Na Estrada: Por que comprar uma moto?

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Por Alexandre Ciszewski

Tiago Feliziani

O sujeito compra uma moto porque o trabalho é longe, o transporte público é precário e o preço da gasolina é um assalto. 

O sujeito compra uma moto porque quando criança sonhava em ter uma Tonka, mas seus pais nunca puderam dar uma para ele. O sujeito compra uma moto porque via a mãe indo para lá e para cá sempre de moto, fazendo os corres da casa, dos filhos e da vida, e aprendeu desde cedo que moto é muito mais que lazer e diversão.

O sujeito compra uma moto porque não consegue dormir bem à noite. Talvez ele compre uma moto porque sente falta de algo durante o dia. E principalmente nos finais de semana. O sujeito compra uma moto porque sabe que pilotá-la é um dos maiores e mais excitantes desafios que existem.

O sujeito compra uma moto porque perdeu um amor ou ganhou uma grana extra. Raramente essas duas condições caminham juntas. O sujeito compra uma moto com a certeza absoluta de que vai arrumar um monte de mulher com estilo Pin Up e se esquecer de vez daquele amor, mas mal sabe que tudo o que vai conseguir é um bando de amigos leais, feios e tão perdidos quanto ele.

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O sujeito começa a pilotar uma moto porque está de saco cheio da mesmice, do videogame, do trabalho, do time que não ganha nada, da rádio de rock que ele curtia, mas que hoje só toca música pop. Ele pilota uma moto porque não tem a classe do Clint Eastwood ao cuspir, porque não sabe assoprar uma gaita como o Sony Boy Williamson ou bater nas teclas de uma velha máquina de escrever como Bukowski.

O sujeito viaja de moto porque, para ele, só admirar a paisagem já não basta. Ele tem que fazer parte daquelas curvas, daquele deserto, daquelas montanhas, daquele pôr do sol. O sujeito que compra uma moto deixa de ser um indivíduo. Ele passa a ter uma identidade, a fazer parte de um movimento, ainda que errático. Melhor ainda se for sem destino.

O sujeito pilota uma moto porque não aguenta mais ficar trancafiado dentro de um carro, parado no meio de um monte de babacas. Porque está cansado de ser obrigado a seguir cada vez mais leis e ter cada vez menos direitos. O sujeito acelera sua moto porque já não suporta mais ser feito de otário por políticos, empresários, apresentadores, espertalhões e todos os velhos e novos demagogos, e quanto mais ele torce o cabo, mais rápido esses desgraçados ficam para trás.

Porque, apesar de tudo, quando o sujeito pilota sua moto é naquele amor que ele ainda pensa e mesmo assim segue em frente.

 

Tiago Feliziani nasceu em 1981 na cidade de Sorocaba/SP. É publicitário, redator, escritor e um motociclista que acredita que todo sujeito deve ter o direito, o prazer e a responsa de pilotar uma motocicleta.


 

 

 

 

 

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Fotos: Arquivo Pessoal


Fonte:
Equipe MOTO.com.br

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