Sei que estou atrasado para falar de um evento que rolou no fim de semana retrasado, mas não poderia deixar de comentar a abertura do Campeonato Amador Dirt Action de MX, realizada na pista do Alemão, em Atibaia (SP).
Este campeonato tem sido um dos melhores para a galera de São Paulo, interior e Estados vizinhos por ter uma organização bem elaborada, por sediar as etapas em um raio de aproximadamente 150 km da capital paulista, por ter a diretoria de prova e do evento absolutamente acessíveis aos pilotos, estando sempre aberta a sugestões e principalmente por respeitar os pilotos como verdadeiros e únicos protagonistas da competição.
Eu participei de algumas provas em 2005, fui vice-campeão em 2006, fiquei fora em 2007 e marquei presença na abertura da temporada 2008 para saber como seria a nova edição do certame.
Confesso que fiquei surpreso ao chegar no local da prova e ver que a festa estava toda muito bem armada e que o campeonato prometia muita disputa. Eram mais de 200 motos divididas pelas mais variadas categorias. Nem o campeonato Paulista tem tido tamanha presença de participantes, por várias razões que são radicalmente o oposto de tudo aquilo que comentei acima.
O dia estava nublado e tinha cara de muita chuva, o que levou os organizadores a acelerar a programação e fazer um corre para as largadas e disputas do dia. Não tive tempo para me ligar em todas as categorias, pois estava gripado, com muita tosse e fiquei quietinho nos boxes esperando a nossa largada, que seria a primeira dos marmanjos e que aconteceu com uma hora e meia de antecedência em relação ao programado.
Ficamos na expectativa da manutenção de pista que estava programada para a nossa bateria e que não rolou para acelerar a programação. Decidi então que com a pista já esburacada seria melhor largar de 250cc, pois a categoria MX3 é da força livre e podemos andar de 250 ou 450cc.
Na falta absoluta de preparo físico e com a pista esburacada, era recomendável acelerar uma “duquinha” que é muito mais na mão do que as estúpidas 450cc.
Tinha muito piloto de ponta alinhado no gate entre os mais de 30 inscritos. Lá estava o Maurinho, campeão do ano passado, o Philemon Vareda, Mugão, Edú Pinheiro, Reinaldo Piu, Paulinho de Bragança, Pezão e a prova prometia pegar fogo.
Eu estava totalmente desencanado, sem treino, gripado e achava que para andar entre os dez primeiro ia ser “osso”. Largamos e o Maurinho bateu logo na primeira curva e tomou um rola. Ficou por ali mesmo e acabou saindo em último. Eu saí lá para o sétimo lugar. Era uma largada meio estranha, inclinada e modificada em relação às últimas provas que participei no Alemão, mas ainda assim larguei legal. Passei uns dois pilotos logo na primeira volta e já estava em quinto, atrás do Piu, do Mugão, do Edú Pinheiro e do Paulinho, que já abriram uma certa vantagem.
De trás, o primeiro a chegar foi o Philé, que depois de umas duas voltas conseguiu me passar. Passou o Piu também, só que a alegria dele durou pouco. Quando ele foi ultrapassar o Paulinho, os dois se tocaram na mesa de chegada e o Phile levou a pior, tomando um baita tombo, e abandonou a prova. Na seqüência, foi a vez do Mugão, que estava dando combate ao Paulinho, perde uma curva.
Como eu e o Piu vínhamos na bota dele, ultrapassamos o Mugão e começamos então o nosso pega. Já com o Edu e o Paulinho distantes duas retas, o negócio era administrar a corrida e ver o que dava para fazer.
A moto do Phile ficou no local do acidente e alguns retardatários se atrapalharam com a bandeira amarela. Foi aí que num vacilo do Piu eu ultrapassei e assumi a terceira colocação. Ele veio na bota mais meia volta e me deu o troco em uma curva para a esquerda, tomando a preferência da outra curva que era para a direita.
Nesse momento, eu forcei a freada ao máximo para que ele também o fizesse e fosse forçado a abrir na saída da curva, aí rolou o tradicional X. Fechei a minha curva, coloquei por dentro e o ultrapassei de novo reassumindo o terceiro lugar
Daí para frente eu só pensava “não posso errar, não posso errar” e toquei sem cometer falha alguma até o final da prova. O Piu chegou em quarto, seguido do Mugão. A vitória ficou com o Edu, de ponta a ponta, com o Paulinho em segundo e dando um combate ao Edu, que resistiu bem à pressão.
Foi uma etapa emocionante, com a locução do velho amigo Chicão. Eu fiquei muito acima das minhas expectativas, justo eu, que pensava em levar este ano descomprometido, acabei me empolgando e me colocando também na disputa do campeonato, pois um terceirinho na abertura não foi nada mal.
Prometo que na próxima etapa que vai rolar em Extrema (MG), no dia 20 deste mês, trarei informações mais rapidamente para a galera ficar sintonizada neste torneio que promete ser o melhor de São Paulo e dos Estados vizinhos.
Abraços,
Claudio Teixeira.
Equipe MOTO.com.br
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