Retornando ao Mundial, Granado fala em momento de adaptação
Em entrevista exclusiva para o MOTO.com.br, Eric Granado destaca desafios da temporada 2018
Por Gabriel Carvalho
Por Gabriel Carvalho
2018 é um ano de mudanças para Eric Granado. O piloto, atual campeão do Superbike Brasil e do Europeu de Moto2, volta ao Mundial de Motovelocidade na classe Moto2. Granado estreou no Mundial em 2012, na Moto2, com apenas 16 anos. Em 2013 e 2014, o brasileiro esteve na Moto3. Nestes três anos, os resultados foram pouco expressivos.
Em 2015, entretanto, Granado iniciou uma virada na carreira, transferindo-se para o Europeu de Moto2. Na temporada passada, os resultados vieram em grande estilo, com os títulos no Superbike Brasil e na divisão europeia da classe intermediária. Com essas credenciais, o piloto volta ao nível mundial com a Forward Racing, que disputa a temporada 2018 da Moto2 como única equipe a utilizar o chassi Suter, algo que o brasileiro vê como fator positivo.
Ao conceder uma entrevista exclusiva para o MOTO.com.br, o brasileiro destacou os desafios que enfrentará na temporada 2018 tanto no Superbike Brasil quanto no Mundial de Motovelocidade. Confira:
Você começa 2018 como o piloto a ser batido no Superbike Brasil, já que é o atual campeão. O que você espera desta temporada com a Honda?
Eric Granado: Acho que será um ano difícil, assim como foi em 2017. A categoria vem crescendo cada vez mais, com um nível mais alto e esse ano será de adaptação para mim, já que estamos com uma moto nova. Certamente a gente terá que fazer um trabalho muito forte antes de começar o campeonato para acertar a moto e ser competitivo desde a primeira etapa.
Mesmo voltando ao Mundial de Motovelocidade, você segue competindo no Brasil. O que te motiva a fazer isso?
E G: Creio que é muito importante eu estar aqui, não só em termos de preparação – querendo ou não, é um treino, já que estarei em cima da moto sempre – mas também pela Honda, que fez um esforço enorme para possibilitar a minha volta para o Mundial. Então nada mais justo do que eu fazer isso pelos patrocinadores também e estar mais perto do público no Brasil. Correr aqui também é algo que engrandece o esporte e vai ajudar o campeonato a crescer.
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As motos com as quais você anda aqui e na Europa são bastante diferentes. No que andar em motos distintas pode te ajudar a evoluir?
E G: A 1000 me ajudou muito em 2017. É uma moto que tem muita potência e isso foi bom para eu aprender a controlar, a dosar o acelerador. Além disso, é uma moto mais pesada – quando eu subi na Moto2, ela ficou mais fácil em teoria. Acho que (andar em motos diferentes) será bom também – claro que será cansativo, vou viajar muito. Mas eu amo o que faço e só faço isso, então quanto mais eu correr de moto, melhor.
A Forward é a única equipe da Moto2 a utilizar o chassi Suter. Quais as vantagens e desvantagens disso?
E G: A princípio, eu assinei um contrato com a Forward para correr de Kalex. Posteriormente, a Suter fez uma proposta para a gente para sermos uma equipe de fábrica, recebendo todas as alterações e evoluções, o que não teríamos com a Kalex. Seríamos apenas mais uma equipe, sem suporte e sem estrutura alguma. Caso chegasse alguma novidade, as equipes de ponta receberiam primeiro, então a proposta que a Suter fez para a gente foi interessante. É uma moto que não vai vencer o campeonato, mas que esteve entre as dez primeiras no ano passado – que é uma meta real para mim. A gente precisa ter os pés no chão, não vou chegar lá e vencer o campeonato. Então no momento eu creio que a Suter atende às nossas necessidades. Não será fácil, é uma moto nova para mim e para a equipe e precisamos nos adaptar. Os primeiros testes foram cheios de experimentos, em cada saída para a pista a moto estava diferente. Não é simples, preciso ter muita paciência e estou trabalhando isso em mim. A partir do início da temporada, no Catar, é só treino e corrida, não há muito que testar. Agora é um momento de adaptação, mas tenho certeza de que valerá a pena no futuro.
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Você fez três temporadas no Europeu de Moto2 com o Kalex, agora volta ao Mundial e vai andar com Suter. Quais as principais diferenças entre os dois chassis? Você precisa adaptar o seu estilo de pilotagem para a nova moto?
E G: As motos são completamente diferentes. A Suter é um pouco mais rígida e confesso que tinha um feeling muito bom com a Kalex, no final do ano passado eu era capaz de pilotar a moto de um jeito que jamais imaginei que seria capaz. A nova moto ainda não me transmite essa segurança e as informações que eu gostaria, pois ainda não temos o acerto necessário por não conhecermos o chassi tão bem. A partir do próximo teste, os técnicos da Suter estarão na pista, será um suporte extra para nós. Como ponto forte, a Suter é muito rápida nas curvas velozes, o que a gente precisa acertar ainda é a parte final das freadas, além do giro no meio da curva – ainda falta um pouco para a gente nesse aspecto, que conta na saída das curvas. São pequenos detalhes, mas na Moto2 um décimo aqui e outro ali fazem a diferença no final da volta. Precisamos trabalhar nesses pontos e, quando encontrarmos soluções, seremos competitivos.”
Você volta ao Mundial em uma situação bem diferente da primeira passagem - você mesmo diz que está melhor preparado. Quais os seus objetivos para esta temporada na Moto2?
E G: Eu não sou muito de traçar metas, dizer em que posição chegar e coisas do tipo. O trabalho precisa ser feito em partes: primeiro, a gente precisa acertar a moto e deixá-la de um jeito que me permita ser competitivo. A partir disso, fazer melhoras em cima dela e isso já será o melhor para mim. Eu não quero falar em posições, eu prefiro chegar lá e fazer a prometer algo e as coisas não saírem como o esperado. Eu darei o meu melhor e o que vier está bom para mim.
Entrevista: Gabriel Carvalho/MOTO.com.br
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