Viajando de Crypton: cerca de 10.750 km passando por MG, SP e RJ

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Por Alexandre Ciszewski

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Evaristo Gouvêa

"Viajando de Crypton" foi das mais belas experiências que tive. Planejei e executei, mesmo diante de algumas opiniões contráriasUma vez li um livro do título “Fernão Capelo Gaivota”, de Richard Bach. Um livro que fala da liberdade, da criatividade e da evolução, de sair da inércia e de colocar-se livre para a vida, de tentar algo diferente.
 
E saindo da inércia, indo um pouco mais longe, viajando de Yamaha Crypton, encontrei com muitas pessoas se aventurando pelas estradas desse nosso país maravilhoso. Pessoas se aventurando pela primeira vez, ou pela enésima vez, nas estradas de terra, nas escaladas, nas trilhas, nas cavalgadas, nos passeios de barco, nos veleiros cruzando o litoral, nas rodovias, se superando e se surpreendendo com este nosso planeta azul, descobrindo caminhos e oportunidades inimagináveis.  

Encontrei várias situações que me fortaleceram e outras tantas que me comprovaram que há muito que se aprender na vida, sobre a educação, sobre o respeito, sobre a necessidade de ajuda ao próximo, sobre a liberdade nos diferentes caminhos escolhidos na vida e também sobre a fé, sobre recomeçar e não desanimar, coisas que só acontecem com amigos à volta.

Vi muitas vidas em diferentes situações diante de meus olhos, vi pessoas dispostas a ajudar e sequer querer receber em troca ao menos pelo que gastaram, eu vi pessoas se vangloriando por terem recebido por algo que não fizeram. Eu andei sob sol e chuva, no amanhecer e entardecer, subi serras e desci montanhas, visitei praias e picos, mares e lagos, cavernas e grutas, cânions e trilhas, cachoeiras cinematográficas, de águas cristalinas. Andei só e andei na companhia de muitas pessoas, nos ajudando nas trilhas, nas escaladas, nas orientações por caminhos diferentes e desconhecidos, nas conversas e trocas de pensamentos. Tive recepções e amizades inesquecíveis. Vi horizontes cheios de plantações, cortados por longas retas que me faziam sentir como um pequenino grão em movimento. Vi pássaros e borboletas mil. Vi flores e árvores compondo matas e montanhas que se impunham grandiosas e imponentes, mas convidativas e pacificadoras. Um encontro com Deus.

Me atrevi a tentar descrever as riquezas e belezas de uma pequena parte deste nosso país no meu livro “Viajando de Crypton” que em muitos lugares e estradas são indescritíveis. Foram por volta de 10.750 km passando por Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, visitando mais de 40 cidades em noventa dias. Lugares fantásticos por onde passei e que não fazia ideia que encontraria quando comecei a minha pequena jornada. Conheci montanhas e picos como o Pico dos Marins e o Pico das Agulhas Negras além de ficar sabendo da existência das travessias como a Petrópolis-Teresópolis, a travessia Marins-Itaguaré, a travessia Ruy Braga e a famosa travessia Serra Fina que espero um dia, realizá-las todas.



A minha pequena Yamaha Crypton aguentou firme as subidas, as estradas de terra, cheias de pedra, o barro, o asfalto quente, o trânsito pesado das rodovias Rio-Santos, da Regis Bittencourt, da Washington Luiz, da Presidente Dutra, da Fernão Dias e de tantas outras. Aguentou as chuvas e o sol quente, os ventos e as brisas, os cachorros correndo ao lado, querendo não sei o que, talvez tentando impedi-la de seguir ou invadir seus territórios. Fui e voltei por muitos caminhos.

Problemas aconteceram mas, com fé e ajuda, foram todos superados. Faria novamente, arriscaria novamente, viveria novamente, sonharia novamente toda a fantasia e magia desta minha pequena jornada que se iniciou em 29 de Novembro de 2015, teve um intervalo de 30 dias por motivos de "falha humana-técnica", e retornou em 18 de janeiro de 2016, para terminar em 27 de março de 2016.

Quando se sai com um bom planejamento, mas deixando o imprevisto e o não planejado atuar, sem medo, se vai longe, e as descobertas são incríveis. Espero realizar outras viagens mais, mas pelo menos uma vez na vida, mesmo tendo de largar o emprego com ótimo salário, me dei o direito de sair por aí, sem uma rota definida, no embalo das curvas e das retas, curtindo o inesperado..."



Fotos: Arquivo Pessoal


Fonte:
Equipe MOTO.com.br

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