Aventura da Família Vegas em 2009

Novamente, os Vegas Riders contam a aventura de 3.500 km vivida por eles sobre as duas rodas.

Por Roberto Brandão

André Borges Pereira Rosati Vegas

Olá Pessoal. Venho novamente expor as aventuras que organizamos e vivemos sobre duas rodas. Esta em particular está fazendo parte de um pequeno momento “retrospectivo”... Calma que vocês já vão entender: Temos duas etapas do Vegas Riders que ainda não foram relatadas por falta de tempo, então decidi de uma vez por todas gerar esse material. Antes tarde do que nunca, certo?

Esta aventura foi realizada entre março e abril de 2009, novamente aproveitamos um feriado no meio da semana e emendamos a semana toda. Dessa forma conseguimos 9 dias para rodar bastante e conhecer alguns lugares mais distantes aqui de São Paulo. Dessa vez, conseguimos reunir a “trupe” toda e nosso destino foi definido rapidamente com alguns esboços no Google maps. Iremos conhecer a região sul, atravessando os estados do Paraná e Santa Catarina. Seguiremos primeiramente sentido interior, com objetivo final em Foz do Iguaçu, depois retornaremos pelo sul até chegar do outro lado do país em Florianópolis. Entre esses extremos conhecemos lugares incríveis como a Serra do Rio Rastro, onde nos perdemos e tivemos que rodar de madrugada! Tudo isso faz parte da pequena aventura que vou relatar a seguir, espero que goste e que sirva de inspiração para você planejar e realizar a sua aventura!

Como de costume, sábado bem cedo levantamos e as motos já estão preparadas, apenas os últimos ajustes na bagagem e partimos de casa. Rápida passada na casa do Thiago e ele já nos esperava no portão. Seguimos pela rodovia Castelo Branco, umas das principais rodovias do sudeste, o tempo estava bom, nem muito calor nem chuva, dia típico para rodar e esse era nosso objetivo. Como já conhecemos as regiões mais próximas, rodamos mais de 700 km no primeiro dia, para chegar antes do almoço em Foz no próximo dia. Pegamos uma rápida pancada de chuva no meio da tarde, o que serviu para dar aquela batizada e antes do anoitecer estávamos nos alojando em Campo Mourão. Cidadezinha tranqüila, não conhecemos muito, mas comemos um belo lanche em um quiosque na praça, programa típico de cidade do interior. O Thiago já começou a sentir os efeitos de viajar com uma superesportiva, ele já estava ciente antes de decidir aceitar a aventura e com bom humor e muito Salompas ele seguiu firme e forte. Acordar cedo não é meu forte, mas quando é pra andar de moto até que eu levanto. Sempre era o último, mas lá estávamos todos prontos pra seguir na aventura. Hoje o tiro é curto, cerca de 350 km e estaremos em Foz do Iguaçu onde teremos um descanso de um dia! A estrada é muito boa, o asfalto estava um pouco manchado de terra, acredito que seja por causa dos caminhões da região. Mas dava um efeito diferente e bonito contrastando com o verde dos pastos ao redor.

O calor no segundo dia estava bem forte e chegamos ao hotel antes do almoço. Aproveitamos à tarde para visitar o parque nacional do Iguaçu e as cataratas. O volume das quedas não estavam 100% devido à época do ano que as visitamos, mas para quem nunca tinha visto, impressiona bastante. Gostei e recomendo. O parque é bem organizado, tem estacionamento e o acesso é bem fácil, tem placas que indicam o caminho! À noite paramos num shopping para comer e beber algo, avistamos as placas que indicavam o “free-shop” da Argentina que ficava bem pertinho, conforme informação do garçom. Não pensamos duas vezes, atravessamos de bermuda e regata a aduaneira e fomo visitar nossos “hermanos”. Na verdade, nem pensamos nisso ao planejar a viagem, foi um bônus que descobrimos lá mesmo e de quebra descobrimos um cassino ao lado do “free-shop”. Perfeito, marcamos para voltar no outro dia, depois de visitar o Paraguai e comprar algumas bugigangas. Nosso dia foi longo, então voltamos para o hotel e fomos dormir para aproveitar melhor o dia de turista que teríamos. Logo de manhã, um SENHOR café da manhã, o hotel era show e decidimos alugar um carro, para não ir de moto ao Paraguai, achamos melhor não arriscar por não conhecer muito bem. Seguindo as placas novamente é muito fácil de chegar, paramos do lado brasileiro conforme orientação da locadora e atravessamos a ponte da amizade a pé. Muitos já devem conhecer o Paraguai, mas quem não conhece é uma 25 de março em tamanho gigante. É possível encontrar quase tudo. Passamos o dia todo lá e decidimos voltar. A volta merece um parênteses... Pra variar a cota individual não é suficiente, principalmente para quem gosta de eletrônicos. Então decidimos nos dividir e atravessar a aduaneira duas vezes. Eu e meu primo pegamos algumas coisas e passamos de moto-taxi, a maior aventura da minha vida! São motos muito velhas, geralmente chinesas e em péssimo estado de conservação. Eles cobram cerca de 3 reais para te atravessar na garupa e dizem que o risco de ser parado é bem menor. Decidimos arriscar, mas só não esperávamos que os “taxistas” fossem uns camicases sem nenhum escrúpulo. Saíram correndo que nem uns loucos na contramão, cortando os carros, eram piores que nossos motoboys na 23 de maio! Confesso que fiquei com medo e quando olhei para o lado procurando meu primo, quase cai da moto de tanto rir, ele estava abraçado no piloto da moto (hahaha). A moto que ele estava não tinha nada para ele segurar e ele não pensou duas vezes antes de se agarrar no piloto gordinho! No final deu tudo certo e apenas atravessamos novamente para buscar meu pai e voltamos a pé da segunda vez.

