Viagens
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Depois de entrar no Chile, fazer a quarentena, manutenção da moto, é hora da passagem por terra do Chile para Argentina.
Como comentei na última publicação (a chegada no Chile pós pandemia), estive alguns dias em Santiago do Chile, juntei essa experiência e a anterior para escrever essa publicação no blog do meu projeto O Mundo em Lanches - o que fazer em Santiago do Chile: 38 experiências imperdíveis, se está indo para essa metrópole, vale a leitura.
Antes mesmo de sair do Brasil, procurei bastante informação para saber como entrar em cada país.
Na Argentina parecia simples, pediam apenas comprovante de vacinação e um teste PCR feito 72 horas antes da entrada no país, mas não foi tão simples assim.
Também tinha lido que no momento da minha passagem por terra do Chile para Argentina, dia 30 de outubro de 2021, apenas duas das entradas na Argentina estavam abertas:
A última informação que tive, é que a partir do dia primeiro de novembro outras fronteiras começaram a abrir para entrada por terra na Argentina, vale verificar no site oficial do Governo do país.
Estava bem ansioso para este dia, além de não saber como seria a passagem por terra do Chile para Argentina, essa rota passa pelo trecho Los Caracoles, ainda no Chile, um trecho da Ruta 60 onde se tem 29 curvas em U (curvas muito fechadas), há um ganho de elevação em relação ao nível do mar de 700 metros em apenas 40 quilômetros, com certeza foi onde rodei mais quilômetros sem parecer sair do lugar, como é um trecho de subida, chuto ter deslocado menos de 20 quilômetros em linha reta.
Para os amantes dessa estrada, não sei se pela tensão com a mudança de país ou pela quantidade de caminhões neste dia, mas não teve a emoção que eu esperava.
Para quem gosta dessas estradas com curvas, sugiro a Ruta 34 na Argentina, no trecho entre Córdoba e Mina Clavero - acabo de sair dessa estrada.
Poucos quilômetros depois de Los Caracoles está a Aduana Los Libertadores
(Complejo Aduanero los Libertadores).
Para sair do Chile é preciso entrar e fazer alguns trâmites de comprovação de saída, lá também há oficiais Argentinos, mas como eu não tinha feito a Declaración Jurada da Argentina o oficial me pediu para preencher assim que eu tivesse sinal de internet e levasse para aduana Argentina, alguns quilômetros mais para frente.
Para sair do Chile estava relativamente tranquilo, com a Aduana vazia, logo fui atendido.
No meu caso demorou um pouco porque havia perdido o documento de entrada de veículos que recebi há pouco mais de um ano e meio, quando entrei no país.
Sem esse documento, muito educado, o oficial demorou um pouco para conseguir resgatar a confirmação de entrada da moto, feita em 24 de fevereiro de 2020. Depois desse trâmite me liberaram.
10 quilômetros depois, o policial que estava no posto logo após o túnel Las Cuevas, já na Argentina, me parou e me deu um papel de pão com a placa da moto, documento que eu deveria apresentar na Aduana Argentina.
Faltava apenas mais uma parada para concretizar a passagem por terra do Chile para Argentina, mas antes, tinha que preencher a Declaración Jurada.
Logo depois deste posto policial encontrei um café de estrada com placa de wi-fi, comprei um refrigerante e aproveitei o wi-fi para preencher o documento nos dois passos indicados, o primeiro com os dados básicos, o segundo após receber a confirmação por email, onde se coloca os dados de vacinação, endereço de destino e motivo da viagem.
Rodei mais 12 quilômetros até a Aduana Argentina, Luján de Cuyo, Mendoza, um pouco mais de um quilômetro depois do Parque Aconcagua.
Na aduana Argentina aconteceu a segunda surpresa, existia uma pré triagem onde já pediam o último PCR, que fiz no Chile, e a confirmação de vacinação. Além disso, por lá tive que comprar um outro PCR Obrigatório, feito pelo governo da Argentina 7 dias depois do ingresso no país.
Me custou $ 60.00 americanos e foi uma surpresa, sobre isso, ainda mais com obrigatoriedade de ser feito pelo país, não tinha visto em nenhum lugar.
O segundo passo foi dentro da Aduana, na área coberta. Mostrei meus documentos e o oficial me pediu o documento que eu recebi ao entrar por Las Cuevas, já nem me lembrava mais do papel de pão que o policial me deu no posto, sorte que dessa vez eu guardei. E esse papel ainda foi carimbado umas três vezes depois disso.
O terceiro e último passo foi o que mais demorou. Primeiro esperei para ser atendido, depois fiquei quase uma hora por lá enquanto o oficial olhava meus documentos e fazia o registro. Tudo tranquilo, só entreguei passaporte, papel de pão, declaração jurada, comprovante de vacina e esperei um pouco. Depois de “listo”, tudo certo em espanhol, segui viagem sem necessidade de inspeção na bagagem.
É perceptível a diferença, na minha opinião, como os Argentinos e Chilenos tratam a crise sanitária.
No Chile sentia as pessoas respeitando mais, andando o tempo todo de máscara, até quando caminhavam sozinhas na rua, com distanciamento social e cumprimento de soquinho, sem abraços ou beijos.
Na Argentina tem muito mais pessoas sem máscaras, todos são mais calorosos no cumprimento, tirando alguns estabelecimentos em que os donos exigem o distanciamento, de resto está tudo tranquilo.
Tanto na Argentina quanto no Chile fui bem recebido.
Na Argentina, em um encontro do Couchsurfing (saiba o que é), uma canadense que vive no país me perguntou o que eu estava fazendo lá neste momento de pandemia. Tirando este caso, que nem sei se foi pejorativo, e meu espanhol que continua fraco, foi tudo muito tranquilo.
Para quem está indo para o país, vale sempre checar as informações sobre como as coisas estão por lá.
Em meu último dia antes da passagem por terra do Chile para Argentina, dia 29 de outubro, eles haviam recuado da fase 3 de contenção ao Coronavírus para a fase 4, isso porque os casos de contágio haviam aumentado bastante.
E então, o Pase de Mobilidad, que não estava mais sendo exigido, voltou a ser obrigatório nos lugares fechados. Eu não tinha conseguido o meu por um problema no site c19.cl, por sorte foi apenas um dia.