MotoGP 2022: Os segredos dos freios no GP do Catar
A Brembo analisa e revela os segredos de frenagem da MotoGP
Por Thiago Dantas
Por Thiago Dantas
Texto Luiz Mingione
Com a primeira etapa do ano da MotoGP acontecendo neste final de semana, os especialistas em sistemas de freio da Brembo acabam de revelar uma análise detalhada e os segredos da frenagem das MotoGP 2022 no circuito de Losail no Catar.
Pelo sétimo ano consecutivo, a Brembo é a fornecedora do sistema de freio para todos os pilotos da categoria principal da MotoGP, com um acerto personalizado para cada um. A Brembo também está presente como fornecedor na Moto2 e Moto3.
A grande novidade da temporada 2022 é a introdução de discos ventilados de carbono Brembo de 355 mm de diâmetro, já testados com sucesso em Mandalika e Sepang, e que foram projetados para serem usados em circuitos muito severos para o sistema de frenagem.
A maioria dos pilotos vai usar o modelo GP4, a nova pinça de 4 pistões desenvolvida para o campeonato introduzida em 2020, é uma pinça de alumínio de peça única totalmente usinada, com um acessório radial de 4 pistões.
Este modelo tornou-se a pinça de referência para a maioria dos pilotos de MotoGP, embora alguns deles continuem a preferir a utilização da pinça de 2019 por motivo de hábito ou desempenho.
De acordo com os técnicos da Brembo que trabalham em estreita colaboração com todos os pilotos da categoria, a pista do Catar é um dos circuitos de média exigência para os freios. Em uma escala de um a cinco, tem índice de dificuldade três.
A Brembo mostra alguns números bem interessantes e que ajudam a compreender melhor o que acontece nos freios destas motos durante uma volta no traçado do Qatar.
De acordo com a empresa, os freios são acionados em 13 das 16 curvas do circuito de Losail. Este é o circuito de todo o calendário de 2022 do mundial, onde os freios são acionados mais vezes ao longo de uma volta, batendo Jerez e Misano, circuitos que obrigam os pilotos a usá-los em 12 pontos diferentes.
O circuito de Losail tem uma extensão de 5.380 metros. Os pilotos usam os freios durante 36% da volta. As curvas com frenagem mais exigentes são a 1, a 4 e a 16.
A reta de 1.068 metros que precede a frenagem na primeira curva após a chegada é uma das mais difíceis de todo o campeonato, as motos chegam a 346 km/h e desaceleram para 102 km / h exercendo uma carga na alavanca do freio de 5,7 kg. Para fazer a curva, os pilotos freiam por cinco segundos e meio durante os quais percorrem 258 metros neste trecho da pista
A quantidade de tempo que os pilotos usam os freios é também a maior de toda a temporada, em Losail, um piloto de MotoGP freia durante um período acumulado de 40 segundos ao longo de uma volta. Como comparação, nos circuitos de Jerez e Phillip Island os freios são usados num período acumulado de 25 segundos em uma volta, ou seja, 15 segundos a menos que Losail.
Curva 1Dificuldade máxima |
Curva 4Dificuldade máxima |
Curva 16Dificuldade máxima |
|
Velocidade inicial |
346 km/h | 258 km/h | 250 km/h |
Velocidade final |
102 km/h | 102 km/h | 100 km/h |
Distância de frenagem |
258 metros | 173 metros | 179 metros |
Duração da frenagem |
5,5 segundos | 3,8 segundos | 4,1 segundos |
Desaceleração máxima |
1,5G | 1,4G | 1,4G |
Força máxima no manete |
5,5 kg | 4,5 kg | 4,8 kg |
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