Jerre Rocha
No mês de fevereiro, enquanto a maioria das pessoas curava a ressaca carnavalesca, um grupo de motociclistas se preparava para uma viagem rumo a Nova Roma do Sul, localizada a cerca de 155 km de Poá (RS).
Cowboy e Miriam, Márcio 14 e Marisa, eu e Dênia fomos até São Vendelino, Farroupilha, retornando em direção a Bento Gonçalves, onde existe o acesso à Nova Roma à direita.
Depois de alguns quilômetros, começa-se a sentir o aroma de uvas, que nos acompanha por muito tempo neste roteiro, pois as encostas são cheias de parreirais, e quando não o são, são substituídos por paredões de um lado, e o Rio das Antas lá embaixo no meio do vale.
A estrada é sinuosa, por isso o melhor é ir com calma. Não só pelo número de curvas, mas também pela beleza, formada por quedas d’água, visual deslumbrante para quem aprecia a natureza, e o aroma sempre ali, nos acompanhando.
Chegamos por volta das 12h a Nova Roma do Sul, cidade com uma população em torno de 3.000 habitantes, de colonização predominantemente italiana, onde o nome é uma homenagem a capital da Itália.
Almoço tranqüilo, parada na praça central, onde algumas pessoas, vizinhos a praça, vieram conversar conosco, trazendo aquela acolhedora recepção, típica de interior, que ainda se encontra em alguns lugares, sendo em Nova Roma um deles.
Em vez de retornar pelo mesmo caminho como a maioria faz, nos dirigimos para Nova Pádua, com um porém que nos fez lembrar dos nossos amigos Saharamaníacos.
Tem um trecho de 13 km de chão batido em bom estado, mas o cascalho está solto, o que dificulta para motos baixas e pesadas. Apesar disso, há brindes no meio do trecho entre as duas cidades, como a Usina Hidrelétrica Castro Alves (UHT), onde as águas do rio mostram toda sua força.
Na travessia do Rio das Antas na Balsa União II, meus colegas de passeio me julgaram culpado pela estrada estar um pouco difícil de trafegar, mas como digo: Para que facilitar, se posso complicar? Acredito que com este comentário perdi os parceiros para uma próxima aventura.
Chegando a Nova Pádua, paramos no posto de combustível para tentar tirar um pouco da poeira, tomar uma água para refrescar e dar boas risadas. São em momentos assim que se observa como estar junto dos amigos, não importa onde e nem como, não tem preço.
Esta cidade, também de colonização Italiana, faz parte da Rota de Vinhos dos Altos Montes, bem como Flores da Cunha. E o aroma das uvas nos acompanhando — vocês observaram que comentei várias vezes sobre esse detalhe, mas é que quando eu relaxava minha esposa me lembrava, pois por quase todo o percurso, a estrada é margeada por parreirais, sem falar das inúmeras vinícolas.
Passamos ao lado de Flores da Cunha, Caxias e depois em Farroupilha, para darmos aquela parada obrigatória na fruteira que existe em São Vendelino. Ali sentados na sombra, saboreando uma salada de frutas e milho cozido, chegamos à conclusão de que, mesmo tendo enfrentado 13km de estrada de chão batido, valeu à pena. Despedimos-nos, cansados, mas pensando no próximo roteiro.
O “motonauta” Jerre Rocha participou do Moto Repórter, canal de jornalismo participativo do MOTO.com.br. Para mandar sua notícia, clique aqui.
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