Honda CB 500F - Curtindo as curvas até a região de Cunha-SP

Confira a dica de roteiro pela região de Lagoinha e Cunha, no Vale do Paraíba.

Por Thiago Dantas

A família CB 500 da Honda é conhecida por sua versatilidade, facilidade de pilotagem e robustez. Para testar a naked da família, a CB 500F, resolvi fazer um roteiro até a região do Vale do Paraíba e conhecer as cidades de Lagoinha e Cunha. 

O domingo não estava propício para andar de moto, a meteorologia não estava muito animadora, possibilidade de 80% de chuva. Mesmo assim, resolvi arriscar, vestir minha capa de chuva e pegar estrada!

 


Honda CB 500F na viagem para Cunha/SP - Foto: Michel Igielka

 

Logo de cara, é possível ver que o desenho da CB 500F é lindo e chama atenção com as suas linhas retas e agressivas, o banco bipartido e a rabeta curta que mostram toda a esportividade da naked. 

 

Ao montar na motocicleta percebi como ela me vestia bem. Os pedais são um pouco recuados, mas nada que você não se acostume, e o desenho do tanque encaixou minhas pernas perfeitamente, olha que sou uma pessoa alta e com alguns quilos a mais. 

 

 

 
Honda CB 500F - Foto: Michel Igielka

 

Liguei a moto e apertei a embreagem e levei um susto. “Meu Deus! Como é leve!”. Com assistência deslizante, parece que o acionamento é por via bluetooh de tão leve.  

 

O primeiro desafio era cruzar a cidade para pegar a Rodovia Carvalho Pinto, logo nos primeiros metros com a moto é possível perceber como ela é fácil de pilotar. Guiar a Honda CB 500F é natural, apesar do motor de 500 cilindradas.

  

Na Marginal Tietê já tive a oportunidade de testar o funcionamento do sistema de alerta de frenagem ESS da CB 500F. Com a chuva caindo,um carro trocou de faixa sem ligar a seta, por isso precisei brecar firmemente. Nesta hora, por estar acima de 50 km/h e apertar fortemente o freio,  o sistema acionou automaticamente o pisca-alerta para avisar os motoristas que estavam atrás que eu realizei uma frenagem brusca. Aprovei, pois toda segurança a mais é bem vinda!

 

Saindo da capital, pegue a  Rodovia Carvalho Pinto que conta com diversas faixas de rodagens e boas retas. Uma dica legal dessa rodovia: a concessionária EcoPistas permite o pagamento dos pedágios com cartão por aproximação. Muito útil, assim não precisei tirar a luva molhada para pagar o pedágio.


Pagando o pedágio com cartão por aproximação na Ecopistas - Foto: Reprodução

 

Para chegar a Lagoinha, vamos percorrer toda a extensão da Carvalho Pinto e entrar à direita na Rodovia Oswaldo Cruz, sentido a cidade de São Luis de Paraitinga. 

 

Aproveitei as longas retas e acelerei o motor bicilíndrico de 471 cm³. Ele é capaz de gerar 50,4 cv de potência a 8.500 rpm, e possui o torque máximo de 4,5 kgf.m a 6.500 rpm. 

 

Ele enche rápido e mostrou agilidade nas retomadas, mas não pense que ela é uma superesportiva. Ela vai divertir quem está entrando no mundo das altas cilindradas e isso é ótimo, pois você consegue manter o controle da moto em todo o momento. Ideal para ir se acostumando com motocicletas de alta cilindrada com segurança.

 

É perceptível que existem duas motos em uma, até 4.000 giros a CB 500F é dócil e econômica, passou disso, ela se torna rápida e divertida. 

 

Ao entrar na Oswaldo Cruz é hora de diminuir o ritmo e começar a curtir as paisagens da serra. Siga até a saída para a cidade de Lagoinha/Cunha. Aqui começa o roteiro para quem curte curvas. 

 


Honda CB 500F no caminho para Lagoinha/SP - Foto: Michel Igielka

  

A estrada que vai até Lagoinha combina bela paisagem e curvas. Apesar da chuva no estilo, pára e volta, deu para se divertir com a moto nas curvas. Sua ciclística bem acertada, a boa posição de pilotar e o peso leve permitiram rápida mudança de direção e segurança para fazer as curvas. 

 

O sistema de embreagem deslizante impede o travamento da roda em reduções bruscas, dando mais segurança para aproveitar as curvas. E os pneus 120/70 - 17 na dianteira e 160/60 - 17 na traseira, grudaram no asfalto, mesmo com o piso molhado. 

