Caminho do Peabiru: Finalmente Nasca

No trigésimo primeiro dia da viagem, Guga Dias chega até Nasca depois de percorrer 167 km, somando 6.316 km ao todo.

Por Aladim Lopes Gonçalves

De : Puquio/PE
Até : Nasca/PE
KM Rodado : 167 Km
KM Total : 6316 Km

Graças a Deus a Elda acordou bem melhor e disposta a motocar os 150kms até Nasca.

As informações que tínhamos é que subiríamos um pouco mais os Andes onde seria bem frio – oba, neve de novo? (rs) – e depois desceríamos rumo a Nasca. Essa brincadeira deveria consumir umas 3h! Fala sério, como 150kms se faz em 3h? Nos Andes 3h é pouco... estou aprendendo isso viu!

Acordamos tão dispostos que saímos sem tomar café da manhã, se bem que depois dos sanduiches que eu consegui comprar ontem a noite... se o pão caísse no pé, com sorte não se amputava o dedinho de tão duro que era... enfim... fomos para estrada.

Saindo de Puquio já começou a subida e as curvas da Carreteira Interoceânica. Uma hora depois já tínhamos rodado 50kms... isso mesmo... uma hora de curvas e cotovelos que desta vez resolvi conta-los.

Por diversas vezes notava que acima de nós passava uma estrada e logo depois lá estávamos vendo abaixo o caminho que tínhamos tomado... tem uma foto no nosso álbum que mostra essa situação... um emaranhado de pistas indo e vindo quase sem sair do lugar.

Uma coisa interessante, e frequente nos Andes, é que a paisagem vai mudando a todo momento. Saímos com uma vegetação de eucaliptos e logo começou o afloramento de rochas que brotavam do chão por todos os lados.Paramos para fazer umas fotos e construir nossos totens de pedra na beira da estrada... não sei quanto tempo ira durar, mas nós fizemos e fotografamos (rs).

Seguindo viagem, o afloramento de pedras deu lugar a uma planície no alto dos Andes, levemente coberta por uma grama amarela e sem absolutamente nada... um grande vazio onde o que poderia se ver eram Lhamas pastando aqui e ali.

A expectativa é que nesta altura estaríamos com frio, por conta disso, por debaixo das roupas de cordura estávamos com as segunda pele da Go Ahead (calça e camisa Ultra) e ao alcance das mãos, balaclavas e até cachecol... mas o frio não veio e para a minha frustração nenhuma nuvem no céu, ou seja, nada de neve.

Passado esta região, começamos a nossa descida para Nasca e o clima esquentou... paramos para tirar um pouco de agasalhos e ao nosso redor a vegetação praticamente havia se extinguido.
Montanhas e montanhas de pedras... nada mais que pedras.

Começamos uma descida em zig-zag com cotovelos, curvas abertas, outras fechadas que faziam qualquer ser entender por que se demora tanto para chegar em Nasca. Para se ter uma idéia, foram tantas curvas que a Elda começou a sentir enjoos e tivemos que parar um pouco para respirar e tomar água. Eu mesmo já estava ficando enjoado (rs).

Nesta altura faltavam pouco mais de 40kms para chegarmos o horizonte era um monte de pista indo e voltando.

Com pouco mais de 3h e cerca de 167kms percorridos, chegamos no nosso hotel em tempo para o almoço, já que ainda estávamos em jejum e ontem pouco comemos também.

Agora é comer, beber e descansar por que amanhã vamos voar.

Ah! Foram 47 curvas cotovelos, algumas sem placas e com um horizonte infinito!

Acompanhe a jornada Caminho do Peabiru que vai percorrer 11 mil quilômetros em um período de cerca de 50 dias pelo portal MOTO.com.br e participe você também dessa expedição histórica.

Informações
Guga Dias
[email protected]
www.diariodemotocicleta.com.br


Fonte:
Equipe MOTO.com.br

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