Caminho do Peabiru: Machu Picchu

Objetivo dos aventureiros Guga Dias e Elda é refazer uma antiga trilha inca que ligava São Vicente ao Peru

Por Roberto Brandão

De : Cusco/PE
Até : Cusco/PE
KM Rodado : 426 Km
KM Total : 5638 Km

Quando o telefone do quarto tocou para avisar que já eram 6h da manhã, já estávamos acordados, tamanha a ansiedade pelo dia que se iniciava.

Logo descemos, tomamos um rápido café da manhã que ainda se aprontava e um guia nos colocou no taxi até o ônibus que faria a primeira parte da viagem até Machu Picchu.
Foram cerca de 72km em quase 1h30 até Ollantaytambo onde pegaríamos o Peru Trail.

A estrada é vicinal, estreita e cheia de curvas, e na altura de Urubamba existe uma serra que desce cerca de uns 1.000mt de altitude cheia de curvas em forma de cotovelo que vai descendo uma montanha onde o guard rail é artigo de luxo.

Na estação, chegamos quando nosso trem ainda manobrava e juntava os vagões da composição... isso por volta das 8h30.
Saímos no horário rumo a Águas Calientes que fica no sopé de Machu Picchu.

O caminho que leva mais uma hora e meia por si só é fantástico... vai contornando um rio que alterna entre marasmo e corredeiras fortíssimas. A vegetação de árida vai dando lugar a mata tropical e as árvores vão surgindo em meio a picos nevados e sítios arqueológicos Incas, de paredes a pontos e fortes de observação.
Abordo do trem, é servido petiscos individuais como banana e feijões secos e salgados... uma delícia, acompanhados por refrigerante, água ou chá de coca... a sua escolha.

Com o teto revestido de claraboias, é possível tirar fotos dos penhascos pelos quais passamos, mas das janelas é preciso tomar cuidado com o reflexo... melhor mesmo é ficar de pé na porta e garantir melhores fotos sem o uso do flash.

Chegamos em Águas Calientes por volta das 11h da manhã e logo identificamos nossa guia que nos levaria até o micro ônibus que subiria até o Parque de Machu Picchu... é uma subida em tanto onde alguns turistas sem pedras nos rins optam por fazer a pé.
Cruzando perpendicularmente a estrada que serpenteia a montanha, é possível concluir a subida em umas 2h... não, obrigado.

De micro ônibus levou algo em torno de 15 minutos para chegarmos na entrada do parque.

Localizamos nosso guia Julio e iniciamos nossa exploração.

Ao apresentar os ingressos e entrar no parque, já dá para ver algumas construções, mas é necessário subir uma boa ribanceira até chegar no platô para a foto clássica de Mahu Picchu.

A sensação de estar, ver e sentir Machu Picchu é inexplicável. Um misto de euforia e paz que te deixa ansiosamente sereno como se você estivesse ali pela milésima vez.

É incrível e inesquecível!

Nosso guia contou a história da construção que levou cerca de 50 a 100 anos para ser concluída, embora exista indícios que muito ainda seria construído... sobre os objetivos, os moradores, os costumes, enquanto andávamos, parávamos e fotografávamos.

A apresentação guiada levou cerca de 2h e dali, quem tinha trem marcado para partir deveria descer... quem tinha mais tempo poderia continuar no parque.

Eram 14h30 e nosso trem partiria ás 18h45.
Saímos explorando outras bandas pelas quais o guia não nos levou.

Um dia andando por Machu Picchu é pouco, acredite.
Cada ponto há uma imensa possibilidade de ângulos de fotos e paisagens exuberantes das montanhas que cercam o parque... tão altas quanto a parte mais alta de Machu Picchu.

Subimos e descemos, entramos em salas, casas, templos... a única coisa que não se pode fazer é deixar lixo (existem idiotas que deixam) e pisar na grama... o resto é totalmente explorável.

Descemos escadarias até uma parte baixa onde o silêncio era a única companhia, e que só era cortado pelo barulho das corredeiras do rio lá embaixo, uma ou outra cigarra e o apito do trem ecoando no vale.

Um dia para ficar para sempre na memória.

Voltamos para a entrada do parque mas antes demos alguns closes em lhamas que habitam o parque... uma delas quase atropelou a Elda.

Pegamos o micro ônibus até Águas Calientes e ainda tivemos tempo de almoçar, comprar lembranças para os amigos e explorar um pouco a simpática cidadezinha cheia de barzinhos, restaurantes e hotéis... uma ótima pedida para se hospedar por um final de semana no mínimo.

Começamos o caminho de volta ás 18h45 e chegamos no hotel em Cusco já passava das 22h30.

O passeio com micro ônibus ida e volta até a estação de trem, passagens ida e volta de trem, subida e descida de Machu Picchu de micro ônibus e guia nos custou US$ 185 por pessoa... o ingresso mais bem pago da minha vida.

Adquirimos no nosso hotel mas ao redor da Praça de Armas várias agências oferecem o passeio por até US$15 a menos... mas convêm analisar tudo o que oferecem para não amargar esse dia que tem que ficar para sempre.

De alma lavada!

O Diário de Motocicleta conclui mais um dos objetivos desta viagem... e vocês continuam com a gente por que agora vamos para Nasca.

Acompanhe a jornada Caminho do Peabiru que vai percorrer 11 mil quilômetros em um período de cerca de 50 dias pelo portal MOTO.com.br e participe você também dessa expedição histórica.

Informações
Guga Dias
[email protected]
www.diariodemotocicleta.com.br


Fonte:
Equipe MOTO.com.br

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