Diversão garantida ou sua gasolina de volta
Nossa colunista relata uma viagem de São Paulo a Apiaí, mais uma aventura pelas estradas
Por Aladim Lopes Gonçalves
Por Aladim Lopes Gonçalves
Lu Thomaz
Preparar a mala para viajar é um drama feminino recorrente, arrumei o que coube na velha mochila: roupas, chinelo, maquiagem, cacarecos cosméticos, secador de cabelo, e outros artefatos causadores de enganos.
Perdida num mar de vidrinhos, não sabia mais qual era o hidratante, o condicionador, o sabonete para o rosto e a loção não sei das quantas... ser “mina biker” deixa a vida confusa, acelerada e cheirando à gasolina.
Em tempo: Levei a maldita roupa de chuva também, botas, só as que foram nos pés.
A Preta já de pneus novos, pastilhas de freio, óleo e filtro trocados. Tudo lindão.
Conforme o combinado cheguei britanicamente às 17h no posto de gasolina da Av. Bandeirantes na esquina com a Maracatins, na capital paulista (que fique claro: horário para chegar não para sair).
Como única representante feminina do grupo, e só para esnobar fiz conta de chegar antes dos marmanjos.
Pouco a pouco a encardidagem chegou, após os últimos ajustes , e muitos cafés seguimos viagem, era quarta feira, véspera do feriadão da Páscoa.
Logo de cara já pegamos uma chuva “marvada” na marginal Pinheiros o que nos obrigou a fazer a primeira parada ainda na marginal para vestir a famigerada capa de chuva.
Tive a honra de viajar com a turma da Old Times – Oficina e lava-motos em São Bernardo do Campo onde a bikerzada do ABC se reúne.
Estávamos em sete, eu, Eullão, Marcão, Mesquita , Ale, Sabbath e Renato.
Para quem curte: 2 Sportsters 1200 uma C e uma S (raridades), duas 883 , uma Fat-Boy, uma Ultra Glide – Trambolhão que se revelou bastante útil – e uma Virago 250 bandida.
O Edy também foi até o posto com sua Road King, mas por motivos que não posso repetir neste horário e em público não pôde nos acompanhar.
A Rodovia Castelo Branco estava entopetada e chegar no primeiro posto, até de moto, foi sofrido. Feriadão não é só alegria, tem que sofrer um pouquinho também...
O Sabbath fez a gentileza de levar nas infinitas malas da Ultra, uns pasteis de vento e uma garrafa de café, teve picareta que reclamou do café digamos “encorpado”, mas não sobrou nenhuma gotinha para contar história e a garrafinha foi reabastecida de forma providencial durante o percurso.
Além disso, todos nós ajudamos a rechear as malas da Ultra, foi uma avalanche de coisas: capa de chuva, blusa reserva, máquina fotográfica , Jack , todo mundo quis tirar uma casquinha... comecei a pensar que aquelas bolsas são o sonho de qualquer mulher...
De volta à realidade a noite já ia alta quando retomamos a viagem, céu limpo e pista livre. Seguimos pela Castelo sentido Sorocaba e depois Itapetininga.
Adoro viajar a noite, e estava muito bem escoltada para a empreitada.
O Eullão puxou o trem interiorzão adentro, destino Apiaí, a noite era de lua clara, céu de inverno, perfeição!
Parte impreterível da diversão ficou por conta das incontáveis paradas, para abastecer, tomar café, contar uns causos e rir muito. Caba não mundão!!! Êita vidinha mais ou menos!
Inesquecível uma paradinha no acostamento sem nenhum compromisso, apenas para apreciar a noite e tomar a “chegadera”, até que um carro semi-desgovernado passou lambendo as motos no acostamento, sem nenhum estrago, resolvemos dar andamento à viagem.
Os últimos 80 km de sei lá qual cidade até Apiaí havia trechos de neblina daquela de cortar com a faca, foi mais tenso, mas valeu o desafio, sem cair, sem morrer e nem chorar, cheguei a Apiaí .
Após rodarmos cerca de 365 km, fomos recebidos de madrugada pelos casais Helda e PC, Emerson e Cássia (êita família para gostar de moto) e nos acomodamos no hotelzinho do jeito que deu, visto que obviamente não havíamos feito reserva nenhuma.
Como disse o Emerson o pessoal do hotel providenciou um “sobôro” . Quem quis ainda pode rechear a caveira com um lanchinho de pão com alguma coisa e dormir feliz, feliz, feliz.
Making-off
O percurso São Paulo – Apiaí foi tão bom que não sei precisar horários e municípios pelos quais passamos, menos ainda as distâncias exatas percorridas...
Aproveitei km por km sem reservas, foi a Lu e os caras na estrada sem as minas para encherem o nosso saco !!!!
Agradeço muito à turma de “malvadões” por este baita viajão.
Em Tempo: Na manhã seguinte – quinta feira – ainda juntou-se a nós o Jônatas e a Nadir a bordo de uma “Hondona” clássica chamada carinhosamente Imperatriz para descermos a Serra do Rastro da Serpente – Vale do Ribeira – com destino à Curitiba, será a Parte II do relato – Curvas sem miséria.
Saudações encardidas,
Lu Thomaz
Contato: [email protected]
http://blogdaencardida.blogspot.com
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