Caminho do Peabiru: A Mão do Deserto e San Pedro de Atacama
Guga Dias nos conta sobre mais um dia de sua jornada, a chegada à cidade de San Pedro de Atacama.
Por Roberto Brandão
Por Roberto Brandão
Antes de começar o nosso dia que tinha tudo para ser fantástico, desci até a praia para atender a um pedido da minha filha... a encomenda previa areia e água do pacífico.
Só não parecia um turista idiota por que minha cara de pai babão sobrepunha todo e qualquer rótulo.
Recolhido o material (rs)... arrumamos os baús e zarpamos com o objetivo de ir até San Pedro de Atacama, mas antes, passaríamos na Mão do Deserto, escultura ícone para os motociclistas do Brasil que vem até Antofagasta.
Parei em um Posto BR para completar tanque e fui até a loja de conveniência para comprar DVD-R, estamos ficando sem espaço no notebook tamanha a quantidade de fotos e vídeos que fazemos todos os dias.
Ao entrar me deparei com um motociclista de Santiago do Chile... Manoel, muito simpático, disse que estava indo para Santiago e que nos levaria até a Mão do Deserto.
Deixei os DVDs pra lá, montamos nas motos e partimos.
Para quem está em Antofagasta, é necessário seguir para o sul da cidade até pegar a Ruta 28... esta vai dar direto na Ruta 5, e deste ponto em diante é preciso rodar mais uns 50kms até chegar na escultura que fica cerca de uns 200mts da pista mas que é facilmente visível.
Quem vem do Sul do Chile para o Norte pela Ruta 5, encontrará a Mão a sua esquerda na altura do 1.309km.
A escultura é muito legal... muitos já disseram que era feita de rocha do deserto, outros que era de fibra de vidro, mas encontramos uma mão de cerca de 11 metros de altura revestida de cimento. Um visual incrível e uma emoção sem igual.
Depois de chegar no ponto extremo norte da nossa rota, que foi Caral no Perú, agora atingimos o ponto extremo sul da nossa viagem.
Fotografamos, filmamos e conversamos bastante com o Manuel que está no final da sua volta nas Américas... em quatro meses ele saiu de Santiago, desceu até o Ushuaia, subiu Argentina, Uruguai, passou pela costa brasileira e subiu a América Central até o Alasca... deu rolé pelos Estados Unidos e agora está a pouco mais de 1.000kms de casa.
Uma pessoa sem igual que cruzou nosso caminho.
Partimos com a promessa de nos reencontrarmos quando o Diário de Motocicleta fizer o Ushuaia em breve (rs) e passar na volta por Santiago do Chile.
Pegamos a Ruta 5 de volta até Antofagasta e depois de abastecer novamente (já tínhamos rodado cerca de 100kms) seguimos pela Ruta 25 até Calama.
Neste ponto atravessamos o Deserto do Atacama, um dos mais áridos do mundo onde dizem, não chove a cerca de 900 anos, e a mais ou menos esse mesmo período não foi instalado um posto de gasolina (rs).
Chegando em Calama pegamos a Ruta 23 e mais 100kms de nada até chegarmos no Vale de la Luna, distante uns 5kms de San Pedro de Atacama.
O Vale é uma formação rochosa moldada pelo vento que dá um aspecto Lunar ao terreno... com certeza a garantia de belas imagens.
Paramos mais uma vez para fotos e quando voltamos para estrada, passou por nós os Amigos nos Andes, aquela galera de Porto Velho que encontramos há dois dias na aduana Chilena.
Curiosamente o Manoel encontrou com eles em Arica e nos avisou que todos estavam vindo para San Pedro... pensamos que tomaríamos umas cervejas hoje a noite, mas eles partiram antes... fica para próxima.
Os planos para amanhã era deixamos o Chile rumo a Salta na Argentina... último país antes de voltar para casa, mas depois de darmos um rolê pela cidade, que é minúscula e muito charmosa, vamos ficar mais um dia por aqui!
Informações
Guga Dias
[email protected]
www.diariodemotocicleta.com.br
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