COLUNA MOTOSTORY: A primeira faísca - O início da paixão por motos

Nesta semana, Carlão Coachman relata como nasceu seu desejo por motocicletas.

Por Thiago Dantas

Como nasceu sua paixão por motos?

Essa pergunta é muito individual e cada um tem uma história diferente para contar. Carlão Coachman narra em cartas escritas entre Janeiro de 2005 e Março de 2006, como ficou fascinado por esse veículo de duas rodas. 

O início de tudo foi entre 1948 ou 1949, quando seu pai John William Coachman - um grande colecionador de bicicletas, teve a ideia de vender todas as bicicletas para comprar a recém lançada Vespa, motoneta italiana que conquistou grande fama em todo mundo. Infelizmente esse plano não foi para frente, mas a vontade ficou. 

Vera, Carlão e seu pai John William Coachman - Foto Acervo: Motostory

 

Logo em 1950, um vizinho da família Coachman ganhou de seu pai um motor Zündapp para instalar na bicicleta. Então, ele começou ir para o colégio com sua bicicleta motorizada e virou febre entre os seus amigos, portanto, pouco tempo depois diversas crianças estavam com bicicletas motorizadas. 

Alguém teve a ideia de criar um moto clube informal, foi assim que nasceu o Moto Clube Poeira. Por ser mais novo, com diferença de aproximadamente 6 anos para os meninos do clube, o máximo que Carlão conseguia era uma carona nas bicicletas motorizadas. 

Com o passar do tempo, as bicicletas motorizadas do pessoal do “Poeira” foram trocadas por motonetas ou motocicletas. Foi então que, um outro vizinho chamado Jairo, ganhou de um tio uma Lambretta Luxo modelo 1956 e juntos os dois andavam pelas ruas do bairro Cerqueira César em São Paulo.

Posteriormente, um primo comprou uma lambretta e por não ter garagem guardava na casa do Carlão. Foi a deixa para começar sair escondido com a lambretta do primo pelo bairro e firmar ainda mais a vontade de andar de motocicleta. 


Carlão Coachman correndo com a vespa. Foto Acervo Motostory

 

Em 1959, seu amigo Nilo Augusto del Monaco, o convidou para ser seu sócio na preparação e participação de corridas de Vespas. Essa nova aventura rendeu grandes histórias, como: quando contrataram um engenheiro para projetar um escape que aumentava o rendimento do motor, mas precisavam colocar o original para chegar no autódromo e trocavam com o redimensionado para treinar - o barulho era maravilhoso, mas o desempenho deixava a desejar. Dessa época vem amizades com grandes figuras do motociclismo, como o amigo Gualtiero Tognocchi e Eloi Gogliano, um dos fundadores da Confederação Brasileira de Motociclismo. 

 

Largada de uma das corridas de motonetas em Interlagos. Foto Acervo Tognocchi/Motostory

Naquela época, Eloi já apontava como grande organizador e gestor de corridas, tendo criado grande parte da história do motociclismo de competição no Brasil. Já Gualtiero se tornava um grande piloto de sucesso, primeiramente com Lambrettas e posteriormente com Yamaha TR e TZ especiais. Em 1970, juntamente com o seu irmão Paolo Tognocchi ganhou a primeira edição das 500 milhas de Interlagos competindo em duplas. 

 


Pódio da 1ª Edição das 500 Milhas de Interlagos em 1970. Foto Acerto Tognnocchi/Motostory

Infelizmente, no ano de 1960 seu amigo Nilo Augusto del Monaco, sofreu um grave acidente em uma corrida com a vespa e acabou vendendo a motoneta. Que obrigou o Carlão parar e correr e focar nos estudos e na construção da família, acompanhando o motociclismo apenas de longe.  

Isso só iria mudar em 1970 quando sua mulher recebeu uma herança e o incentivou a comprar uma moto. 

Venha ler mais sobre a história de Carlão Coachman, um grande entusiasta do motociclismo nacional na coluna semanal do Canal Motostory, clique aqui.

 


Fonte:
Equipe MOTO.com.br

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