Especial: Cinco estradas fascinantes para viajar de moto
Nossa lista mostra as estradas que atraem motociclistas de todo o Brasil. Escolha uma delas e planeje sua próxima viagem
Por Gabriel Carvalho
Por Gabriel Carvalho
Para alguns viajantes o caminho é mais importante que o destino. E, se depender de algumas estradas, essa frase faz muito sentido. Escolhemos cinco estradas famosas que merecem estar no roteiro de quem curte rodar de moto entre paisagens espetaculares ou caminhos desafiadores. Elas estão nas regiões Sudeste, Sul e Norte do Brasil e propiciam muita diversão, ou aventura, para o piloto e garupa. Confira nossa lista:
Serra do Rio do Rastro
Ligando as cidades catarinenses de Lauro Müller e Bom Jardim, a SC 438 é considerada a “meca dos motociclistas” brasileiros. Muitos sonham percorrer seus 35 quilômetros repletos de curvas que escalam as íngremes escarpas da serra do Rio do Rastro. Quem chega pelo litoral, ao pé da serra, terá pela frente os enormes e intimidadores paredões verticais. À medida em que aparecem as curvas, algumas verdadeiros cotovelos feitos em primeira marcha, a estrada começa a justificar sua fama e mostrar sua grandeza.
Ao chegar ao Mirante da Serra do Rio do Rastro, que está a 1.460 metros (acima do nível do mar), é possível avistar até a cidade de Tubarão, no litoral catarinense. A melhor hora para ter essa visão é pela manhã quando há menor incidência de nevoeiro. Por falar nisso, o clima na serra sempre é instável e pode passar de um céu azul para fortes tempestades ou neblina em alguns instantes.
A estrada fica a 900 quilômetros de São Paulo, por isso vale planejar a viagem confirmando as condições climáticas da região. Chegar na serra e se deparar com chuva forte, pode não ser uma experiência legal – principalmente para os motociclistas novatos.
A estrada mais alta do Brasil
Quem gosta de pilotar em estradas desafiadoras entre montanhas tem na BR 485, um destino bem legal e pouco conhecido. A estrada corta a região montanhosa entre os Estados de Minas Gerais e São Paulo. Sem asfaltamento a “estrada” federal é repleta de pedras e exige muito da moto e do piloto, mas as paisagens compensam.
Com 40 quilômetros de extensão a estrada corta a parte elevada do Parque Nacional de Itatiaia e chega a 2.460 metros acima do nível do mar, o que faz dela a estrada mais alta do Brasil. No trajeto o piloto vai se deparar com os visuais incríveis do Pico das Agulhas Negras e do Maciço das Prateleiras.
Apesar de ser uma estrada federal, é importante estar preparado para eventuais emergências e problemas mecânicos, pois não há serviços (ou sinal de celular) em seu trajeto.
O acesso para a BR 485 é feito pela BR 354 que liga a Resende (RJ) a Caxambu (MG). O trajeto pela BR 354 também oferece bom asfaltamento e curvas interessantes, porém a BR 485 exige motos do tipo trail e habilidade do piloto, principalmente em épocas de chuvas.
Rio-Santos
Quem gosta de pilotar ao lado do mar vai curtir bastante a Rio-Santos. A estrada, que oficialmente se chama BR 101, serpenteia as praias do litoral paulista e fluminense. Em nossa opinião, o trecho entre a Ubatuba (SP) e Paraty (RJ) é sensacional.
Em quase 75 quilômetros o mar é a grande companhia, com muitas praias para conhecer. Apesar da pista simples, a estrada é bem sinalizada e permite curtir a pilotagem por suas inúmeras curvas. É preciso ter atenção com os pedestres e animais ao passar pelos vilarejos. Nos finais de semana, o fluxo de turistas entrando e saindo das praias também pede atenção.
Saindo de Paraty é possível subir a estrada cênica Paraty-Cunha que foi calçada e atravessa o Parque Nacional da Serra da Bocaina. Com dez quilômetros de extensão a estrada começa na periferia de Paraty e cruza a Serra do Mar.
Em 2016 a estrada foi entregue aos turistas que devem passar devagar para curtir o visual. Se der sorte, o piloto pode acompanhar a travessia de animais silvestres nas plataformas elevadas.
Rota romântica
Ligando as cidades gaúchas de São Leopoldo a São Francisco de Paula, a Rota Romântica tem 185 km de extensão e passa por 14 cidades, no trajeto estão diversas estradas como a BR 116 e a RS 235. Em toda sua extensão o viajante tem uma série de atrações que mesclam gastronomia e paisagens.
A estrada serpenteia as serras gaúchas e o visual lembra as paisagens europeias, daí seu nome inspirado na Rota Romântica da Alemanha. Os vastos vinhedos estão presentes no horizonte por conta das vinícolas, herança da colonização presente na região.
As cidades mais famosas do roteiro são Gramado e Canela, distantes apenas seis quilômetros pela RS 235. Repleta de curvas o caminho é um convite para quem gosta de contornar curvas, parar em mirantes e apreciar cachoeiras e muitas outras atrações do Rio Grande do Sul.
Interoceânica
Também chamada de Estrada do Pacífico, a Interoceânica liga a fronteira do Brasil com o litoral do Peru. O interessante desse trajeto, que começa em Rio Branco, capital do Acre, é a intensa mudança climática e também os diferentes visuais em um trajeto de quase 2.000 quilômetros para chegar até Nazca, já as margens do Oceano Pacífico.
Quem passa pela primeira vez na estrada ficará surpreso com as perfeitas condições do asfalto peruano quando comparado às estradas brasileiras, sobretudo na região Norte.
Apesar das boas condições, as fortes curvas dificultam o ritmo da viagem e as distâncias não devem ser medidas em quilômetros e sim em horas. Trechos de 300 quilômetros, por exemplo, podem exigir até 12 horas de viagem, dependendo das condições climáticas e de tráfego.
Apesar disso, ao cruzar a Cordilheira do Andes o motociclista terá uma visão espetacular das montanhas cobertas de neve. O trecho mais elevado da estrada está 4.725 metros acima do nível do mar. A paisagem se alterna em profundos desfiladeiros, picos nevados, lagos, florestas e desertos gelados. Animas estranhos para nós como lhamas e vicunhas também valem a viagem.
A rodovia Interoceânica é a prova de que o trajeto é mais legal que o próprio destino, mas não é uma estrada para percorrer com pressa. Visitar cidades como Cusco e conhecer Machu-Picchu são algumas recompensas para quem encara a Interoceânica.
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