Festão 13 Anos Filhos do Vento MC

Colunista participa da animação e descontração de uma festança de motociclistas em Ilhabela

Por Aladim Lopes Gonçalves

Lu Thomaz

A missão inicial era resgatar uns marmanjos órfãos de moto no metrô, eles iriam de carro e eu de moto, nosso destino, Ilhabela (litotal norte paulista) onde o Filhos do Vento MC receberam a encardidagem com muito rock & roll e cerveja gelada para comemorar 13 anos de estrada.

A sexta-feira 13 amanheceu feia de matar, chuva e frio aqui no ABC. Após rechear de marmanjos o uninho a quem chamo de Vermelho (menção ao Hell Boy), seguimos pela Anchieta, de última hora e sabe-se lá Deus por que cargas d´agua deixei a moto na garagem fui de carro com os gentlemans: Alê (Filho do Vento e desconsolado)  Michel (jornalista e sobrinho do Oc) e Paulinho (torneiro mecânico de primimeira que faz peças para a galera)  

Mil desculpas me ocorreram para justificar largar a Preta na garagem, nenhuma me convenceu, mas lasque-se, estava feito, e até fiquei felizinha quando pegamos uma baita chuva na descida da serra, a felicidade acabou quando vi o asfaltão sequinho na baixada. Não adiantava chorar a quilometragem derramada. 

O maior aperto no coração, e faniquito, se deu na parada para um café, eram 11h e o Denis (Balaio, amigo querido e tatuador de plantão lá no Studio-X de Sto André) ligou  para saber se eu queria descer de moto, não sabia se matava o Denis, jogava fora o celular ou me enforcava num pé de couve. Só de raiva tomei dois cafés (digo cafezes ) para ficar “bem louca” e seguimos viagem .

O Alê fez a caridade de assumir o volante e daí por diante foi intensivão de fuleragem... viemos a desfilar um rosário de besteiras inomináveis enquanto o Hell Boy margeava as praias badaladas do litoral norte (vidros abertos para sentir um vento cara).

Mesmo sob ameaça de serem abandonados no acostamento, os vira-latas me chamaram de coxinha 95.648.876 vezes e meia. Agüentei né, afinal, tem que sofrer um pouquinho também. Pelo menos o Paulinho me pagou um café, a coxinha eu mandei ele... deixa pra lá. 

Rodamos pela Rio-Santos, a paisagem é mesmo de arrasar, tem belas curvas, e requer bastante atenção, acho este caminho mais gostoso que a Tamoios, vale a pena – mesmo de carro. Vejo-me obrigada a confessar que a viajem foi di-ver-ti-da, até esperar a balsa foi legal... e basta deste assunto.

Chegamos lá pelas 13h e fomos recebidos na Pousada das Bromélias, point do evento, já começamos esquentar os motores para a festa, aguardamos a chegada de mais  “manchas de óleo”  para  um fim de semana de afundar a Ilha (como profetizou o Ghazal).

O Denis chegou depois da gente, quase seco com sua Sportster R - ai que ódio - e mais motores estalando e escapes barulhentos foram se “achegando”.
 
Na sexta à noite, sob uma chuvinha chata abri os portões da pousada para o pessoal do Paesano MC, Edy, Sabbath, Marcão e Baiano, molhados,mais ainda vivos, curtiram o som, e a cerveja que já rolava (creio que a banda Barangas estava no palco).   
 
Sabadão mais motoclubes desembarcaram: Balaios ABC, Molambos, Abutres lá do litoral, Coyotes, Jakes, Carcarás,  foi muita graxa. 

Teve a turma do General Custom importada de Floripa para a farra, (uma hora dessas quem sabe retribuo a kilometragem)  sem falar na galera “avulsa”, amigos e amigas de longa data.

A patifaria correu tarde adentro, o pessoal se esparramou pelo gramadão. Churras e bebidinhas, ainda no item comilanças o Zizare preparou uma leva de sardela apimentada na medida, com pãozinho que deu o maior IBOPE e rendeu umas piadinhas corporativas sobre pimentas e fiofós flamejantes, tudo com muita categoria, claro.

Tentei ficar um pouco em cada canto para não perder nada, mas passei boa parte do tempo com o  Celsinho, 02, Denis, Little Boy, Russo e Marcelão – pessoal dos Balaios MC ABC que é sempre diversão garantida. Fiquei na tenda da Old Times curtindo mais conversa de menino, assim não perco o mau hábito.