À noite “free-shop” e cassino para se despedir com chave de ouro das fronteiras. Depois de um dia teoricamente de descanso, voltamos à estrada. Amanheceu um belo dia de sol e logo tomamos café para nos preparar para sair. As comprinhas em Foz exigiram uma atenção extra na fixação das bagagens, mas nada impossível e logo estávamos rodando novamente. Agora começamos a rumar sentido sul, atravessamos para o estado de Santa Catarina e rodamos o dia todo parando apenas para almoçar e abastecer. A pernada de hoje seria longa e um imprevisto a faria ficar mais longa ainda! No fim da tarde, juntamente com o por do sol, encontramos um lindo visual quando avistamos uma pequena usina eólica, algo inesperado que nos agradou bastante. Até aquele momento tudo ótimo... Eis que surge uma dúvida que nos fez rodar durante a noite e seguir 300 km no sentido contrário. No momento que a rodovia que seguíamos literalmente terminou em outra rodovia, não havia placas sinalizando a cidade de Lages, que era nosso objetivo. Seguir para direita ou pela esquerda?!?! Decidimos pela esquerda e logo parar para nos informar. No ponto onde estávamos havia um movimento enorme de grandes caminhões com enormes carretas, mas ninguém parava e não conseguíamos obter informações. Mais à frente um pequeno posto, paramos para pedir informações e fomos alertados que era pra seguir no sentido contrário, não sei o que aconteceu naquele momento. Acredito que quem nos passou a informação não tenha entendido direito onde queríamos chegar, pois estávamos tão perto de Lages e com aquele direcionamento equivocado seguimos na direção contrária e entramos em uma serra à noite com um fluxo de caminhões nunca visto antes. Rodamos 100 km que era o previsto para chegada no destino e nada. A essa hora o breu já era total, não aparecia nenhum posto de gasolina, nenhuma cidade para nos informar, seguimos na certeza que estava alguma coisa errada e que não daria mais tempo de retornar ao destino, iríamos pernoitar na próxima cidade mesmo. Depois de 200 km encontramos Concórdia. Chegamos lá meia noite, exaustos e um pouco desanimados por ter errado o caminho. Nos acomodamos em qualquer hotel, um pizza para matar a fome e desmaiamos! Acordamos bem cedo para nos localizar e calcular o desvio. Realmente estávamos longe de onde deveríamos, mais de 500 km, nessa hora é preciso bom humor e espírito aventureiro. Voltamos pelo mesmo caminho e passamos em frente ao posto que nos deu a informação errada, deu vontade de explodi-lo... (brincadeira).

