MotoGP: o real valor dos testes oficiais da pré-temporada

Os testes pré-temporada já começaram, mas você tem ideia de quanto custa anunciar no MotoGP? Envolve vários fatores e spoiler: não é barato!

Por Thiago Dantas

Texto Luiz Mingione

Depois dos três dias de testes em Mandalika, Indonésia, no início deste mês, que você pode ler a matéria completa aqui. O campeonato da MotoGP está pronto para a abertura da temporada, dia 6 de março no Catar, e retornando duas semanas depois a Indonésia para a segunda rodada marcada para 20 de março.


Durante os testes, além do recorde de tempo na pista, outro recorde “menos concorrido” foi alcançado, mais da metade dos pilotos, 54% exatamente, (segundo as estatísticas da organização) foram ao chão e destes, boa parte, mais de uma vez, especialmente nas curvas 9, 10, 11 e 12, isso mostra que o novo circuito é um dos mais rápidos da temporada, portanto podemos dizer, mais perigoso.

Os testes servem para os pilotos e equipes ajustarem seus equipamentos, encontrar o melhor acerto e as melhores soluções, visando seus limites, mas com segurança e cautela porque uma queda grave nas vésperas do campeonato pode custar “muito caro” para o resto da temporada.

Além das análises técnicas dos testes na Indonésia, ele serve também para comparar o nível de competitividade dos pilotos. Os tempos que foram estabelecidos nos três dias, são importantes, pois fazem um balanço e uma breve previsão de como vai ser o reinício da temporada, que tem os dez melhores pilotos, separados por pouco mais de meio segundo. 

 
 
 
Ver essa foto no Instagram
 
 
 

Uma publicação compartilhada por MotoGP™ (@motogp)

 

Mas tecnicamente os testes têm um valor relativo, eles não determinam as reais condições de poder entre os pilotos e suas motocicletas. Ou seja, todas as equipes, principalmente os oficiais de fábrica, não se preocupam somente com o recorde de volta.

Na verdade, as equipes “escondem o jogo”, não colocando todo o potencial que têm nos testes, mas sim no fim de semana da primeira prova do campeonato, que aliás promete ser disputadíssima. O resultado do cronômetro certamente conta muito, mas é apenas um ponto de referência, para entender qual vai ser a "medida" de competitividade da próxima temporada entre os pilotos e as equipes.  

O que mais importa é a busca da “afinação” ideal e a sensação da pilotagem com as novas motos, entender se as soluções técnicas produziram ou não os resultados desejados, e se as equipes estão seguindo no caminho certo ou não.

Assim, "fazer tempo” e melhorar nos testes significa muito para as equipes entenderem as mudanças técnicas e quais acertos serão necessários para a temporada, e acima de tudo, ainda que virtual, os resultados, psicologicamente fortalecem pilotos e equipes.

Mas os tempos de volta dos testes de fevereiro, vão apenas ficar impressos no papel, ou arquivados no computador, e que mais tarde podem ser interpretados tecnicamente, mas ainda mais do que isso, têm um enorme “valor promocional” para os protagonistas do “show” da MotoGP, as equipes, os pilotos, fabricantes, os patrocinadores e os países sede das etapas do campeonato. 

 
 
 
Ver essa foto no Instagram
 
 
 

Uma publicação compartilhada por Repsol Honda Team (@hrc_motogp)

Além do espetáculo, o "negócio MotoGP”, tem uma audiência que é composta por usuários de motocicletas, fãs do esporte motorizado, e potenciais consumidores de todos os produtos que envolvem, e ou estão visíveis nas corridas.

O ranking final dos tempos dos três dias de Mandalika já tem seu próprio valor de mercado fazendo o “negócio rodar” e mexer com o imaginário do universo da MotoGP e do quanto competitivo e espetacular vai ser o campeonato de 2022.

Os escritórios dos patrocinadores, com certeza, já começaram a avaliar o retorno de imagem de seus investimentos e o quanto são “monetizáveis” esses resultados, mais a satisfação das empresas, que fazem parte da “festa”, e desembolsaram uma “pequena fortuna” que com certeza vai retornar em publicidade.

O patrocínio na MotoGP pode iniciar com cerca de € 50.000 mil, até € 15 milhões euros, mas é claro que há uma série de fatores entre esses dois números. O orçamento de um patrocínio na categoria máxima da motovelocidade mundial, depende de algumas variáveis. 

 


Fabio Quartararo - Campeão Mundial do MotoGP 2021 - Foto: Yamaha MotoGP

 

Por exemplo, a situação atual da equipe, o status dos pilotos.  Um campeão mundial, é claro, custará muito mais. O Desempenho da equipe nos últimos anos. As equipes vencedoras aparecem mais na câmera, o que significa que a exposição que vem de patrociná-las tem grande valor.

Resumindo, pilotos e equipes, os protagonistas das corridas, sabem bem que ganhar na pista é o principal objetivo, mas fora dela também, para isso, prezam e fazem de tudo pelo melhor das suas imagens. 

Na exposição de mídia é fundamental quando o piloto vence, mas, infelizmente, talvez ainda mais, quando perde ou cai.  No show business, da MotoGP “tudo dá caldo”, ou melhor, tudo da imagem, portanto dinheiro. “Que se abram as cortinas do espetáculo de 2022”.

 


Fonte:
Equipe MOTO.com.br

Compartilhe:

Receba notícias de moto.com.br