Dez fatos sobre as novas Royal Enfield Interceptor e Continental GT

Tudo que você precisa saber sobre as bicilíndricas de 650 cm³ da fabricante, que chegam ao Brasil em 2019

Por Gabriel Carvalho

Um ano após mostrar o inédito motor de dois cilindros e 650 cc a Royal Enfield finalmente lançou a versão final das duas motos que utilizarão o bicilíndrico. Interceptor 650 e Continental GT 650 foram apresentadas em um evento realizado na Califórnia, Estados Unidos, para a imprensa e influenciadores digitais do mundo todo. 

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Orgulhosos dos novos produtos, engenheiros e técnicos da Royal Enfield fizeram uma detalhada apresentação dos dois modelos com visual clássico, mas tecnologia moderna, antes do test-ride. Resumimos aqui os 10 fatos mais importantes para você ficar por dentro de tudo sobre os lançamentos que marcam uma nova fase da empresa de origem inglesa, que hoje pertence ao grupo indiano Eicher Motors.

1 – Inspiradas no passado, mas de olho no futuro
A Royal Enfield buscou no passado a inspiração para os dois novos modelos. Acertou duas vezes: manteve o estilo clássico presente em seus outros modelos (Classic e Bullet) e ainda embarca na onda de clássicas-modernas que, atualmente faz sucesso em todo o mundo. 

A Interceptor 650 foi inspirada em um modelo de mesmo nome construído nos anos de 1960 que fez muito sucesso nos Estados Unidos. A Interceptor é uma naked com visual clássico, cheia de cromados e guidão alto. 

Já a Continental GT 650 segue o estilo cafe racer, nascido na Inglaterra no final dos anos de 1950. Mas o modelo que inspirou a nova Continental GT tinha o mesmo nome, motor de 250cc, e saía de fábrica com semi-guidões e pedaleiras recuadas em 1965.

2 - Continental GT 650 e Interceptor 650 são completamente novas
Nenhuma peça sequer dos novos modelos é compartilhada com as atuais motos vendidas pela Royal Enfield. Ambas foram desenvolvidas no Centro Técnico da marca, localizado no Reino Unido e inaugurado no ano passado. Segundo Mark Wells, diretor de estratégia de produto e design industrial da RE na Inglaterra, as motos levaram cerca de três anos para serem construídas. 

“Fizemos tudo do zero. Criamos inúmeros conceitos, protótipos de todas as peças da moto até chegar no resultado que queríamos. Foi um longo trabalho, mas que valeu a pena”, conta Wells orgulhoso das criações. Portanto, elas não têm nada a ver, exceto pelo estilo clássico, com as motos Royal que você já conhece. Nem mesmo a Continental GT, que usa o mesmo nome da cafe racer monocilíndrica de 535 cc que é vendida atualmente no Brasil.

3 – São as primeiras motos globais da empresa
Desde 1994, a Royal Enfield pertence ao grupo indiano Eicher Motors, que fabrica tratores e caminhões. Nos anos 2000, a marca se reergueu e desde 2013, quando abriu a fábrica em Oragadam, em Chennai, sul da Índia, tem focado no mercado de média cilindrada. 

A aposta tem dado certo: a produção passou de pouco mais de 85.000 motos no início dos anos 2000 para 850.000 unidades atualmente. “As fábricas ou produzem motos pequenas ou motos grandes. Há poucas opções de média cilindrada e é nesse nicho que estamos atuando com sucesso em todo o mundo”, afirmou Arun Gopal, diretor de negócios internacionais da Royal Enfield. 

Mas, até então, a empresa concentrava grande parte das vendas na Índia. As duas novas motos foram criadas para o mercado global. “Acreditamos que as novas motos são tanto um upgrade para nossos clientes como uma forma de atrairmos novos motociclistas para a marca”, afirmou o CEO do Eicher Group e da Royal Enfield, Siddhartha Lal.

4- Ambas têm a mesma base mecânica e ciclística
Apesar do estilo distinto, Interceptor e a nova Continental GT compartilham quadro, rodas, freios, motor e câmbio. Apenas o tanque, o acerto das suspensões, a posição das pedaleiras e o guidão são diferentes. “Você poderia ter uma Interceptor, comprar as pedaleiras e os semi-guidões da Continental e ter, praticamente, duas motos em uma”, revela Mark Wells.

5 – Motor é simples, tem bom desempenho e não vibra
O motor usa o clássico desenho inglês com dois cilindros paralelos com refrigeração mista, ajudada por um pequeno radiador de óleo. O virabrequim foi forjado em uma única peça e o intervalo de ignição é de 270° para aproveitar melhor o torque do bicilíndrico. O comando é simples (SOHC), mas há quatro válvulas por cilindro. 

