Minha primeira viagem de moto

Como chegar em casa indo para o sentido errado e com o tanque da moto na reserva?

Por Adilson

Estevam de Oliveira

Olá amantes da melhor sensação do mundo...Viajar de moto!
Tenho 23 anos, e apenas um de moto. Sempre fui amante de motocicletas, desde criança, através de jogos de vídeo games (quem não se lembra de Road Rash?), revistas e miniaturas de moto.

Decidi juntar um pessoal e viajar, mas nem todo mundo sabe o que é bom, né? Consegui só um louco pra me acompanhar, meu companheiro fiel de aventuras desde criança, o Wesley.

Fomos ele e eu na minha Suzuki Yes para Aparecida do Norte, interior de São Paulo. Não calculamos dinheiro pra levar nem nada. Decidimos ir na hora. Para que? Foi a melhor viagem que fiz até hoje, e olha que já viajei muito de carro e ônibus, mas nada se compara a pôr sua moto na estrada. Não tem sensação melhor, quem anda sabe como é!
 
Chegamos lá, tudo bem, agradecemos a Nossa Senhora por tudo que tem feito em nossas vidas, curtimos um pouco a cidade, compramos dois presentes, um pra minha mãe e meu pai, que tinham completado 25 anos de casado, e um presente pra mãe do Wesley.

Na hora de voltar, ao invés de pegar o retorno, fui mais para frente (coisa de cabeção mesmo, né?) e andamos mais uns 15 minutos até chegar em um posto. Perguntamos para o frentista quanto tempo de viagem ainda teria até chegar em São José dos Campos, nossa cidade.

“São José? Vixi cara, vocês vão ter que voltar do outro lado da estrada, e ainda tem uns 120 km”. Aí nós pensamos: “Bom, então vamos abastecer e voltar, fazer o que?”. Mas, caça dinheiro na pochete, caça dinheiro no bolso, na carteira, na sacola e nada. Perdemos a nossa grana. Estávamos sem nada e ainda com a moto entrando na reserva.

Mais uma vez pensamos: “Ferrou! Estamos sem dinheiro, sem gasolina, e do lado errado! Fizemos o retorno e continuamos andando (agora para o lado certo de São José). Depois de 15 minutos chegamos em Aparecida de novo e foi quando tivemos a brilhante idéia: “Vamos vender os presentes que a gente comprou”.

Pois é, compramos por 10 reais cada um e como a minha moto faz uns 35km por litro, a gente calculou que com 10 reais dava pra abastecer e ainda pagar o pedágio, de R$ 4,80 (um absurdo por sinal, além de moto ter que pagar pedágio, ainda tem que pagar uma facada dessas!).

Então, incorporamos os candidatos de "O Aprendiz" e saímos para vender nossos presentes. Tentamos em sete pessoas, ninguém quis. Ainda tiraram um sarro: “Além de loucos, vocês são azarados!” Louco eu até concordo, mas azarado é sacanagem! Tentamos essa empreitada de não muito sucesso por mais ou menos meia hora, quando encontramos uma senhora muito feliz e simpática (doce alma! Que Deus a abençoe) que quis comprar um dos presente.

“Por quanto vocês estão vendendo?”, disse a senhora. “15 reias!” (só que na mesma hora o Wesley falou doze!). Ela deu risada e mesmo assim comprou nosso presente por 10 reais. Com aqueles dez reais nós colocamos cinco de gasosa, R$ 4,80 de pedágio e ainda compramos dois docinhos a 10 centavos.

Foi uma viajem e tanto e não pretendo parar não. A nossa próxima parada agora é São Bento do Sapucaí, depois Cunha, Paraty, depois Macaé e assim vai.

Mesmo quase ficando pelo caminho, mesmo tendo que vender presentes sem querer, ainda assim foi uma experiência maravilhosa. A única coisa que me arrependo é de não ter levado câmera fotográfica pra fotografar esse quase mico!

Mas é isso aí pessoal, quem viaja de moto sabe que apesar das adversidades, apesar dos contratempos, é a melhor coisa do mundo, mesmo que seja um simples passeio como esse que fizemos. Os próximos passeios também pretendo relatar aqui, agora com foto e tudo! Se vocês permitirem é claro! Valeu pessoal, um abraço!

O “motonauta” Estevam de Oliveira participou do Moto Repórter, canal de jornalismo participativo do MOTO.com.br. Para mandar sua notícia, clique aqui. 


Fonte:
Moto Repórter

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