Espanha debate a proibição de anúncios de veículos a combustão
Congresso espanhol debate a proibição de anúncio e patrocínio de veículos a combustão a partir de 2025
Por Thiago Dantas
Por Thiago Dantas
Texto Luiz Mingione
Os partidos de esquerda da Espanha, o Mais País e o partido verde Equo, debateram esta semana no congresso dos deputados, a proibição da publicidade de veículos a gasolina e diesel em 2025. Dessa forma, anúncios na mídia, outdoors e publicações desapareceriam.
A proposta inclui também para 2027, a proibição de patrocínios de fabricantes de veículos movidos a motores a combustão, nos esportes, cultura, instituições de ensino, publicações científicas, eventos públicos e na mídia em geral.
Assim os veículos a gasolina e diesel, seriam equiparados ao cigarro e ao álcool, que já desapareceram da mídia e dos patrocínios há pouco mais de duas décadas
Os dois partidos também estão trabalhando em uma emenda para incluir os híbridos na proibição e assim estender o veto a todos os veículos que não sejam zero emissões, bateria elétrica ou célula de combustível. Não foi especificado se o escopo da proibição também inclui motocicletas e ciclomotores.
Mas no momento, a iniciativa dos dois partidos espanhóis não avançou, já que os demais grupos parlamentares, incluindo os parceiros do governo, rejeitaram a medida.
É preciso lembrar que a Comissão Europeia já definiu o fim da venda de carros a gasolina e diesel a partir de 2035, com o propósito de conter o aquecimento global e reduzir a poluição.
Agora falando como motociclista e da motocicleta em todo este contexto, uma coisa é certa, com a capacidade impressionante de desempenho e emissões zero dos um motores elétricos, não vejo como não pensar que as motocicletas elétricas serão o futuro da indústria mundial.
Mas também acho que isso não significa que as motocicletas com motor a combustão irão desaparecer de uma hora para outra. Ele ainda deve continuar por algumas décadas.
As pessoas ainda se sentem à vontade com as motos a gasolina ou flex, elas são caras na sua maioria, mas ainda mais acessíveis que modelos elétricos, além da preocupação com a autonomia da bateria e também a falta de uma política pública e ou privada para criar fontes de recarga nas cidades e em estradas voltada para essa nova realidade da mobilidade.
Mas onde a motocicleta elétrica está atualmente, e para onde está indo? As tradicionais fabricantes de motocicletas, estão tentando cada uma a seu modo e com sua visão do futuro deste novo mercado, sair na frente com o desenvolvimento e a melhor tecnologia de suas elétricas.
No Japão, Honda, Kawasaki, Suzuki e Yamaha se uniram para trabalhar na tecnologia de baterias intercambiáveis. Nos Estados Unidos, a Harley-Davidson lançou a LiveWire, com preço exorbitante, e parece ter planos para outras motocicletas elétricas. A Zero Motorcycles tem as impressionantes SR/F, S e FXS. E a americana Lightning Motorcycles tem uma moto esportiva elétrica para desafiar todos eles, a LS 218 Strike.
Além de todas as grandes fábricas, há várias startups de motocicletas elétricas, scooters e ciclomotores surgindo em vários lugares do mundo. Cada uma com sua própria visão sobre o que uma motocicleta elétrica pode ou deve ser, desde um modelo de alta potência e alto preço até uma motocicleta extremamente acessível e com autonomia.
As motocicletas elétricas estão em constante evolução e logo devem chegar em uma equação de: modelo leve, mais acessível e com uma tecnologia de bateria que tenha, recarga rápida e autonomia, para que o usuário se sinta confortável e seguro de não ficar a pé no meio do caminho, ou ter que esperar muito tempo para fazer uma recarga.
Outra coisa que poucos fabricantes de motos elétricas divulgam, mas que pode vir a ser um futuro problema, é de como vai ser o descarte das baterias, ou como podem ser reutilizadas, e também a disponibilidade de locais de troca ou recarga com fácil acesso.
Na minha opinião, o processo de eletrificação da frota de motocicletas é um futuro sem volta e está bem adiantado, mas ainda faltam alguns passos importantes para a transição total da gasolina para o elétrico.
Enquanto isso, e sem querer ir de encontro a inevitável evolução da mobilidade, os da velha guarda como eu, ainda vão poder sentir a emoção e se divertir um pouco mais, pilotando as motos com motor a gasolina, mas que logo, logo, vão virar peças raras de colecionadores e museus, somente para serem admiradas.
Mas que venha o futuro, pois é nele que temos que pensar para o bem do planeta e das futuras gerações.
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