#Vem pra pista!

Piloto Alex Schultz conscientiza os motociclistas que ainda preferem correr nas estradas a autódromos

Por Paulo Souza

 Alex Schultz

 Previsão do final de semana: Sol! E milhares de motociclistas pegam seus brinquedos (motos) e saem Brasil  a  fora pelas estradas. Muitos deles apenas para um passeio ou viagem, mas também um grupo que  cresce cada vez mais, principalmente os donos das superesportivas, saindo em busca de adrenalina e  velocidade a quase 300 km/h em retas. Além de correrem o risco de serem pegos por radares e “blitz”  policiais, e com isso perder a carta de motorista, pagar multa e correr o risco de ser preso, ainda pior, e muito mais desesperador, é o risco de acidentes nas rodovias em alta velocidade. Rodovias não foram feitas para acelerar forte! E isso é fato!

 Diferentemente das rodovias, na pista ou no autódromo, a história é outra. Além de se estar sempre buscando o limite, seja da sua moto ou da própria técnica de pilotagem, os riscos de quedas por diversos motivos comuns nas rodovias (por exemplo: buraco, areia, óleo, animal cruzando o asfalto, fechadas de caminhões, ônibus, motoristas alcoolizados, etc...) não existem ou são minimizados. Além de não se levar multas e não ser assaltado. Por isso, cada vez mais motociclistas se conscientizam dessa diminuição de riscos e procuram as pistas. Seja para fazer um curso de pilotagem ou para um dia de pista livre, os famosos “track-days”. A maior parte dos motociclistas chegam na pista através do “boca-a-boca” e, como estão devidamente equipados, gastam toda a adrenalina em um local propício e seguro.

Autódromo = Templo dos motociclistas...

A princípio, a pista parece mais um “monstro” de sete cabeças, difícil de entender e tremendamente desafiador em todas as curvas. Acelerar nas retas é fácil, mas frear com precisão e contornar curvas com velocidade é realmente desafiador e instigante. Aos poucos decorar o circuito e o traçado começa a fazer sentido e usufruir de toda a largura da pista nas curvas te faz mais rápido. Logo, o conjunto de tarefas: velocidade final nas retas, frenagem brusca e suavidade nas curvas se transforma em transe e a adrenalina toma conta do corpo-mente. O tempo-espaço deixa de existir e a vontade nesse momento é de acelerar cada vez mais e superar todos os limites, aperfeiçoando a técnica para ser cada vez mais rápido.

O risco de quedas existe, mas, na maioria dos casos, o piloto apenas desliza por alguns metros e, protegido por todos os equipamentos de segurança, ele levanta a vai de encontro a motocicleta para continuar acelerando, caso o brinquedo não tenha sofrido grandes avarias.

A maioria dos pilotos passou por esse processo de conscientização, deixando de acelerar imprudentemente nas estradas e gastando sua adrenalina na busca de performance dentro da pista.

Se tiver interesse em experimentar, acredite: se divertirá muito, passará a olhar para os pilotos profissionais de outra forma e correrá o risco de ser o próximo a alinhar no grid de largada em campeonatos.

Alex Schultz é modelo, instrutor e piloto profissional de motovelocidade. Com 13 anos de experiência em moto e 3 anos competindo, é campeão Brasileiro na categoria Copa Ninja 250cc (2012) e compete atualmente na 600cc Super Sport pela equipe Schultz Racing Team.


Fonte:
Equipe MOTO.com.br

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