Os números novamente comprovaram que 2006 segue na trilha ascendente para se consagrar como o grande ano do mercado das motos. Nesta quarta-feira, a Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares) realizou uma coletiva de imprensa para revelar o balanço do primeiro trimestre referente às vendas e produção dos equipamentos de duas rodas e, também, para falar sobre o empenho que tem reservado às ações de melhorias do segmento, como segurança e meio-ambiente.
Nos dados apurados nos três primeiros meses, observou-se que o setor produziu 342,5 mil motocicletas, contra 280.693 unidades no mesmo período de 2005, o que representou aumento de 22% do volume de produção. Se comparado somente com os meses de março e fevereiro deste ano, o aumento foi ainda maior, chegando a 23,3%.
Em março, foram produzidos 132,66 mil equipamentos, contra pouco mais de 107 mil unidades do mês anterior. No mercado interno, o primeiro trimestre registrou a comercialização 304.204 motocicletas, contra 228.207 do mesmo período de 2005. Isso representou um aumento de 33,3% das vendas do trimestre entre os dois anos.
Só no último mês, foram vendidas 115.568 motocicletas. Se comparado com as vendas do mês de fevereiro de 2006, em que foram comercializadas 101.564 unidades, o incremento foi de 13,8%. “Além de confirmar as previsões de crescimento setorial feita para esse ano, os resultados positivos retratam a absorção da cultura da motocicleta como meio de transporte eficiente nos grandes centros urbanos e inclusive em outras regiões, independentemente da finalidade de utilização adotada por seus condutores”, disse Paulo Shuiti Takeuchi, Presidente da Abraciclo, que esteve presente à coletiva feita em um hotel da zona sul da cidade de São Paulo.
As exportações, como a Abraciclo havia previsto, caíram em março, quando comparadas à quantidade de motos exportadas em fevereiro. Foram 16.760 motocicletas destinadas ao mercado externo, número 4,9% inferior ao último mês, que contabilizou 17.589 unidades.
O volume de exportações do primeiro trimestre, no entanto, foi superior a idêntico período de 2005. De janeiro a março de 2006, 47.737 motocas foram exportadas, contra 42.944 unidades vendidas ao mercado externo no mesmo período do ano passado. Mesmo assim, de acordo com as perspectivas da Abraciclo, as exportações devem registrar queda de 6% neste ano.
Na projeção para o mercado interno, a Associação dos Fabricantes prevê aumento de 13% em relação a 2005 — seria, portanto, 1.160.000 motos contra 1.024.987 do ano anterior. “São dados bastante motivadores para o setor, que já está no Brasil há 30 anos”, destacou o presidente da Abraciclo. “Estes resultados vêem num momento importante para nós, que também iremos completar 30 anos de fundação”, acrescentou Takeuchi.
Missão para o mercado das duas rodas
Outro assunto bastante debatido na coletiva de ontem foi referente aos trabalhos para melhorar o segmento motociclístico no Brasil. Foi a intitulada Missão da Abraciclo, que ressaltou o empenho em desenvolver, por exemplo, estudos e projetos de segurança para os motociclistas.
“Criamos um grupo de trabalho para estudos de acidentes e pretendemos firmar, em breve, um convênio com a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) para aumentar a segurança no trânsito. Contratamos inclusive um especialista em trânsito para essa empreitada”, afirmou Takeuchi.
O meio-ambiente foi outra área que recebeu a atenção da Abraciclo. “Temos de atuar em parceria com o meio-ambiente, respeitando as normas de ruído e de emissão de poluentes, por exemplo”. Para agir neste contexto, as montadoras Honda e Yamaha — as únicas no Brasil a possuir laboratório de testes — fizeram uma parceria com a Abraciclo para disponibilizar os espaços a demais fabricantes de motos.
“Temos a nossa programação de trabalhos, que será mantida, mas ainda assim haverá espaço para dividir o laboratório com as outras fábricas”, disseram Marcos Fernanian e Aurélio Maranha, representantes de Honda e Yamaha, respectivamente, que também compareceram à coletiva.
A Honda, também pensando no projeto de Missão, propôs que cada concessionária crie um centro de treinamento para os motociclistas, com o objetivo de formar verdadeiros pilotos para o trânsito. “tem que haver educação, é a base para pensarmos em segurança”, falou Maranha.
Além de ações educativas e de fiscalização, a Abraciclo propõe uma ajuda no estudo de novas leis e na infra-estrutura viária — má conservação de vias e falta de sinalização são alguns dos pontos a serem analisados.
Confira o retrospecto de vendas do mundo motociclístico no Brasil, país que ocupa a quinta posição no ranking mundial de produção de motocicletas:
ANO | PRODUÇÃO | M. INTERNO|EXPORTAÇÃO|TOTAL
1975 5.220
1976 12.800
1977 32.791
1978 41.492
1979 63.636
1980 125.000
1981 155.572
1982 215.767
1983 219.000
1984 180.000
1985 161.378
1986 166.994 166.160 166.160
1987 181.500 175.613 175.613
1988 166.961 158.671 10.117 168.788
1989 167.431 153.617 12.327 165.944
1990 146.735 123.169 15.460 138.629
1991 116.321 109.168 13.191 122.359
1992 86.194 53.450 35.596 89.046
1993 83.458 67.997 15.805 83.802
1994 141.140 127.395 14.334 141.729
1995 217.327 200.592 12.930 213.522
1996 288.073 275.668 14.913 290.581
1997 426.547 407.430 16.415 423.845
1998 475.725 460.122 20.374 480.496
1999 473.802 441.536 32.607 474.143
2000 634.984 574.149 60.260 634.409
2001 753.159 692.096 60.190 752.286
2002 861.469 792.424 68.050 860.474
2003 954.620 848.377 100.440 948.817
2004 1.057.333 911.717 157.400 1.069.117
2005 1.214.568 1.024.987 184.592 1.208.795
2006* 1.335.000 1.160.000 175.000 1.335.000
Fonte:
Equipe MOTO.com.br
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