Yamaha Cage-Six, uma XJ6 feita para manobras radicais

Equipe de designer francês transforma a racional naked média da marca dos três diapasões em stunt bike

Por Aladim Lopes Gonçalves

A Yamaha XJ6 N é conhecida pelo equilibrado conjunto ciclístico aliado ao racional propulsor tetracilíndrico de 600cc. Tudo isso, embalado por um design sóbrio e harmônico. Esse apelo, inclusive, fez com que a moto somasse 1.727 unidades licenciadas no Brasil neste primeiro semestre de 2014, segundo dados da Fenabrave, federação brasileira que contabiliza a distribuição automotiva. No entanto, a equipe do designer francês Nicolas Chapel provou que a naked tem potencial para ir muito além do lugar comum ao criar a Cage-Six, uma genuína stunt bike feita com base no conhecido modelo da Yamaha. 

Para os ainda não iniciados no ramo do motociclismo radical, stunt bikes são modelos comumente utilizados em shows e apresentações acrobáticas. Trata-se, portanto, de uma moto de linha, mas com modificações para deixá-la mais leve, resistente e, em alguns casos, mais potente. “Nós criamos um design funcional, tendo como base o que seria necessário para se fazer manobras com a moto. Não é apenas um exercício de estilo”, comenta Chapel.

Quase original
Outro trunfo no projeto da Cage-Six é o fato dela conservar a maioria dos elementos de série da XJ6. Entre eles estão o motor de quatro cilindros em linha capaz de gerar 77,5 cavalos de potência máxima a 10.000 rpm e torque máximo de 6,09 kgfm a 8.500 giros. Além do propulsor, chassi, suspensão e rodas foram mantidos originais.

Todavia, para funcionar como moto para manobras radicais, a Cage-Six recebeu algumas alterações nos comandos. “Adicionamos um acelerador acionado pelo polegar, semelhante aos usados em motos náuticas, além do convencional, e um manete de freio extra no punho esquerdo. Para melhorar a resposta e ‘puxar mais forte’, instalamos uma coroa maior na traseira.

Naked “engaiolada”
Tendo a funcionalidade como ponto de partida, a equipe estabeleceu algumas metas. A primeira delas era privilegiar a mobilidade do piloto. Assim, foram colocadas pedaleiras semelhantes às de bicicletas de BMX na roda dianteira e no suporte que outrora abrigava os apoios de pés retráteis da garupa. O guidão também recebeu alterações. A começar pela remoção do farol e toda carenagem. Para deixar a área mais livre, o painel digital foi movido para cima do tanque, pouco à frente do bocal de combustível.

Depois, a equipe criou moldes em argila para redesenhar a rabeta e incluir aletas laterais integradas com o tanque para proteger o motor. O mesmo foi feito com o spolier abaixo do quadro e o “number plate” que substituiu o conjunto óptico. Em seguida, com as carenagens extras já prontas, vieram as barras de proteção lateral – com desenho que imita o próprio chassi da moto – que preservam o propulsor de danos mais severos em caso de quedas, comuns quando estamos falando de manobras radicais.

As estruturas tubulares também dão o tom do projeto, uma vez que “cage” significa gaiola, em inglês. “Proteger a moto em si era preocupação chave pra nós, então desenhamos uma ‘gaiola protetora’ totalmente nova para o motor. O design da estrutura ficou tão forte que nós começamos a chamá-la de Cage6, ao invés de XJ6”, conta Nicolas Chapel.

Na rabeta, totalmente modificada, os customizadores instalaram um prolongador para auxiliar em manobras de wheeling, nas quais a moto pode ficar completamente na vertical. E até nisso a equipe encontrou uma forma de sair do lugar comum. “Falando nisso, vocês viram a ‘careta’ que nós fizemos na rabeta? Nós também moldamos a chave de ignição como um abridor de garrafa. Adoramos fazer esse projeto”, complementa o francês.


Fonte:
Agência Infomoto

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