 

O que fazer em Lagoinha? 

 

Após 190 km de viagem, você chega à pequena cidade de Lagoinha com sua Igreja Matriz no centro da cidade. O município que tem pouco mais de 4.500 habitantes, faz parte do Caminho Velho da Rota Real, primeira via aberta oficialmente pela Coroa Portuguesa para ligar o litoral fluminense à região produtora de ouro no interior de Minas Gerais.  

 

Padaria Pires

 

A primeira parada foi tomar um café para se aquecer, parei na Padaria Pires que fica na Praça da Matriz, bem no centro da cidade. 

 

 


Igreja Matriz de Lagoinha/SP - Foto: Thiago Dantas

 

E que surpresa agradável! Uma das melhores coxinhas que já comi, acho que bate de frente com a famosa coxinha da Padaria Real em Sorocaba. Quem é fã de coxinha, vale a visita!

 

O atendimento é excelente e o preço justo.  

 

Cachoeira Grande

Chegou a hora de conhecer a Cachoeira Grande, ela está localizada na estrada que liga Lagoinha à São Luíz de Paraitinga, sim passei pela entrada e nem percebi. 

 

A poucos quilômetros do centro da cidade, você vai ver umas placas gigantes indicando a entrada para a Cachoeira Grande, em uma rua de terra. 

 

A estrada de terra, apesar da chuva, estava ótima e dá para ir tranquilo com qualquer tipo de moto! Tanto foi minha surpresa, que apesar do tempo fechado, o local estava com um grupo de motociclistas de nakeds e esportivas. 

 

A Cachoeira Grande está localizada em uma propriedade particular com excelente infraestrutura no meio de 20 mil metros quadrados de mata nativa. A cachoeira conta com uma queda livre de  38 metros, acolhida por um grande e raso lago natural, ideal para nadar. 

 


Cachoeira Grande - Lagoinha/SP - Foto: Michel Igielka

 

É importante citar que a Cachoeira Grande trabalha apenas com a venda de ingressos antecipados, que estão disponiveis no site www.cachoeiragrandelagoinha.com

 

Os valores dos ingressos para acessar a propriedade são:

 

  • Adulto - R$18
  • Idosos (60 anos ou mais) - R$9
  • Crianças (até 12 anos) - R$0
  • Pessoas com deficiência - R$0

 

O ingresso é válido apenas para o dia escolhido na hora da compra e pode ser utilizado das 09h00 até 17h00. Além disso, a Cachoeira Grande oferece banheiros com vestiário, redário, estacionamento (o estacionamento para motos possui uma linha de concreto para você apoiar o pezinho em segurança e não afundar na grama) e restaurante no local.

 


Quebrando o tabu que Naked e Esportiva não pegam estrada de terra - Foto: Thiago Dantas

 

O local é calmo e a cachoeira propícia para um banho, para quem curte natureza é a pedida ideal! O restaurante serve porções e refeições. 

 

Então, reforçando mais uma vez: para acessar a Cachoeira Grande você deve comprar o ingresso antecipadamente através do site. Eles não permitem a entrada de pessoas sem ingresso antecipado, pois o número de pessoas para visitação é controlado. Dica: os ingressos se esgotam rápido. 

 


Infraestrutura completa - Cachoeira Grande - Lagoinha/SP - Foto: Michel Igielka

 

Outros lugares para visitação em Lagoinha são o Alambique Beija-uva e Aldeia Outro Mundo. Que estão localizados na Estrada para Lagoinha/Guaratinguetá. Infelizmente, no dia que estava visitando a cidade estavam fechado devido ao Covid. 

 

Como as outras duas atrações que iria visitar estavam fechadas, resolvi esticar a visita até Cunha. 

 

Coloquei a Honda CB 500F na terra

 

Siga pela estrada Nelson Ferreira Pinto, em direção a Guaratinguetá. Em uma bifurcação, o GPS escolhe uma estrada de terra, para cortar caminho. 

 

Claramente, neste momento eu tive um lapso de memória e pensei que estava com a CB 500X. Onde eu estava me metendo?

 


Honda CB 500F no "atalho do GPS" - Foto: Michel Igielka

 

Apesar de não ser apropriada para estrada de terra, a CB 500F estava indo bem. Apenas fiquei preocupado quando começou a chover. O terreno é feito basicamente de terra argilosa, ideal para as cerâmicas - que são o ponto forte de Cunha - mas, para andar com uma moto de pneu para asfalto, é complicado. 

