Yamaha SCR 950 quer resgatar o passado com estilo
Fabricante japonesa pega carona na onda retrô para apresentar modelo com motorização V2 de 48,5 cavalos e aposta no estilo scrambler
Por Alexandre Ciszewski
Por Alexandre Ciszewski
Impulsionada pela onda retrô que, há alguns anos tem sido tendência no mercado de motos, a Yamaha apresentou recentemente mais um modelo de sua linha clássica: a SCR 950. Inspirada nos modelos scrambler dos anos de 1960 e 1970, a nova moto chegou recentemente às concessionárias do Canadá e Estados Unidos, onde o preço sugerido é de US$ 8.699 (cerca de R$ 28.500).
Valorizando o estilo clássico de décadas passadas, o design da nova SCR 950 remete às primeiras Yamaha DT 250 da década de 1970. Farol redondo, paralamas de alumínio, banco reto, guidão largo e um tanque sem emendas, que dá um charme especial, a nova scrambler japonesa adicionou alguns componentes modernos ao seu desenho atemporal.
A lanterna traseira manteve a forma arredondada das primeiras DTs, mas agora utiliza LEDs. O mostrador redondo do painel é simples, mas com tela de cristal líquido e informações digitais. As rodas raiadas têm aros de alumínio, as bengalas da suspensão traseira ganharam protetores em forma de sanfona e um estiloso “number-plate” na lateral da moto confere o charme scrambler à nova SCR 950.
Segundo a Yamaha, o modelo tem o objetivo de resgatar o tempo em que andar de moto era apenas se divertir com os amigos e se aventurar por aí como há 30, 40 anos. Curiosamente, a maioria do público alvo desses modelos não era nem mesmo nascido nessa época. Pois, assim como Ducati Scrambler e a Triumph Street Twin, a SCR 950 foca em um consumidor jovem, que se liga mais em estilo e design do que desempenho.
Baseada em uma custom
Derivada da custom Bolt, a SCR 950 utiliza o mesmo motor de dois cilindros dispostos em V a 60°, refrigerado a ar, com 942 cm³ - o mesmo V2 da XVS 950 Midnight Star, comercializada no Brasil. Com quatro válvulas por cilindro, o propulsor alimentado por injeção eletrônica produz modestos 48,5 cv de potência máxima a 5.400 rpm, porém o bom torque máximo de 7,47 kgfm já está disponível a 3.400 giros – o que se traduz em boa aceleração de 0 a 100 km/h, mas em velocidades máximas não tão empolgantes assim. Configuração adequada para a proposta da scrambler japonesa de ser uma moto divertida de pilotar na cidade e até encarar uma estrada de terra.
Mas o que chama mesmo a atenção no conjunto motriz é a transmissão final por correia dentada, típica das motos custom, mas rara (ou inédita) em um scrambler. A caixa de marchas tem cinco velocidades.
Ciclística revisada
Embora o chassi seja um duplo berço, como na Bolt, a SCR 950 traz um subquadro exclusivo, que elevou a altura do banco. Em conjunto com as pedaleiras mais centralizadas proporcionou uma posição de pilotagem mais típica de uma trail.
A roda dianteira manteve o mesmo diâmetro da versão custom (19 polegadas), porém a traseira aumentou para 17 polegadas. Dessa forma, o ângulo de cáster foi reduzido para 28,4° (na Bolt é de 29°). Tudo para que a nova Yamaha tenha mais agilidade nas mudanças de direção.
Os pneus Bridgestone Trail Wing, que equipa muitas big trails por aí, foram escolhidos para capacitar a SCR 950 a enfrentar estradas de terra batida com mais desenvoltura. O escapamento mais elevado completa o estilo “fora-de-estrada” dos anos 70.
Mercado
O segmento de “clássicas-modernas” está em alta na Ásia, Estados Unidos e na Europa - um indício de que a Yamaha deverá lançar a SCR 950 nos salões de motos europeus que irão acontecer até o final deste ano.
Embora ainda não tenha chegado com a mesma força no Brasil, alguns modelos retrô já estão à venda por aqui. A Ducati já comercializa a linha Scrambler e a Triumph vende a Street Twin e as derivadas da Bonneville no País. As fábricas japonesas, leia-se Honda e Yamaha, até agora têm ignorado o segmento, muito em função do baixo volume que não justificaria o investimento. Portanto, há poucas chances de vermos a SCR 950 por aqui.
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