Mário Sérgio Figueredo
Eu tive o privilégio de conhecer de pertinho um dos maiores incentivadores do motocross no Brasil. O nome dele: Nivanor Bernardi. Na época ele era o nosso Ayrton Senna.
Pra ser um campeão, Nivanor achava que tinha que malhar muito e investia muito no fortalecimento dos braços - erro que ele mesmo nos confidenciou, pois nos campeonatos lá no exterior ele descobriu que pro motocross tinha que malhar eram as pernas. Mas aí já era tarde porque já estava em final de carreira.
O cara tinha uma força descomunal nos braços. Numa corrida de motocross, se não me falha a memória, em Ponta Grossa – PR, tinham três caras já meio altos pela cerveja, azucrinando ele (não existia a estrutura que cercam os corredores de motocross de hoje - naquele tempo o cara ia sozinho, no peito e na coragem, tinha que ser preparador, mecânico, relações públicas, segurança e piloto - mais um mérito dele).
Os caras queriam briga e o Nivanor falou: - Espera que só vou colocar a moto na picape (uma C-10) e já brigo com vocês. O Nivanor, sozinho, ergueu a Yamaha 250 do chão e colocou sobre a caçamba da camionete. Não sei por que, mas os caras desistiram da briga com o Nivanor.
Ficamos impressionados com a força. Tente pegar uma CG e colocar sozinho em cima de uma camionete, não precisa ser das grandes não, pegue uma Saveiro mesmo. Em tempo: - depois a galera deu uma lição nos engraçadinhos. Nada sério, só uns carinhos.
O Niva, como nós o chamávamos, era um cara extremamente simples, até demais, era o tipo de cara que nas noites antes das corridas ia até os grupos de motoqueiros acampados pra ficar tomando umas e contando “causos” à beira da fogueira. Gente do mais alto valor humano.
O “motonauta” Mário Sérgio Figueredo participou do Moto Repórter, canal de jornalismo participativo do MOTO.com.br. Para mandar sua notícia, clique aqui.
Fonte:
Moto Repórter
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