Ainda bem que o Trinity me deu conselhos de pilotagem no off-road e consegui tirar esse desafio de letra. 

O atalho é maravilhoso! A estrada é linda, margeia um rio e corta as montanhas. Mas, para aqueles que não tenham experiência no off-road, e principalmente, estiver em período de chuvas, indico ir pelo caminho mais longo e de asfalto. 

Ao chegar no asfalto, vire à direita e vá em direção a cidade de Cunha. A estrada é cheia de subidas e descidas com curvas, uma delícia!

 

 

O que fazer em Cunha?

 

Localizada no alto Paraíba, o município de Cunha ocupa 1.410 km² de colinas e montanhas, aninhada entre as serras da Quebra-Cangalha, da Bocaina e do Mar. A altitude média é de 1.100 metros e os pontos mais altos são o Pico da Pedra da Macela (1.840 metros) e o Pico do Cume (1630 metros). 

Ao chegar em Cunha vá até o Centro Histórico, a cidade foi importante na rota do Movimento do Ouro, que escoava toda a mineração pelo porto de Paraty. A Igreja Matriz, consagrada à Nossa Senhora Conceição, é datada de 1731 e fica bem no centro histórico. 

 

Existem diversas vagas de motocicletas em toda a região do centro histórico, estacione a moto e vá a pé para conhecer a história do local. 

 


Dica de restaurante em Cunha: Armazém Vô Léo - Foto: Thiago Dantas

 

Bateu a fome? Próximo ao centro histórico você encontra o Armazém Vô Léo - Artes e Sabores, um misto de restaurante com especialidade em pratos italianos, antiquário e cervejaria artesanal com diversos petiscos. O ambiente é muito bem decorado e convidativo, uma excelente pedida para um almoço.  

 

Devido ao clima que estava querendo formar uma tempestade, resolvi visitar a casa do artesão. Onde é possível encontrar peças utilitárias ou decorativas de cerâmica, madeira, tecido, prata, papel, lã, MDF, PVC e material reciclável (garrafas, vidros em geral e madeira de demolição), entre outros, dos mais de 60 artesãos e artistas associados da cidade. 

 


Visita na Casa do Artesão - Foto: Thiago Dantas

 

Devido ao clima chuvoso, a estrada até Paraty estava fechada para conserto de pequenos desmoronamentos. Por isso, achei melhor encerrar o meu passeio e voltar para São Paulo. Mas, vou deixar alguns pontos que valem a visita em Cunha:

 

  • O Lavandário
  • Pedra da Macela
  • Parque Estadual da Serra do Mar
  • Mercado Municipal de Cunha
  • Cachoeira do Pimenta
  • Andar pela Serra Cunha-Paraty

 

 

Conclusão sobre a Honda CB 500F


Honda CB 500F - Foto: Michel Igielka

O retorno para São Paulo foi todo embaixo de chuva e com trânsito na chegada à capital. Isso significa tensão ao guidão e por isso, pensei que iria chegar quebrado. Mas, não. Cheguei inteiro, fiquei surpreso com o conforto da CB 500 F.

 

O guidão tem boa empunhadura e não causou incômodo nenhum, assim como o banco. E a suspensão com pré-carga conseguiu absorver bem as irregularidades do asfalto. Estamos falando de uma moto naked, então fiquei realmente surpreso com isso. 

 

Mas, a maior surpresa foi o consumo de combustível, na viagem ela fez em média de 28 km/l. O tanque de 17,1 litros garante uma boa autonomia. Por curiosidade, andando na cidade esse consumo caiu por volta de 23 km/l, mas mesmo assim, muito bom! 

 

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Apenas não curti dois pontos: os espelhos retrovisores que não tinham uma boa amplitude de visão e a troca na posição dos botões entre seta e buzina. Toda vez que eu queria acionar a seta, eu buzinava e vice-versa. Por que mudar isso Dona Honda?

 

De resto, a CB 500F é uma moto com design chamativo e harmonioso. O motor de 500 cilindradas se mostrou versátil e econômico. 

 

Por fim, apesar do estilo invocado, ela é uma moto friendly (amiga). Ideal para quem está vindo de motocicletas de baixas cilindradas e deseja ganhar experiência com modelos maiores.


Fonte:
Equipe MOTO.com.br

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