Alimentado por injeção eletrônica, o motor produz bons 47 cv de potência máxima a 7.100 rpm – bem mais do que os 27,5 cv dos modelos monocilíndricos. O torque máximo é de 5,3 kgf.m já a 4.000 giros. Em conjunto com o câmbio de seis marchas e embreagem assistida, os números de desempenho são suficientes para arrancadas vigorosas ou para rodar a 120 km/h na estrada.

Mas o mais importante é que o bicilíndrico não vibra como os monocilíndricos atuais da Royal. Além de a arquitetura de dois cilindros paralelos ajudar nisso, a marca adotou um eixo balanceiro que reduziu as vibrações ao mínimo.

6 – Acabamento melhor do que as monocilíndricas
Outro ponto no qual as novas motos são melhores do que as atuais Royal é no acabamento. Há peças usinadas, com ligas de metais mais uniformes e, no geral, a moto parece ser mais bem-acabada do que as Bullet e Classic, que são mais rústicas. O painel é simples, porém completo: tem dois mostradores analógicos (conta-giros e velocímetro) e uma pequena tela de LCD com marcador de combustível, dois hodômetros parciais e um total.

Ainda assim não é um acabamento de moto premium, mas nem é essa a proposta dos novos modelos. Os piscas poderiam ser mais elegantes e o tanque ainda traz a solda da emenda, pois segundo Mark Wells, retirá-la acrescentaria algumas centenas de dólares ao preço final das motos. Por outro lado, a marca investiu numa vasta gama de acessórios para incrementar as motos: pesos de guidão, tampa do fluido de freio, ponteiras de escapamento S&S... tudo para personalizar as novas 650cc.

7 – Ciclística ajustada
O quadro berço duplo é construído em tubos de aço e foi desenvolvido em parceria com a inglesa Harris Performance. Sustentado por um garfo telescópico convencional com tubos de 43 mm, sem ajuste, na dianteira; tem dois amortecedores, na traseira, com cinco posições de regulagem na pré-carga da mola. 

As rodas raiadas são de alumínio de 18 polegadas e calçam bons pneus Pirelli Phantom SportsComp, os mesmos da Triumph Street Twin. O sistema de freio tem disco flutuante de 320 mm na dianteira e um disco fixo de 240 mm na traseira. Ambos são mordidos por pinças de dois pistões da ByBre, divisão indiana da Brembo, que também faz as pinças para a linha G 310 da BMW.

A única crítica vai para o peso excessivo das novas motos. A Interceptor 650 pesa 202 kg a seco e tem tanque para 13,7 litros. Já a Continental GT é um pouco mais leve: 198 kg também sem combustível.

8 – De eletrônica, só freios ABS de série
Ainda com o objetivo de deixar as duas novas motos de 650cc acessíveis, a Royal não incorporou nenhum controle eletrônico. Nada de controle de tração, modos de pilotagem, painel de TFT ou LEDs no farol e lanterna. Apenas o básico para atender à legislação: freios ABS de dois canais da Bosch, que não pode ser desligado.

9 – As motos virão para o Brasil?
Sim. Tanto a Interceptor quanto a Continental GT serão vendidas no Brasil. A grande pergunta é, quando? Algumas unidades já estão a caminho do Brasil para serem homologadas”, me garantiu Arun Gopal durante o evento de lançamento mundial, realizado entre 25 e 28 de setembro.

Segundo o executivo, o processo de homologação em nosso país é complicado e pode levar alguns meses. Mas não é só isso: depois de homologadas as motos ainda terão de ser produzidas na Índia e enviadas ao Brasil. Portanto, segure a ansiedade: alguns palpites afirmam que os modelos só deverão ser lançados oficialmente por aqui no segundo semestre de 2019.

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10 – O preço deve ser competitivo
A segunda grande pergunta é quanto vão custar? Claro que isso ainda não foi definido para o nosso mercado, mas tudo indica que as motos terão um preço bastante competitivo. Já dá para ter uma ideia com base no preço nos Estados Unidos, único país onde a Royal já anunciou o valor das motos.

A Interceptor 650 parte de US$ 5.799, cerca de R$ 22.545. A Continental GT 650 começa em US$ 5.999, cerca de R$ 23.322, e os preços aumentam de acordo com a cor escolhida. Só como efeito de comparação, os preços são inferiores aos da Honda CB 500F, vendida nos Estados Unidos por R$ 6.099. O que não significa que as novas Royal Enfield serão mais baratas do que a naked japonesa, comercializada no Brasil pelo preço de R$ 24.890.


Fonte:
Equipe MOTO.com.br

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