documentos e deu-nos o endereço para que fôssemos buscá-la, atitude desinteressada e cidadã que caracteriza uma pessoa de bem.
Mas o motivo desse causo é contar-lhes a forma inusitada que a carteira foi achada.
A pessoa contou-nos que passeava de carro com sua esposa e seu cachorrinho poodle e parou naquele local para que o cachorrinho fizesse as necessidades. Solto o cachorrinho começou a andar pelo mirante e num determinado momento começou a latir pra um buraco no chão – buraco raso de onde talvez tivesse sido arrancado algum pequeno poste de placa ou coisa parecida.
Continuando o relato, essa pessoa achou que podia ser algum rato ou aranha que tivesse se refugiado nesse buraco, mas não deu muita importância e tratou de pegar seu cachorro e levá-lo para o carro, a fim de continuar seu passeio.
Mas mesmo dentro do carro o cachorro não parava de latir e tornou a escapar, indo direto para o buraco, onde continuou a latir, tentando dizer alguma coisa.
Finalmente o canino conseguiu despertar a atenção e a curiosidade do seu dono, que se aproximou do buraco e olhando atentamente para o seu interior, adivinhem só o que ele viu. Claro, né, só podia ser a carteira do meu primo Zeca.
Como havia dentro da carteira um papel com o nosso telefone anotado, foi fácil pra ele ligar, entrar em contato conosco e nos devolver a carteira intacta, inclusive com o dinheiro, livrando o Zeca de um calvário pra obter toda aquela documentação de volta. Tudo graças a um cãozinho inteligente, teimoso e persistente. Até o próprio dono ficou surpreso com a atitude do bichinho.
Se você leu este ou outros causos, deixe seu comentário, assim saberemos que você esteve aqui.
Abraços e até o próximo "causo".
O “motonauta” Mário Sérgio Figueredo participou do Moto Repórter, canal de jornalismo participativo do MOTO.com.br. Para mandar sua notícia, clique aqui.
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