Nova Ducati Multistrada 950 é confortável, divertida e valente
Moto Touring da Ducati chega com preço sugerido R$ 59.900, equipada com motor de 113 cv de potência, querendo ser mais versátil e racional que sua irmã maior
Por Alexandre Ciszewski
Por Alexandre Ciszewski
Já é um fato e uma consequência, atualmente. Muitos motociclistas buscam um modelo "multi-tarefa", "polivalente", ou seja, que sirva para se deslocar até o local de trabalho, fazer uma longa viagem, acelerar na pista com muita adrenalina e até mesmo encarar uma aventura fora do asfalto. Os engenheiros da Ducati garantem que essa moto é a nova Multistrada 950, que acaba de chegar ao Brasil com preço sugerido de R$ 59.900. Sua principal característica e seu trunfo é a capacidade de se adaptar a estas situações graças à versatilidade de sua ciclística, modos de pilotagem que alteram o comportamento do motor e os kits de personalização.
Tendo isso em mente, fomos até o Haras Tuiuti, no interior do Estado de São Paulo, à convite da marca italiana, para conhecer mais de perto a nova Ducati Multistrada 950. Com o preço já definido, surge outra questão: será que ela é mais interessante que a Multistrada 1200, irmã maior que vem equipada com um poderoso motor de 160 cv e 13,9 kgf.m de torque?
A Ducati Multistrada 950 é um pouco mais alta que a 1200, exigindo habilidade do piloto, porém, é mais leve e confortável de montar que sua irmã maior: são 224 kg contra 232 kg (em ordem de marcha). Mas não há motivo para preocupações, isso porque a fabricante italiana oferece bancos mais baixos como opcionais: na medida de 820 ou 860 mm, ao custo aproximado de R$ 1.800.
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Ao subir na nova aventureira de 937 cilindradas da Ducati, nos deparamos com um grande painel com tela LCD. Lá estão informações como a marcha engatada, velocímetro digital, autonomia do tanque de combustível entre outros dados. Porém, a informação mais importante é qual entre os quatro modos de pilotagem foi selecionado, afinal isso faz toda a diferença.
Ao dar a partida, o motor "L2" desperta com seu urro peculiar, sempre forte e encorpado. São 113 cavalos de potência disponíveis em 9.000 giros, mas o grande diferencial dessa Ducati é o torque: são 9,8 kgf.m a 7.500 rotações, mas a apenas 3.000 rpm cerca de 80% da “força” já está disponível. O câmbio de seis marchas tem engates precisos e em pouco tempo já é possível se familiarizar com esta nova Ducati e se divertir.
Tudo isso graças a sua ciclística, que tem uma receita bem acertada com o motor. Seu quadro, moldado em tubos de aço, abraça o propulsor, a suspensão invertida na dianteira, e a balança dupla na traseira, são totalmente ajustáveis; as rodas de liga de 17 polegadas na traseira e 19 na dianteira usam pneus de uso misto Pirelli Scorpion Trail II, mas que vão bem no asfalto. O sistema de freio, com disco duplo na dianteira e simples na traseira, consegue transmitir a confiança na mesma proporção que o motor instiga a acelerar cada vez mais, tornando possível realizar frenagens com muita segurança em quaisquer situações. Além disso, nas entradas de curvas o piloto pode reduzir sem dó, pois a embreagem deslizante consegue evitar o “quique” da roda nas desacelerações mais violentas.
Quatro motos em uma
Agora, se os engenheiros da Ducati planejaram uma moto para alegrar todos os públicos, eles acertaram em cheio com a 950. Dependendo de como se escolhe a entrega de potência do motor (que vai dos modos “mansos” como Urban ou Enduro, passando pelo comportado Touring até chegar ao insano Sport) o comportamento muda completamente.
Ela deixa de ser uma comportada tourer para se transformar em uma ousada esportiva, com o simples toque de um botão. De acordo com a posição escolhida a injeção eletrônica dosa a quantidade de mistura (ar + combustível) para se adequar às necessidades da moto com aquela configuração. Segundo Eduardo Oshida, gerente de pós-venda da Ducati, a mesma mágica acontece no controle de tração ao perceber que a roda traseira está mais “rápida” que a dianteira – ou seja, patinando.
