Arthur Caldeira
Há dois tipos de construção de pneus: radial e convencional (ou diagonal). A nomenclatura designa uma diferença estrutural entre esses pneus. Mas isso não significa que um seja melhor ou pior que o outro. Simplesmente, eles têm uma aplicação, um uso diferente.
Nos pneus convencionais, os cordonéis das lonas (os tecidos) que, juntamente com a carcaça, compõem a estrutura do pneu, formam ângulos com a linha central da banda de rodagem. Daí alguns chamarem os pneus convencionais de diagonais.
Já nos radiais, além da estrutura têxtil, uma cintura de aço é disposta paralelamente à linha central da banda de rodagem; os fios metálicos formam um ângulo de 0° com a linha central.
Essa diferença estrutural determina para qual utilização o pneu é mais adequado. Os radiais são indicados para motos maiores que atingem altas velocidades, enquanto os convencionais têm uma variedade muito maior de aplicação. Podem ser usados em motos de baixa cilindrada, motocicletas off-road ou até mesmo em motos big-trail, como a Yamaha XT 660R.
A construção radial oferece resistência e desempenho em alta velocidade e frenagens muito bruscas, em situações extremas em que um pneu convencional se tornaria um risco.
Uma moto de 125cc não precisa ser equipada com um pneu radial, pois além de não ultrapassar os 110 km/h, o rendimento quilométrico é importante para o motociclista. Seria, além de um desperdício, um incômodo, já que os pneus não trabalhariam em conjunto com a suspensão desenvolvida para pneus convencionais.
No caso de uma moto superesportiva, como a Honda CBR 600RR, que atinge mais de 250 km/h, o radial é obrigatório, uma vez que o pneu sofre muito esforço nas acelerações e frenagens em alta velocidade.
Outro exemplo das diferentes aplicações são os pneus off-road, usados em motos de motocross. A estrutura convencional é a mais indicada para o cross, pois os pneus são submetidos a impactos muito fortes, onde os pneus radiais não suportariam esse tipo de esforço. Além disso, o amortecimento e a adaptação a terrenos irregulares são fundamentais.
Como diferenciar
Como externamente fica difícil diferenciar um radial de um convencional, os fabricantes usam códigos. Por exemplo, o pneu traseiro da Honda CG 150 é o Pirelli City Demon nas medidas 90/90 – 18. O “-” indica que se trata de um pneu convencional (ou diagonal).
A superesportiva Yamaha YZF R1 vem equipada com o pneu Michelin Pilot Power 190/50 R 17. O “R” sinaliza que o pneu é de construção radial. Já os números referem-se à largura (em milímetros), altura e o aro da roda, respectivamente.
Na hora de escolher qual pneu colocar em sua moto, vale sempre a regra: siga a recomendação do manual do fabricante e as especificações do equipamento original de fábrica.
Agência Infomoto
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