KTM continua laranja, mas aposta no verde
Marca austríaca investe nas motos elétricas da família E-Freeride, que oferecem emoção sem ruído
Por Paulo Souza
Por Paulo Souza
Roberto Brandão Filho
Uma das maiores tendências apontadas no Intermot 2014 (Salão de Motos de Colônia, Alemanha) foram as motos elétricas. Muitos fabricantes de motos à combustão estão entrando na “onda” sustentável e lançando modelos que não poluem e não emitem ruídos. Esse é o caso da KTM, que continua vestindo suas motos com a tradicional cor laranja, mas agora aposta em uma família “verde” para o mercado europeu. "Stefan Pierer, nosso CEO, está convencido que o futuro das motos será elétrico", disse Hannes Dirmayer, gerente da KTM Áustria para a América Latina.
Em função da prática do off-road estar cada vez mais restrita em países europeus, principalmente por conta do ruído emitido pelos motores a combustão, um grupo de engenheiros da KTM, em parceria com a Panasonic e com apoio financeiro do próprio governo austríaco, desenvolveu a E-Freeride. "Com a E-Freeride não há esse problema: ela não faz barulho, não tem embreagem e é fácil de pilotar", explicou Harald Plöckinger, diretor de operações da KTM, durante a apresentação dos modelos em Colônia.
A nova gama de motos elétricas, cujos testes iniciaram-se em 2011, foi oficialmente apresentada em três versões: uma off-road, uma trail e uma supermotard. De acordo com a fabricante, as motos elétricas têm a mesma potência de uma convencional de 200cc e autonomia de 60 minutos de uso. "A moto é elétrica, mas a emoção e a diversão ao pilotá-la é a mesma de qualquer outra KTM", garantiu Plöckinger.
Chassi e motor compartilhados
As três motocicletas elétricas – Freeride E-SX (motocross), Freeride E-XC (trail) e Freeride E-SM (supermotard) – compartilham o mesmo chassi, suspensões e freios. O quadro é constituído por seções de aço cromo-molibdênio com componentes de alumínio forjado aparafusados, e subquadro de poliamida e plástico ABS. O conjunto de suspensões é feito pela marca WP, com garfo dianteiro invertido com tubos de 43 mm de diâmetro e monoamortecedor traseiro. O trabalho de frenagem é feito por disco único dianteiro de 260 mm de diâmetro e traseiro de 230 mm.
A KTM equipou as três versões com o mesmo motor elétrico síncrono com imã permanente e sem escovas, de arrefecimento líquido. Ele é capaz de gerar um máximo de 21,5 cavalos de potência e torque de 4,3 kgf.m, e é abastecido por bateria de íon e lítio de 2.6 kWh de capacidade. Por não ter caixa de câmbio, não precisa de embreagem e a entrega de potência é feita por transmissão única. A ECU garante uma aceleração suave e progressiva e o torque é entregue logo de cara, assim que o cabo do acelerador é enrolado.
Homologadas para a rua
Com a intenção de atrair jovens condutores (a partir de 16 anos) ou pessoas habilitadas na categoria A1 (novos motociclistas), os modelos trail (E-XC) e supermotard (E-SM) tiveram sua cavalaria máxima ajustada para 14,9 cv. Além disso, para poderem rodar legalmente em vias urbanas e até em estradas, a KTM equipou os dois modelos com espelhos retrovisores, sistema de iluminação (farol dianteiro, piscas e lanterna traseira), assim como velocímetro e suporte para a placa.
A Freeride E-SM tem rodas de aro 17, tanto na traseira quanto na dianteira, que utilizam pneus street. As medidas, que exaltam seu lado mais urbano, também são outras. Apesar do mesmo entre-eixos, são 320 mm de distância do solo, 870 mm de altura do banco e 108 kg. Segundo a KTM, esse modelo é voltado para pilotos jovens e agressivos que procuram uma máquina “limpa” e potente para rodar nas ruas europeias.
Já a trail Freeride E-XC conta com rodas de aro 21 na dianteira e 18 na traseira, calçadas com pneus cravados, e tem as mesmas medidas: entre-eixos de 1.418 mm, distância livre do solo de 340 mm, altura do banco de 910 mm e peso de 106 kg.
Só para as pistas de terra
A nova KTM Freeride E-SX é indicada para o motocross. Por ser voltada somente para as pistas de off-road, a E-SX não é homologada para as ruas – diferente de suas irmãs. E por isso, ela foi a única entre as três com motor mais potente, capaz de gerar 21,5 cavalos de potência máxima.
Sem emissão de poluentes e quase totalmente silenciosa, a E-SX pesa apenas 106 kg e foi desenvolvida para ser utilizada em pistas de motocross dentro dos centros urbanos, onde as motos à combustão não são mais permitidas. A linha E-Freeride chega ao mercado europeu em 2015.
Fotos: Divulgação
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