Localizada no Itaim Bibi, bairro nobre da zona sul de São Paulo, a Union Motorcycles comercializa motos novas e seminovas, mas também é conhecida por customizar modelos de acordo com procedimentos profissionais, seja a pintura personalizada ou original.
Na loja, pudemos matar uma grande curiosidade de muitos motociclistas: que passos são seguidos na “metamorfose” de uma moto customizada, no que diz respeito à pintura do modelo? Seja esta monocromática, filetada, grafitada ou multi-colorida, uma coisa é certa: trata-se de um trabalho que requer tempo, experiência e muita habilidade.
“O processo de pintura pode ser comparado à criação de uma obra de arte”, afirma Carlos Vallone, proprietário da Union Motorcycles. “A pintura tem grande relevância na customização, afinal, apenas por meio dela é possível obter uma boa personalização, além de exclusividade”.
Mais do que em outros veículos, nas motos a exclusividade é um fator que “fala alto”. E a personalização sempre foi tradicional entre motociclistas. “Contamos com os melhores artistas do mercado”, observa Cássio Mayer, sócio-proprietário da Union.
“Alemão e Rodney são especialistas criativos e talentosos. A técnica de ambos é inigualável e garante um trabalho de qualidade”, ressalta.
Saiba mais sobre o assunto neste bate-papo com os dois “experts”, que nos revelaram algumas “manhas” de seu ofício, utilizando como exemplo uma moto H-D Herytage que se encontrava na loja para customização.
Em tempo: segundo Carlos Vallone, o custo de uma pintura especial não é tão alto assim — varia de R$ 2.000 a R$ 3.000 — e o serviço tem garantia de três anos. Está esperando o que para ter uma moto com a sua cara?
Quais os procedimentos básicos para se dar início à pintura personalizada?
Alemão: Primeiramente, é preciso fazer a “criação” do projeto e daí seguir para a desmontagem da motocicleta. Quando o cliente aprova a criação, é dado o “start” na pintura. Na maioria das vezes criamos a arte junto com o cliente, que interage para decidir as cores e formas que mais lhe agradam. Fazemos um “briefing” e, com base nele, montamos a arte, um processo realizado nas pinturas personalizadas. Normalmente, em dois dias tudo é decidido. Todo o procedimento requer infra-estrutura e ferramentais adequados.
Como é iniciada a etapa técnica de personalização?
Alemão: Partindo da desmontagem, como citei, o kit destinado para a pintura sofre o processo de preparação para receber o “primer” (tinta de fundo). O tanque, por exemplo, é totalmente decapado até o metal para a aplicação do “wash primer” (anti-corrosivo) e, em seguida, do “primer”.
Como é chamado o processo de pintura da moto com que vocês estão trabalhando agora?
Rodney: Nesta H-D utilizamos a técnica “Tri-Coat”, que nada mais é do que uma base metálica, um efeito especial e a aplicação do verniz “clear” (transparente). Após a secagem, é feito um “lixamento” fino e então iniciado o processo de arte.
Falando em arte, como é feito o grafismo, já que não parece haver relevos nas divisões das cores? Em quanto tempo ele é realizado?
Rodney: Este é o momento mais delicado. É preciso muita paciência e experiência para a obtenção de um resultado assim, sem marcas e relevos. Dependendo do visual, o processo pode demorar horas. Neste kit com flames, gastamos três horas. Para que não se perceba o relevo, utilizamos material específico (filetes) que, junto à aplicação do verniz com polimento, garante este resultado.
Mas qual é o segredo?
Alemão: Não há nenhum segredo! Exceto, é claro, a utilização de materiais de primeira linha e a experiência na personalização de motos, ramo em que estamos há 10 anos. Para quem procura exclusividade, a pintura é, certamente, o tipo de personalização com maior destaque.
Fotos: João Lisboa.
Equipe MOTO.com.br
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