Projeto Piloto em 100 horas

Equipe Bikers Racing Team enfrenta o desafio de formar um piloto de motovelocidade em apenas 100 horas de treinos

Por Paulo Souza

Marcelo Gomes

Olá pessoal, meu nome é Marcelo Gomes, tenho 33 anos e antes que você se pergunte por que estou escrevendo aqui, saiba que participo do projeto “Piloto em 100 Horas”, da equipe Bikers Racing Team. Chefiada por Vail e Rafael Paschoalin, a meta desses malucos é me tornar um piloto, apto a participar e largar (bem) na 6ª etapa do Superbike Series, categoria Ninja 300, que acontece em Setembro na cidade de Curitiba, PR.

Sempre fui fascinado por corridas e nunca imaginei que pudesse fazer parte desse mundo. Tudo mudou quando fiquei amigo do Rafa e juntos tivemos a ideia de lançar esse projeto, que na verdade, é um tremendo desafio, para ele e para mim.

Com um relógio cronometrando todas as vezes em que vamos treinar, já acumulo quase 40 horas e aqui vai um resumo do que aconteceu nos primeiros dias:

0:00 – 2:00

O nosso primeiro “treino” aconteceu ainda no condomínio do Rafa, justamente para ele entender qual era o meu nível de pilotagem e quanto trabalho ele teria. Manja tipo primeira aula particular de inglês? Então, foi numa rua sem saída de pouco movimento que o Paschoalin entendeu que aquelas voltas que dei há alguns anos em uma 125 emprestada não tinham me dado mais reflexos do que uma simples bicicleta daria. Sem desanimar, não poupei esforços para fazer os exercícios de frenagem, auxiliado sempre pelo “santo ABS”, que segundo o Rafa, me salvou algumas vezes nesse primeiro contato com a Kawasaki Ninja 300.

2:00 – 8:00

Alguns dias depois de ganhar intimidade com a moto, fomos para a nossa primeira seção de pista. Optamos pelo kartódromo Internacional de Nova Odessa, que aceita regularmente treinos de motocicletas de baixa cilindrada e também as Supermoto. Não tenho como descrever a sensação de encarar uma pista (mesmo que pequena) pela primeira vez. Mesmo o ritual de se vestir com macacão de couro, botas, luvas e protetor de coluna já é algo especial para os meros mortais. O ponto positivo desse primeiro dia na pista foi justamente o meu preparo físico. Vocês podem notar nas fotos que ainda estou um pouquinho acima do peso, mesmo assim, dei incontáveis voltas e só parava nos boxes quando o Rafa me chamava (dizia ele que eu já estava desconcentrado e fazendo besteiras).

8:00 – 14:00

Existe uma grande diferença quando se vai para a pista na primeira vez para as demais vezes. Comecei a aprender que além de toda a parte técnica, física e a coragem de ir rompendo barreiras e limites, é preciso manter a cabeça em ordem, controlando a ansiedade e os medos. No terceiro treino que fizemos começamos a pegar mais pesado nas técnicas de frenagem, redução, aproximação de curva e inclinação. Apesar de sempre conseguir um bom número de voltas, a minha inconstância no cronômetro me deixava claro que as coisas não estavam 100% no controle. Foi preciso voltar alguns passos e andar mais devagar, porém, com constância para depois seguir evoluindo.

Depois eu volto mais para contar como as coisas aconteceram. Vou revelar a vocês alguns métodos de ensino da Bikers Racing Team e espero realmente que vocês tomem essa história como incentivo para encarar uma paixão que está adormecida dentro de vocês!

Até mais!


Fonte:
Equipe MOTO.com.br

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