Especial: Dicas para cuidar da injeção eletrônica da moto

Menos poluentes e mais econômicos que o carburador, os bicos injetores são maioria nas motos atuais; veja como mantê-los em ordem

Por Gabriel Carvalho

Existente em praticamente todas as motos vendidas atualmente, a injeção eletrônica de combustível tomou o lugar do carburador com vantagens evidentes. Menos poluição, mais economia de combustível, funcionamento linear do motor e até mesmo segurança, ao se aliar a sistemas de controle de tração e de potência em modelos mais esportivos. 

Sem os devidos cuidados, no entanto, os donos de motocicletas podem ter surpresas desagradáveis. O engenheiro Olavo Sachs, dono de uma Yamaha Super Ténéré 1200, teve que descarbonizar a admissão da sua big trail. “Durante uma revisão geral, o mecânico detectou que havia excesso de depósitos de carvão e retirou as peças para limpeza com produto específico. Nem imaginava que havia tanto resíduo, pois uso gasolina boa e costumo encarar viagens mais longas com ela”, explica. 

Ou seja, assim como em qualquer sistema de alimentação, há cuidados preventivos a serem tomados. Confira nas dicas abaixo quais os cuidados necessários para que sua moto esteja sempre pronta para rodar na cidade, ou encarar longas viagens.

Use combustível de qualidade
Combustível de má qualidade, em especial com resíduos ou solventes, é um dos maiores “vilões” do sistema de injeção. Segundo Alex Bongiovanni, da Officine Moto de São Paulo, “este tipo de gasolina ataca injetores, borrachas de vedação e a precisão dos sensores”. 

Procure também saber se a sua moto pode usar gasolina aditivada: alguns modelos têm um aviso junto do tanque de combustível ou no manual, indicando apenas o uso de gasolina comum. Se usar aditivada, poderá sofrer problemas com a bomba de combustível.

Não ande na reserva
Motos com injeção fazem uso de bomba elétrica de combustível, imersa no tanque ou externa. Ela é resfriada pela gasolina e, ao rodar na reserva, a bomba trabalha “seca”, o que prejudica seu resfriamento e diminui sua vida útil. Inclusive, deixar pouco combustível no tanque aumenta sua temperatura e, por consequência, poderá evaporar mais rápido.

Manutenção preventiva 
Bongiovanni recomenda manter sempre em dia componentes como velas de ignição e filtro de ar, que trabalham em conjunto com a injeção e permitem a correta combustão da mistura ar+combustível. “Adiar a troca do elemento filtrante do ar, por mais que ele pareça limpo, resulta em admissão de ar menor que a ideal, o que prejudica desempenho e, de quebra, se gasta mais gasolina, pois se acaba acelerando mais para compensar a perda de rendimento. Velas com eletrodos gastos, por sua vez, prejudicam a combustão e acarretam no mesmo sintoma”, revela. 

Gasolina velha 
Segundo Alfredo Guedes Jr., engenheiro da Honda, deve-se evitar o uso de gasolina que está no tanque há mais de três meses. Ele aconselha “desligar a bateria e drenar o combustível velho, sob pena de haver problemas no funcionamento do motor”.

Limpeza de injetores
Embora algumas montadoras não recomendem a limpeza dos injetores em máquinas específicas (ultrassom), há casos e casos. Bongiovanni relata que a troca dos bicos é algo raro, necessário apenas em casos extremos. 

A limpeza dos injetores obstruídos deve ser feita com eles fora do motor, usando produtos específicos, para depois receberem novos anéis de vedação e uma espécie de tela contra resíduos. Feito o procedimento, os injetores têm sua vazão conferida no ultrassom, para então serem reinstalados.

Mais raramente, pode ocorrer a carbonização do corpo de injeção, que também deve ser retirado para limpeza. Motos menores, por exemplo, possuem um filtro na linha de combustível, o qual deve ser trocado em média a cada 15 mil km, sob pena de obstruir a pressão na linha e causar perda de rendimento. 

Estrada 
Em casos de motos que ficam bastante paradas, o mecânico recomenda uma viagem, na qual se deve alternar marchas mais altas com marchas mais baixas (e maior rotação do motor). “Via de regra, o próprio motor efetua uma limpeza interna quando há caso de carbonização mais leve”, completa.

Bateria
Diferentemente das motos carburadas, as injetadas precisam de uma bateria saudável. Se estiver com carga baixa, não irá alimentar a bomba elétrica e o sistema de iluminação, por exemplo. Daí basta parar num semáforo e acender a luz de freio, por exemplo, para o motor morrer. O jeito será verificar o sistema elétrico e, se necessário, trocar a bateria em breve. Do contrário, há o risco de ficar na rua.


Fonte:
Equipe MOTO.com.br / Agência Infomoto

Compartilhe:

Receba notícias de moto.com.br