Harley WLA 1942: Da guerra para o cinema

Filme do Capitão América traz dois ícones americanos: o super-herói fabricado em laboratório e uma moto histórica de batalha

Por Aladim Lopes Gonçalves

Aldo Tizzani

Super Homem, Homem Aranha, Homem de Ferro, X-Men e Quarteto Fantástico fazem parte de um seleto grupo de super-heróis que deixaram os HQs para ganhar as telas do cinema. Este ano mais três destemidos combates da justiça também vão ter este privilégio: Thor, Lanterna Verde e o Capitão América. Herói da Segunda Grande Guerra, a figura do ultranacionalista Capitão América ganha nova versão para o cinema. Para isso, a Marvel Studios e a Paramount Pictures lançam, no dia 29 de julho, nos cinemas, uma nova releitura do herói: “Capitão América, O Primeiro Vingador”. O filme é recheado de ação, perseguições em alta velocidade, muitos tiros e efeitos visuais e, como pano de fundo, a eterna luta entre o bem e o mau.

Dirigido por Joe Johnston, a película é baseada em um roteiro original escrito por Christopher Markus e Stephen McFeely. A trama já é uma velha conhecida para quem tem mais de 40 anos. Steve Rogers (Chris Evans, o Tocha-Humana do Quarteto Fantástico) é voluntário para participar de um programa experimental que irá transformá-lo em um super soldado. Sua missão: combater a organização criminosa Hydra, liderada pelo vilão Caveira Vermelha (interpretada por Hugo Weaving). Desta vez, o super-herói não estará sozinho. Capitão América contará com a ajuda de uma Harley-Davidson WLA 1942, modelo militar fabricado pela marca norte-americana.

Detalhe: durante a Segunda Guerra Mundial, a Harley-Davidson produziu e despachou cerca de 90 mil motocicletas WLA para apoiar a ofensiva aliada contra os nazistas. Só por curiosidade, a motocicleta era carinhosamente conhecida como "Libertador".

Ícones norte-americanos
Baseada no modelo Cross Bones, a Harley-Davidson produziu cinco motocicletas especialmente para o filme Capitão América. Dois exemplares ficarão expostos do museu da marca, em Milwaukee, Wisconsin (EUA). Além da motocicleta, a mostra exibirá também outros itens como, por exemplo, uma jaqueta em couro, um capacete e o tradicional escudo, a marca registrada do herói de laboratório.

Para ficar com a cara da WLA 1942, a customizadora Salvaggio Automotive Design, de Port Washington (EUA), fez várias modificações na HD. Muitas partes das motos foram recriadas para tornar os exemplares usados no filme tão autênticos quanto possível. As motos tiveram sua ciclística reforçada para suportar a “batalha” e os saltos.

"Capitão América é o perfeito parceiro de marketing para Harley-Davidson, já que ele incorpora os aspectos icônicos e heróicos, como a nossa marca", afirma Dino Bernacchi, diretor de Comunicação de Marketing da Harley-Davidson. "Além disso, tanto o Capitão América, como nossas motocicletas, são grandes símbolos da liberdade", completa.

WLA 1942
O nome do modelo – WLA – é fácil de ser explicado. W: a moto pertence a família W, equipada com motor em “V”, Flathead, de 740 cm³ e câmbio manual. O conjunto é uma evolução da família R, que foi produzida entre 1932 e 1936. A letra “L” é referente à baixa compressão da suspensão (Low). E o “A”, é de Army (Exército). Ou seja, veículo militar.

As principais características estéticas eram sua pintura verde-oliva e paralama dianteiro mais alto. Banco revestido em couro com molas na parte inferior e farolete para ampliar a visão noturna também fazem parte do conjunto. A suspensão dianteira era Springer (molas na parte superior, perto do farol, que é usada até hoje) e a traseira, tipo rabo-duro. Esta “guerreira” tinha freios a tambor em ambas as rodas.

A WLA trazia vários acessórios. Entre eles, alforje para transportar o rádio, bainha em couro para o rifle, protetor de pernas e parabrisa. Além de filtro banhado a óleo, que não deixava a poeira entrar no sistema de refirigeração.

Outros modelos militares
Nos Estados Unidos, o Capitão América e a HD WLA são considerados ícones de liberdade. Só na Segunda Guerra, a Harley fabricou mais de 90 mil unidades do modelo militar. Cerca de um terço daquelas motos foram vendidas para o exército da antiga União Soviética. O restante foi usado pelo militares norte-americanos em várias ações.

A marca fabrica motos militares desde 1916, quando os Estados Unidos se envolveram em um conflito com o revolucionário mexicano Pancho Villa, na divisa com o México.

Outras motocicletas foram produzidas pela HD especialmente para as forças armadas: WLC, XA, UA. Já na Guerra do Golfo, a marca tinha os modelos MT-350 e MT-500 (de uso off-road), produzidos em conjunto com a Rotax.

Fotos: Divulgação


Fonte:
Agência Infomoto

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