Já ouviu falar de Sengés? Não? Então é para você mesmo essa matéria!
Para quem gosta de uma boa aventura com muito contato com a natureza e cachoeiras, a região de Sengés, no estado do Paraná, é obrigatória.
Por Trinity Ronzella
Por Trinity Ronzella
A região possui muitas atrações e seria impossível conhecer todas em apenas um final de semana ou feriado, o que ainda nos dá sempre um motivo para voltar (eu voltei com uma lista), porém, já é possível viver várias experiências em 2 ou 3 dias entre as cidades de Itararé- SP, Sengés, Jaguariaíva-PR e Arapoti-PR, onde estão concentradas a maioria das atrações.
Em minha visita à Sengés, tive a sorte de rodar de moto com amigos que moram na região, por isso a sugestão é sempre procurar por guias para otimizar seu tempo, conhecer mais lugares, evitar contratempos e ainda poder acessar locais com acesso controlado dentro de propriedades privadas.
Para esta viagem, sai em uma sexta-feira bem cedinho de São Paulo, que fica aproximadamente 360 km de Sengés. Neste primeiro dia, chegando na pousada um pouco antes do horário de almoço, pude conhecer algumas das principais cachoeiras e o Cânion do Jaguaricatu – o principal ponto turístico desta cidade.
Formado por paredões de arenito de até 100 metros de altura, cobertos pela vegetação nativa do bioma Cerrado. O Cânion do Jaguaricatu une-se mais ao sul do Paraná ao Cânion do Guartelá, formando uma imensa cadeia de paredões que rasga parte do estado paranaense, que compõem a APA da Escarpa Devoniana.
Os Cânions estão aproximadamente 20 km do centro de Sengés, e, assim como para as cachoeiras, o acesso é por estrada de terra, que estão majoritariamente em boas condições de preservação e são fáceis de trafegar, mesmo para os pilotos mais iniciantes.
Dos Cânions, seguimos para um circuito que contemplou a vista da Cachoeira da Ponte, Cachoeira do Navio e Cachoeira do Postinho, que tivemos acesso pela estrada que passa por cima de sua queda. É possível acessar a parte de baixo dela através de uma trilha a pé de média dificuldade.
Após a parada na Cachoeira do Postinho, seguimos para a Cachoeira Erva Doce e depois a Cachoeira do Sobradinho ou Véu de Noiva.
Como dito anteriormente, não apenas em Sengés estão concentrados todos os atrativos, mas ao longo da região que compreende o município paulista de Itararé, que está na divisa com o Paraná, e também nas cidades paranaenses de Jaguariaíva e Arapoti.
Desta vez, me hospedei em Sengés em uma pousada em área rural, por preferência do grupo que estava viajando, mas em Jaguariaíva é onde encontramos a maior variedade de hospedagens e estrutura, como restaurantes e comércio. No trajeto da volta, ainda passamos rapidamente por Arapoti em 2 locais com fácil acesso pela PR-239: o Rio das Cinzas, apenas para contemplação, e a Cachoeira Chico Fontana, com um acesso pequeno por trilha que pode ser feito com bigtrails com facilidade ou caminhando. O caminho até esta cachoeira inclui a passagem pelo rio, que não adicionou nenhuma dificuldade ao acesso.
É importante salientar que esta viagem foi feita no mês de setembro, quando ainda não temos chuvas significativas que alteram a vazão dos rios. Em regiões como esta, o período de chuvas deve ser feito com cautela, por sempre haver o perigo de trombas d’água nas cachoeiras, além da vazão dos rios serem maiores e o risco da força das águas deve ser considerado.
Para finalizar a viagem, não poderia deixar de visitar um dos maiores cartões postais da região, a Cachoeira do Corisco. Ela fica na divisa com o município de Itararé e recomendo contratar um guia por estar em propriedade particular e depender de autorização para entrada. A beleza desta cachoeira impressiona, afinal são mais de 100 metros de queda d’água.
Apesar do pouco tempo que passei na região, pude conhecer muitos lugares e posso garantir que é possível fazer com que 2 dias inteiros no local sejam muito bem aproveitados. Logicamente quero voltar em breve para conhecer outros, afinal são mais de 60 cachoeiras catalogadas e seria impossível conhecer todas em apenas um final de semana.
As cachoeiras ficam em sua maioria entre Sengés e Jaguariaíva. O trajeto entre a Cachoeira Véu de Noiva e o mirante do Cânion do Jaguaricatu pode ser feito em 1 dia, ou em 2 com paradas maiores.
Em outros atrativos, como a incrível Cachoeira do Corisco, o Poço Encantado, e o Parque Ecológico da Barreira, podem ser feitos também em um dia.
Com mais um dia de viagem poderá ainda desfrutar dos passeios que incluem prática de rapel, trekking, parapente, trilhas off-road oferecidos pelas agências locais.
Principais Cachoeiras:
Na época de estiagem, as trilhas e acessos de carro e moto são mais seguros pela menor presença de chuvas. Podemos considerar que este período vai de abril até setembro. Mesmo que a vazão de água nas cachoeiras esteja menor nesta época, ainda vale muito a pena, além do risco reduzido de trombas d’água.
Na primavera e no verão, as chuvas são mais intensas, os dias mais quentes e convidativos para passar o dia dentro da água, porém com os riscos maiores de trombas d’água e acessos mais escorregadios, mas, é possível visitar a região o ano inteiro, basta planejar.
Texto e imagens: Daiane Gaia
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