No inicio da tarde estávamos em Lages. Seguimos passando por São Joaquim e finalmente por volta das 4 horas da tarde chegamos à beira da Serra do Rio Rastro. No topo da serra existe um Resort maravilhoso que nos foi recomendado para um belo almoço. Porém, chegando esse horário, não ficamos surpresos que o almoço havia terminado. Havia uma pequena lanchonete e nos contentamos com alguns salgados. Ao sair, outra surpresa. O tempo havia “fechado”. Nada de chuva, mas a neblina tomou conta do cenário, estávamos a 1.800 metros de altitude, é comum acontecer! Decidimos então ficar na cidade de Bom Jardim da Serra e conhecer e visitar a Serra do Rio Rastro no próximo dia de manhã! Pernoitamos em cima do mercado, no mais novo Hotel da cidade e incrivelmente o único com garagem fechada. Na manhã seguinte estávamos ansiosos para conhecer a serra, café da manhã reforçado e rodas no asfalto. Logo estávamos no topo da serra onde há um mirante que é possível avistar boa parte da extensão da serra. É um lugar lindo, a estrada beira a montanha com muitas curvas, vale a pena conhecer. Passamos parte da manhã conhecendo os diversos pontos de observação e curtimos o restaurante que tem no meio da serra.

Depois seguimos para Lauro Muller e pegamos a BR 101 sentido norte. Decidimos visitar Florianópolis e ficar um dia descansando. Chegamos a Floripa as 6 da tarde e lembramos o que é uma cidade grande. Um mega trânsito nos recepcionou. Fomos sentido Lagoa procurar um hotel e não encontramos vagas disponíveis com garagem fechada. As hospedagens próximas a lagoa não são grandes hotéis, existem muitas pousadas e a maioria tinha garagem na frente e aberta. Nesse roda roda atrás de um hotel o pneu da moto do Thiago furou, paramos para pensar o que fazer e ironicamente o destino nos ajudou. Estávamos na frente de um lava rápido e borracharia, ainda bem!! Vinte minutos e o reparo estava pronto. Seguimos então para a região central e achamos um hotel maior para ficar. No próximo dia fomos conhecer e curtir um pouco da cidade. Passeamos pela lagoa e fomos para a praia da Joaquina onde passamos à tarde com direito a camarões e um belo almoço a beira mar, sem contar a diversão nas pequenas dunas de areia. No final da tarde uma passada no shopping e na saída pegamos novamente o horário de pico. Trânsito até chegar no hotel novamente. Já conhecia Floripa, mas sempre vale à pena passar por lá, uma cidade muito boa, organizada com praias belíssimas, uma pena poder ficar apenas um dia.

Finalmente fomos dormir cedo para nos preparar para o penúltimo dia rodando. Novamente de pé bem cedinho, bagagens fixadas e estávamos cruzando a ponte que dá acesso a ilha. Seguimos novamente pela BR subindo em direção à SP. Optamos por conhecer a Serra da Dona Francisca, novamente uma boa escolha! Rodovia muito boa com belas curvas e asfalto perfeito. Uma boa pedida para curtir sua moto. Seguindo pelo litoral passamos a divisa para o Paraná e fomos beirando a praia até chegar ao ferry boat que nos levou a Matinhos. Já rodamos cerca de 350 km e decidimos esticar para São Paulo e aproveitar o último dia no Litoral Paulista. Rodamos bastante nesse dia e desviamos pelo litoral sul em Registro pela Serra da Banana. À noite chegamos para pernoitar na praia de Mongaguá.

Finalmente, mas não felizmente, chegamos ao último dia. Agora o tiro é curto e faltam cerca de 150 km para estarmos em casa e terminar mais uma etapa da aventura que tanto adoramos. Saímos pouco antes do meio dia e logo chegamos em casa concluindo a etapa 2009. Felizes e um pouco cansados, mas com a certeza que valeu muito a pena. Sem grandes sustos e conhecendo muitos lugares especiais, atravessamos a região sul e pisamos em solo Argentino e Paraguaio. Apreciamos a praia em Floripa e curtimos muitas curvas nas serras que passamos. Em resumo uma viagem aventura para servir de inspiração para todos que gostam da liberdade que a moto lhe proporciona. Foram 3.500 km de momentos mágicos e que serão somados a nossa memória de aventuras. Não posso deixar de finalizar encorajando a todos que se organizem e tracem estratégias e objetivos em suas vidas tanto para o trabalho quanto para o lazer. Colecione histórias e momentos especiais. VEGAS Riders, o mundo vive rodando... Nós também!

Participantes da Etapa 2009 (Sul)

 André Borges P. R. Vegas  - 23 anos
 Moto: Suzuki GSX 750 F

Thiago Vegas Frade - 27 anos
Moto: Suzuki GSX 750 R

Walter Rosati Vegas  - 50 anos
Moto: Suzuki Bandit 650 S

O “motonauta”  André Borges Pereira Rosati Vegas participou do Moto Repórter, canal de jornalismo participativo do MOTO.com.br. Para mandar sua notícia, clique aqui.


Fonte:
Equipe MOTO.com.br

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