Aventura de um dia rumo à Lagoa dos Patos
Motociclista percorre 750 quilômetros por estradas do Rio Grande do Sul e belas paisagens.
Por Leandro Alvares
Por Leandro Alvares
José Matos
Com mais um dia de folga, daqueles para pegar a estrada com um destino bem longo, o roteiro desta vez é dar a volta na Lagoa dos Patos (RS). A primeira parte é sair de Porto Alegre, via RS-040 bem cedo, muito cedo mesmo, para fazer tudo num único dia, já que são 750 quilômetros aproximadamente.
A melhor parte do trajeto é entre Mostardas e Tavares, claro sem asfalto e com alguns buracos, mas é a famosa Estrada do Inferno. Com várias “panelas” no trajeto, a coitada da minha placa não agüentou e se partiu em duas.
Passamos por vários pontos interessantes, como a Lagoa do Peixe. Uma pena não termos parado por lá, mas voltaremos com mais tempo qualquer outro dia. Esta região é uma forte produtora de cebola, sempre com as atividades agricultoras e a colheita indo a todo vapor.
Nesta terra obtivemos belas fotos, como a da figueira prostrada diante de nossa passagem por ela. Há um posto de abastecimento em Bojuru, literalmente com três bombas de combustível no meio da rua. Em nada lembra um posto convencional, e eu adoro isto.
Chegamos a São José do Norte, metade do trajeto, não perdemos tempo e fomos logo visitar os molhes da barra. Os molhes foram construídos de 1911 a 1919, sendo que o molhe oeste tem 3,2km (Praia do Cassino) e o leste (São José do Norte), 4,2km.
Transportadas por ferrovia de 90km especialmente construída para este fim, pedras de até 10 toneladas foram sendo jogadas ao mar, em um total de 4,5 milhões de toneladas. Trabalharam simultaneamente na obra, em seu auge, cerca de quatro mil operários.
Os trilhos atualmente servem para passeio de turistas. Os molhes fixam a barra do canal e o protegem da ação das ondas e do assoreamento natural, garantindo a navegação em condições seguras. Fantástica a barra, nunca vi nada assim, mas só quero ver até quando vão conter o mar desta forma.
Do centro de São José do Norte até a barra são 18 km e a visita vale a pena. A praça da cidade é muito linda e bem cuidada, com plátanos lindíssimos em homenagem a Giuseppi Garibaldi
A praça Intendente Francisco José Pereira, localizada próximo da Igreja Matriz São José, é um ótimo local de lazer para todas as idades. Há um busto de Garibaldi, este monumento em homenagem ao herói da Revolução Farroupilha, localizado no interior da praça, próximo ao chafariz.
Por lá tem um trailer que pode ser a parada para o almoço. Ali fazem uma torrada com ovo maravilhosa, gigante mesmo, acompanhada obviamente de uma cerveja bem gelada.
Tudo muito bom, mas agora está na hora de pegar a balsa, que demora cerca de 30 minutos para atravessar até Rio Grande. Antes disso, parei para tirar fotos de um prédio de frente para a praça, construído nos padrões da arquitetura açoriana, a qual sou apaixonado.
Vamos para a balsa, está quase na hora. Por ela ser de duas em duas horas, depois das duas só às quatro da tarde. A travessia é tranqüila, aos poucos São José vai ficando para trás e Rio Grande vai crescendo a minha frente.
Visualizamos a igreja matriz com suas duas torres e o armazém do cais do que deve ser o antigo cais do porto. Lembra muito o nosso cais aqui de Porto Alegre. Vamos retornar até Porto Alegre pelo outro lado da Lagoa: Pelotas, Camaquã e Guaíba, adicionando assim mais uns 350 km. Antes um adeus a Rio Grande, onde retornarei com certeza com mais tempo para conhecê-la melhor.
Valeu e até a próxima!
O “motonauta” José Matos participou do Moto Repórter, canal de jornalismo participativo do MOTO.com.br. Para mandar sua notícia, clique aqui.
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