Fiz também pit-stop  no “bar” para confabular com o Sujeira e Gaúcho e sujar meu café de Jack. O Gaúcho conquistou seu escudo inteiro do Filhos do Vento, recebeu as congratulações da galera, e continuou ralando a festa inteira – Parabéns Gaúcho!!!

A mulherada criou coragem e caiu na piscina – que estava gelada para caramba (não posso escrever palavrões aqui!) não pisei na praia desta vez.

À noite a farra se concentrou no quioscão onde as Bandas Barangas e Garbage truck mandaram ver no Rock & Roll!!

O China do Molambos MC  puxou uma coreografia “indígena” que acompanhei na hora, rolou ainda dancinha do Oc,  e aula de Rockabilly (por sorte há poucas testemunhas oculares, mas o Cesinha e a Mara bem que tentaram ensinar uns passinhos que eu e o Celsinho obviamente não aprendemos, já o Michel, disfarçou e foi buscar uma bebida).

Ainda arrisquei uns passinhos com meu companheirinho de dança Ivan, filhote do Celsinho e Gi. Teve a tradicional fogueira Filhos do Vento, onde pessoal se abundou para contar mais uns causos e lorotas. 

No fim da noite passei no clube da Luluzinha  com a Leda, Cacá , Lu do João e Gabi – veneno e boas risadas enquanto o Ick (do  studio Ilhabela Ink) tatuava alguma criatura – acho que o João.

Nesta hora fui abandonada pelo “espírito maligno” que me animava e segui para o chalé que dividi com alguns perfeitos cavalheiros, Gallotinho, Gallotão, e Alfonso de Floripa, Alê e Yuri (FDVMC)  encostei a porta sanfonada que me separava deles no intuito de evitar os roncos (uns caras roncam na acelerada e no retrocesso...) e eventuais puns e outros gases causadores de vapores tóxicos - óbvio que não adiantou.

Teve ainda: Moto sem bateria, muita bota suja de barro, criançada correndo pra tudo quanto foi lado, um pouco de paquera, Rock & Roll para nadar de braçada, espaço para acampar, gente encardida e amiga a fim de se divertir, tattos, camisetas para usar de lembrança, ressaca, criatura tomando café da manhã de pijama na pousada (tá bom, esta última fui eu...).

A farra foi bruta, mas também festa de família, o Alfredão (FDVMC)  levou filhos e netos, e estava feliz de fazer gosto,  mais bikers  levaram as digníssimas respectivas e filhotes, festão legal mesmo, para todo mundo aproveitar, como nos velhos tempos:  Rever amigos, relembrar viagens, relaxar e curtir de verdade, sem preocupação.

Não sei quais são os ingredientes para uma festa de arromba, mas seja lá o que for estava tudo lá, para afundar a belíssima Ilha.

No domingo bem na hora de vir embora choveu novamente, e  chove-e-para o caminho todo. Foi só neguinho se empacotando para subir a serra.  

Na volta, ainda na Ilha, teve sessão patifaria no varandão da Leda e fora uma dorzinha de cotovelo por ter deixado a Preta em casa –, coxinha é a mãe, e não se fala mais nisso, foi mais uma festa sem miséria, cheirando à gasolina do jeito que a turma gosta.
 
Making-off

FDVMC: Obrigada por mais esta festança, todos vocês incluindo os “PP’s” estão carimbados no meu coração (afinal os marmanjos me agüentam há 12 anos).

Êita bikerzada para fazer festa sem miséria! Ano que vem tem mais do mesmo!

Alê: Filho do Vento, companheiro de viagem e biker desconsolado, choramingou comigo a quilometragem derramada.

China, Celsinho e Michel: A gente não sabe dançar, mas sabe se divertir com força!

Creio que até quem deixou saudades encardidas, passou por lá – Lembranças do Oc aquele cara do texto “Ela é a Lenda” que publiquei já faz tempo aqui no site. (o danado também era Filhos do Vento).

Agradecimentos a todos de quem “roubei” fotos, foram tantos cliques que nem sei mais qual foto surrupiei de quem!  (Gê, Flávia, Michel, Cacá, Gaúcho... não sei mais quem).

Saudações encardidas,

Lu Thomaz
Contato: [email protected]
http://blogdaencardida.blogspot.com


Fonte:
Equipe MOTO.com.br

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