SBK Series: Entrevista com o campeão Maico Teixeira

Piloto da equipe Honda conta como é acelerar no Superbike Series Brasil na categoria principal SBK Pro

Por Aladim Lopes Gonçalves

Aladim Lopes Gonçalves

Atualmente a motovelocidade no Brasil vive uma de suas melhores fases, se não a melhor, com vários pilotos disputando provas em todo o país e em várias categorias. A modalidade mais cobiçada é a de motos 1000cc, chamadas de superbike, e que reúnem os melhores pilotos e as máquinas mais poderosas. Ser campeão nesse nível de disputa não é tarefa fácil. Para saber um pouco de como funciona a preparação de um campeão brasileiro de motovelocidade, o MOTO.com.br procurou o piloto gaúcho Maico Teixeira, da equipe Honda Mobil, campeão da edição 2013 do Superbike Series Brasil, na categoria principal Superbike Pro, juntamente com sua CBR 1000RR Fireblade, para um bate-papo descontraído e para saber seus próximos passos e planos nas competições. Com cinco vitórias e sete poles na temporada passada, Maico Teixeira promete um 2014 ainda mais emocionante nas pistas. A etapa de abertura do SBK Series Brasil acontece no domingo (23/02) no Autódromo de Interlagos, em São Paulo (SP).

MOTO.com.br: Conte um pouco da sua história e sua trajetória de motociclista e piloto.

Maico Teixeira: Eu comecei a correr de moto aos 14 anos, depois de ter ganhado uma Mobilete (50cc) do meu pai. Minha mãe também ajudou. Ela chegou em casa com todo o equipamento de corrida (bota, capacete, luvas e macacão). Como eu morava ao lado do Autódromo de Tarumã, corria sempre lá, no Campeonato Gaúcho. No ano seguinte, disputei a categoria estreante novato com uma RDZ 125cc e de cara venci. Dava 60 voltas por dia. Chegava cedo e só ia embora no fim da tarde. Peguei gosto pelo esporte.

Depois, passei por algumas categorias, como a Fórmula Gaúcha (135cc) e Fórmula Especial (135cc). Até o ano de 2006 só corria no Sul. Já em 2007, fiz o Brasileiro de Motovelocidade na categoria 250cc, com uma Twister. Nestes anos (2006 e 2007), fui campeão gaúcho. Em 2008, subi de categoria e fui vice-campeão brasileiro com a 600 Hornet.

Já em 2010, houve a chegada do Racing Festival. Era um campeonato bem bacana. Fui bicampeão na 600 Hornet (2010 e 2011). Desde o ano passado sou piloto oficial Honda.

MOTO.com.br: Você é o atual campeão do SBK Series na categoria principal Superbike Pro. Qual a importância desse título para sua carreira de piloto e como está sendo sua preparação para a temporada 2014?

Maico Teixeira: Hoje, a categoria de 1.000 cilindradas é a Top do Brasil. Ser campeão nesta categoria, que conta com os principais pilotos do país, é muito importante para mim. O ano de 2013 foi apenas o meu segundo na 1.000. Conseguir ser campeão com pouco tempo de pilotagem nesta moto, que é superpotente, me dá muita alegria. É um sonho realizado, uma meta que consegui atingir. E isso só foi possível graças à ajuda de toda a equipe, da minha família e do meu amigo e companheiro de equipe Cachorrão [José Luiz Teixeira “Cachorrão”, colega de Maico na equipe Honda de motovelocidade]. Tive um suporte muito legal na temporada.

Como praticamente todo ano tivemos corrida, procurei neste fim de dezembro descansar. Mas claro, sempre estou em contato com a minha equipe e trocando informações. E também não dá para deixar de manter a forma. Procuro me exercitar para começar bem 2014.

MOTO.com.br: Como você vê essa fase que a motovelocidade está vivendo no Brasil, com maior interesse nas competições por parte dos organizadores, patrocinadores, apoiadores e público?

Maico Teixeira: Infelizmente, antigamente a motovelocidade era apagada. Não havia estrutura, pelo menos quando comecei a correr. Hoje, desde público a organização, tudo é bem superior. Sabemos que ainda não está a 100%, mas a motovelocidade no Brasil está em um caminho certo. Vejo que os patrocinadores estão mais interessados nos campeonatos e isso é muito importante para o esporte.

MOTO.com.br: Que avaliação você faz das pistas no país e como você vê o calendário da competição com várias etapas sendo disputadas em um país com território tão grande? Isso dificulta o acesso de novos pilotos e equipes por causa dos altos custos ou ainda é possível competir com pouco investimento?

Maico Teixeira: Os circuitos são bem desenhados, mas falta cuidado com eles. Temos pistas boas, de alta velocidade, técnicas e completas, mas que precisam de manutenção. Gosto de correr em Santa Cruz do Sul, Cascavel, Brasília, que é um circuito longo, e Interlagos, uma pista gostosa, técnica e rápida.

Sabemos dos altos custos que envolvem uma prova no Sul e outra Centro-Oeste, por exemplo. Mas é importante termos etapas em diversos Estados, pois é uma forma de disseminar o esporte. Assim criamos no público local o desejo pelo esporte em duas rodas. Quem sabe das arquibancadas não surjam novos adeptos. Isso é importante.

MOTO.com.br: Você acompanha os campeonatos de motovelocidade lá fora como MotoGP e Mundial Superbike? Tem algum piloto que você tem mais identificação ou você busca estabelecer o seu próprio estilo de pilotagem?

Maico Teixeira: Acompanho na medida do possível, pois em muitas oportunidades as provas destes campeonatos coincidem com as provas daqui. Claro, sempre que há uma brecha procuro me informar.

Gosto muito do estilo de pilotagem do Casey Stoner, apesar dele ter saído da MotoGP. Ele é um cara arrojado na pista, porém frio e concentrado. Não é de oba, oba. Também sou calmo e procuro me manter focado. De certa forma há uma semelhança entre a gente.

Fotos: Luiz Pires (Vipcomm)/Divulgação


Fonte:
Equipe MOTO.com.br

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