Relato: Pelotas, a bela Princesa do Sul

Jerre viaja de Titan 150 e é através dela que ele dará dicas dos lugares por onde passa.

Por André Jordão

Jerre Rocha

Janeiro de 2010, para ser mais exato, dia 11/01, 10h da manhã, Porto Alegre/RS, moto carregada e eu, ansioso como todos que vão para a estrada. 

Era (era!!!!) para ser em direção a Santa Catarina, para o 1° Moto Aventura que estou organizando. Mas o que segue é o relato e algumas dicas em 2.020km rodados no destino tomado: Pelotas/RS. A partir do momento da saída, o relógio se tornou inútil, eu queria apenas aproveitar e parei tantas vezes que cheguei no fim da tarde na cidade. 

Pelotas/RS, a bela Princesa do Sul 

Este nome "Pelotas" em sua origem remonta a época das embarcações de varas de corticeira forradas de couro, usadas para a travessia dos rios na época das charqueadas. Uma cidade que se  desenvolveu como nenhuma outra - isso lá pelos tempos de 1780 - tendo grande influência econômica, cultural e política em todo o Rio Grande do Sul. E os charqueadores pelotenses, com poder econômico e político feito através da exploração e exportação do charque  trouxeram arquitetos europeus para trabalhar em seus projetos.

O resultado disso é o que pode comprovar  com um simples passeio pelos recantos de Pelotas. É ver uma arquitetura grandiosa e ter um dos principais conjuntos arquitetônicos da América Latina. Uma cidade de barões, viscondes e condes, não era possível viver sem deixar legado.  As visitações de uma parte dos prédios antigossão fáceis, basta estacionar no centro e percorrer a pé. Ao redor da Praça Coronel Pedro Osório, bem no centro,  já vais encontrar:
•Teatro Sete de Abril
•Clube Caixeral
•Quartel da Revolução Farroupilha
•Bliblioteca Pública
•Mercado Público (que está sendo reformado - e um detalhe importante: a torre do Mercado imita a Torre Eiffel, de Paris)
•Grande Hotel ( que está em reforma também)
•Residência Barão de São Luis
•Residência Charqueador Viana
•Casa do Senador Assunção
•Prefeitura

Possivelmente deixei algum ponto para trás, mas caminhar pelas ruas de Pelotas é estar viajando no tempo. Ali, bem no ladinho, o calçadão da Andrade Neves, com sua variedade de comércios.

Uma pausa para falar do meu parceiro de visitas, Rafael, meu filho de 12 anos, motivo de minha jornada ter começado pela cidade, pois mora lá. E me acompanhou em todas e posso dizer que foi a melhor companhia.

Passeávamos e conversávamos a respeito do casario, aliás, ele divide comigo, apesar da pouca idade, este gosto pelas visitas. Não podemos esquecer também de falar da Catedral com pinturas de Aldo Locatelli. 

De tarde, mesmo com tempo nublado e leves pancadas de chuva, fomos para a Praia do Laranjal que fica a menos de 15 minutos do centro da cidade e percorremos desde o Pontal até a Colônia de Pescadores Z3. 

Pela entrada no balneário pela Av. Rio Grande do Sul, um dos principais acessos, fomos até o Pontal, onde se encontra a Lagoa dos Patos e o Canal do São Gonçalo. Uma parte é feita por estrada de chão batido, mas está em boas condições. Vale a pena fazer o trecho, talvez até comer um pastel em uma pastelaria que existe lá: a Solitária. 

O Laranjal é banhado pela Lagoa dos Patos, a maior do Brasil e a segunda da América Latina e tem 265 quilômetros de comprimento. Águas tranquilas, areias brancas e um belo calçadão, com sombras generosas de figueiras e coqueiros.  

Em uma bela caminhada irá encontrar o Shopping Mar de Dentro, com suas butiques, sorveterias e dois restaurantes - sendo um deles de culinária oriental. E também no Laranjal não faltara opções, desde pizza a uma parrillada. 

Uma característica é que Pelotas: preservar muitos restaurantes com culinária Uruguaia, até pela pequena distância do país de nossos “hermanos”. E, caso vá a algum deles, não deixe de experimentar dois dos pratos mais típicos dos hermanos: o chivito e a parrillada.  

Mas continuamos pela orla e fomos parar na Colônia de Pescadores Z3. Chovia e parava -  coisa de verão - então dávamos pequenas paradas. Passeando pela Z3, descobrimos a Deti. Quem é a Deti? Então aí vai uma dica de nossa descoberta para quem gosta de fugir do tradicional. Ela é filha de pescador, casada com pescador e que em uma garagem improvisada como restaurante, faz delícias. Pastéis, bolinhos, risólis... tudo de frutos do mar, é claro. E nós não pudemos deixar de experimentar. 

Podia colocar o endereço aqui, mas não precisa, ela é famosa pela localidade, é só perguntar. Vale a pena ir lá, pois se vai costeando a lagoa ela fica a 25km do centro da cidade.


Fonte:
Equipe MOTO.com.br

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