Entre os modos Urban e o Sport, por exemplo, a sensação é de andar em motos diferentes. No caso do Urban a potência se limita a 75 cavalos; enquanto no Sport a potência máxima de 113 cv está à disposição do piloto. Além da potência, os controles de tração (com oito níveis de ajuste) e o ABS (com três níveis) se tornam menos intrusivos. É como se a moto dissesse “agora é com você, fique à vontade”. E como é gostoso ficar à vontade com a Multistrada 950 na pista, é diversão garantida!
Além dos controles eletrônicos, a nova Multistrada 950 conta com uma série de acessórios para torná-la ainda mais adequada às necessidades dos proprietários. O Kit Urban (cotado a R$ 4.320) oferece o top case, bolsa tanque e cabo de energia com porta USB. Já o Kit Enduro (R$ 9.000) traz protetor de motor, pedaleiras em aço, protetor do radiador, faróis de LED e protetores laterais.
Quem busca usar a Multistrada para viagem poderá contar com a opção de Kit Touring (R$ 5.430), malas laterais e cavalete central. Isso sem falar do tanque de combustível com capacidade para 20 litros, que oferece uma autonomia superior a 300 km. Com revisões programadas para 1.000, 15.000 e 30.000 km a Multistrada apela também para o lado racional do consumidor.
950 ou 1200?
Quando paramos para comparar a Multistrada 950 com sua irmã de 1200 cc, que tem preço inicial de R$ 69.900, as diferenças ficam visíveis na ficha técnica. Mais potente e torcuda (160 cv e 13,9 kgf.m), os 232 kg da Multistrada desafiam o piloto e dificulta a convivência com o trânsito urbano. Quem usa a 1.200 diz que ela chega a cansar na cidade, principalmente ao encarar congestionamentos. Porém, é inegável que a 1200 é entrega muito mais desempenho e emoção.
Porém, olhando pela perspectiva de quem quer uma motocicleta mais versátil, polivalente, a nova Multistrada de 950 cc se firma como opção mais interessante para quem precisa de uma moto para usar no dia a dia e curtir no final de semana. Ou seja, ela é valente, oferece um desempenho mais que satisfatório, é confortável e divertida, sem falar que não apresenta a vibração da Multistrada 1200.
Equipamento utilizado durante o teste:
Capacete LS2 FF320 Stream Bang, Jaqueta Race Tech Eagle, Calça Jeans HLX Spirit Confort, Luvas Race Tech Select e sapatilha de pilotagem HLX
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Ficha Técnica
Ducati Multistrada 950
Motor Dois cilindros em “L”, distribuição Desmodrômica, quatro válvulas por cilindro e refrigeração líquida
Capacidade cúbica 937 cm³
Diâmetro x curso 94 x 67.9mm
Taxa de compressão 12,6:1
Potência máxima 113 cv a 9.000 rpm
Torque máximo 9,8 kgf.m a 7.750
Câmbio Seis marchas
Transmissão final Corrente
Alimentação Injeção eletrônica
Partida Elétrica
Quadro Treliça em tubos de aço
Suspensão dianteira Garfo telescópico invertido Kayaba de 48 mm de diâmetro com 170 mm de curso totalmente ajustável
Suspensão traseira Balança em alumínio com monoamortecedor Sachs totalmente ajustável e com170 mm de curso
Freio dianteiro Disco duplo de 320 mm de diâmetro com pinças radiais Brembo de quatro pistões e ABS
Freio traseiro Disco simples de 265 mm de diâmetro com pinça de dois pistões e ABS
Pneus 120/70-R19 (diant.)/ 170/60-R17 (tras.)
Distância entre-eixos 1.594 mm
Altura do assento 840 mm (opcional 820 ou 860 mm)
Peso em ordem de marcha 227 kg
Peso a seco 204 kg
Tanque de combustível 20 litros
Cores Vermelha
Preço R$ 59.900
Fotos: Divulgação/Mario Villaescusa/Johanes Duarte
Vídeo: Alexandre Ciszewski e Kiko Tokuda/MOTO.com.br
Texto: Alexandre Ciszewski/MOTO.com.br e Cicero Lima/Agência INFOMOTO
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